2.4.2
O Comportamento e o Riso
Sob este título vemos o riso como um refinado
produto da observação do comportamento humano, talvez o mais humano e
inteligente produto desse bípede, como o Burlesco irá mostrar. As vezes rimos
inocentemente de cenas de comportamento de animais quando, em essência, eles
estariam contrariando naturalmente
aquilo que chamamos de convenções sociais ,
imitando mazelas do homem ou até quando mostram aspectos curiosos de sua
espécie, mas que contrariam hábitos e costumes
desenvolvidos pelo homem.
Quando observamos o comportamento
alheio, vemos suas expressões faciais e corporais e a utilização de um amplo
repertório de palavras e expressões de significado simbólico ou explícito,
indícios de sua particular racionalidade, emoções, estados de espírito,
disposições emocionais e (eventuais) distúrbios de emoções. E rimos disso tudo
quando percebemos a essência burlesca das representações que o indivíduo expõe,
conscientemente ou não, como ator anônimo dessa comédia humana da qual todos somos observadores.
Sem declarar situações, procuramos identificar no texto algumas palavras
que comportam o riso como seu significado evidente: piadas, gafes,
idiossincrasias, (o) nefelibata, inefável,
nefasto, bizarro, (a), mentira, (sujeito) circunstancial, adverbial,
códigos de comportamentos (“lei de Gerson”, “rouba, mas faz”).
Piadas (anedotas)
Tem sido a maneira de reproduzir
situações das quais rirmos de forma piedosa do comportamento alheio, de forma
crítica e inteligente de nosso próprio comportamento, das mazelas, vícios e
hábitos anti - sociais do homem e de forma maldosa rimos até de defeitos
físicos ou mentais dos nossos parceiros neste mundo. E rimos de muitas coisas mais.
Gafes
Sempre que o comportamento de um
indivíduo se desenvolve saborosamente nesse tom de convenções sociais
distorcidas e princípios que contrariam o comportamento humano habitual, o riso do observador ocorre
naturalmente, e algumas vezes de forma inconveniente, como resposta isenta de qualquer sentimento
maldoso, sádico, religioso, etc.
Tal é o caso, por exemplo, quando
rimos de forma contida ao percebermos alguma gafe cometida em uma ocasião
solene, mesmo que sejamos o autor da gafe. (j_nagado-23.02.2012)
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