Cassio Carvalheiro

quarta-feira, 9 de dezembro de 2015

QUATRO ANOS CURTINDO !




BLOG CONFRARIAS DO RISO - "CURTINDO" 4 ANOS

Criação

Blog criado em Novembro de 2011, para divulgar o "Burlesco", livro  que escrevi entre os anos 2005 e 2010,  sobre "estilos burlescos de comportamento", empregando-se o termo "burlesco" com o significado de "que faz rir" ou "aquilo que faz rir", acepções validadas na expressão "modo ou estilo burlesco", como  registra o dicionário Novo Aurélio - século XXI. 

O estilo burlesco de comportamento atribuído a um agente (do estilo) é definido com o auxilio de uma função relacionando seu caráter a fundamentos (lógicos, ideológicos e comportamentais) que orientam suas atitudes, e também a tendências que afirmam o cômico, o humor e o chiste, no processo de produção do riso, sob determinado "estado de coisas". 

Sob essa visão estruturada, neste blog publicamos conteúdos e modelos fixadores dos "estilos burlescos de comportamento", suas origens, além de textos que suscitam temas recorrentes abordados, como questões de filosofia, política, religião, linguística, medicina, psicologia, etc., que ajudam a integrar fundamentos e tendências, bem como identificar o ambiente ("estado de coisas"), perante o sentido engraçado que se quer retratar no livro.


Este blog expõe temas apresentados no livro  "BURLESCO"  ("que faz rir') através de seus aspectos filosóficos, esquetes de estilos burlescos, crônicas, hai-cais, etc., e até (algumas) piadas.

Burlesco - O Início

O interesse pelo tema - Burlesco -  foi originado, de forma indireta, por um aforismo de Georg Christoph Lichtenberg (1742 - 1799), físico, engenheiro e filósofo alemão, que dizia:


"Uma pessoa revela o próprio caráter por sua reação a uma piada."


Analisando esse aforismo montei um gráfico histórico onde foram anotadas as primeiras ilações sobre os " 17 estilos burlescos de comportamento", coletados em quatro categorias (
Pobre de Espírito, Gozador, Espirituoso e Genial) sugeridas pela cultura do humor, que suscitaram pesquisas em livros diversos e resultaram no desenvolvimento dos conceitos agregados à nossa visão do burlesco. 

Uma Estrutura (inédita)  que desenvolvemos no estudo do "Burlesco"   nos permite orientar a análise do estilo de comportamento burlesco de uma pessoa, qualquer.que seja o ambiente social. O nosso observador (você,  leitor), deverá estar apto a perceber o estilo burlesco, explícito ou implícito, voluntária ou involuntariamente, apresentado pelo agente de um estilo, protagonista ou simples personagem de uma situação.

O "Crica", livro escrito entre 2005 e 2010, trata de um agente identificado com o sentido do burlesco, difundindo características de um dos estilos da categoria GOZADOR, acima mencionada. Revisamos esse livro no corrente ano (2015) e decidimos por acréscimos que darão nova feição a esse trabalho. 



Visitas 

Confrarias do Riso é dedicado ao humor Burlesco, onde recebemos gratificantes visitas que compartilham conosco os conceitos e ideias que difundimos nesse espaço. 


Esse compartilhamento algumas vezes se torna complicado, quando tentamos explorar o sentido burlesco de um aspecto sério e pouco conhecido da Filosofia, como  "A Teoria do Esquecimento", recentemente postado. 


Outras vezes, a discussão em torno de um tema como por exemplo,  os Filósofos Pré-Socráticos, pode resultar em  uma interessante discussão (tertúlia) com o leitor. Neste caso, o leitor não concordou com um  oximoro criado (burlescamente criado) para (des)classificar o mérito dos Pré-Socráticos. 


Aos leitores que se mostram-se "claramente céticos' quanto a possibilidade de entendimento dos conceitos e ideias do burlesco, além de rápidas explicações, sugiro a leitura de algumas postagens pertinentes. 


Alguns leitores, através de e-mails, mostram-se incomodados com o tratamento (pouco sério) que damos a alguns aspectos do comportamento alheio. (é o caso do sentido antiético considerado por algumas pessoas,  relativamente ao "Crica")

Uma tentativa de melhorar o entendimento dos conceitos e ideias do Burlesco já está em execução, com a apresentação dos estilos burlescos de comportamento através de "esquetes de estilos", para todas as categorias: Pobre de Espírito, Gozador, Espirituoso e Genial.


Oba, oba no blog!


Novembro e Dezembro de 2014, final do terceiro ano do blog,  registra com muita alegria o lançamento de "QUADROS & HAICAIS", em São Paulo e Campos do Jordão. Aos 69 anos de idade, "Quadros e Haicais", meu primeiro livro, desafia: "Aos Companheiros de desassossegos  literários", para que publiquem seus trabalhos."

Novembro, 21/ 2015, comemorando 4 anos de edição deste blog, temos a registrar 156 postagens e um total de 13024 visitas (Brasil: 10244; EUA: 988; Russia: 397, Alemanha: 293 e outros). Aviso: não há inserção de propaganda comercial em suas páginas. 

São números bastante modestos mas que representam um trabalho solitário,  intenso e cuidadoso deste blogueiro, em sua disposição  de expor ao leitor arguto, os estilos de comportamento (do outro) perante o "estado de coisas" que o mundo nos apresenta, vistos de forma divertida com as lentes da estrutura inédita que desenvolvemos a partir do sentido do "burlesco". 

Agradecemos aos caríssimos amigos e leitores pelo apoio recebido  e com quem festejamos com alegria,  4 anos de "curtição" deste blog. 

Muito Obrigado, mesmo! (J.Nagado -  09.12.2015)






domingo, 6 de dezembro de 2015

Crônica - A TEORIA DO ESQUECIMENTO (JN - 30.04.2001)


CRÔNICA - A TEORIA DO ESQUECIMENTO (JN - 30.04.2001)

Comentário  

Assisti na TV (01.12.2015)  a uma sessão da Comissão de Ética da Câmara, onde se discutia a continuidade ou não do processo de cassação do seu Presidente, Deputado Eduardo Cunha, sob acusação de Falta de Decoro Parlamentar. (a chamada mentira deslavada, "coisa impossível que tenha ocorrido  numa Casa de tanto respeito!", diria a Velhinha de Taubaté.)

Como soe acontecer, "sua excelência", o presidente da Comissão de Ética, pavoneia-se debatendo ardorosamente as "questões de ordem" durante horas até que os telespectadores como eu desistem de assistir ao programa, pois parece "coisa já vista", como aquela situação contada em "Teoria do Esquecimento", crônica que escrevi em abril de 2001. 

Essa crônica focalizava  a discussão sobre se os procedimentos de ACM (PFL) e JRA (defenestrado pelo PSDB, sem partido) teriam sido éticos ou não, com relação à quebra de sigilo de uma votação secreta ocorrida no legislativo e comenta o resultado do julgamento desse caso, no Conselho de Ética do Senado da República. 


Havia, na ocasião, uma grande possibilidade de ser pedida a cassação dos dois senadores, por "falta de decoro parlamentar". (Para lamentar!).


Enquanto o Senado debatia (dia 02.12.2015) o vergonhoso orçamento de 2015 com as "pedaladas" autorizadas pela Presidenta Dilma, foi anunciado que  Eduardo Cunha, o Presidente da Câmara, acabava de aceitar o pedido feito pelos Juristas Hélio Bicudo, Miguel Reale Junior e Janaina Paschoal, para inicio da ação de Impeachment da Presidenta por irresponsabilidade fiscal em seu governo.

Em 2010, revendo a frase 
que anotamos  na crônica "Teoria  do Esquecimento", “Esquecer é fundamental no processo que leva à revelação do ser”,  nos remeteu à estrutura dos Estilos de Comportamento Burlesco, quando se reporta aos conceitos tradicionais de "SER" e de "VERDADE", termos recorrentes no pensamento do filósofo alemão, Martin Heidegger  (1889-1976).  

No pensamento de Heidegger, assim entendemos,  a correlação entre o conceito tradicional de "Ser" e o de "Verdade", associa também o "desvelamento" como o campo de possibilidade no qual se dá a manifestação do "Ser". Eis a concepção do "ambiente" ético ideal que deveria ser respeitado pelos "entes" que escolhemos para as nossas Casas do Congresso.  


A realidade do sórdido mundo político brasileiro, é que o "Ser" e a "Verdade"   não são termos recorrentes, mas o são o "Ente" político e a "Mentira", uma realidade desse ambiente  onde   a crença no  "desvelamento"inexiste.  

O filósofo Heidegger jamais iria pensar que, um dia, seu pensamento antimetafísico integraria o senso de humor  no século XXI. (faça de conta que não leu isto!) e nem que poderia instigar  o permanente desejo brasileiro de fazer uma limpeza geral (desvelamento) nas duas casas do Congresso.! IMPEACHMENT!

Esquecer episódios vergonhosos no  Congresso, seria salutar para o crescimento ético do povo brasileiro? Como poderíamos esquecer os motivos do impeachment do Presidente Collor? E agora, dos motivos dos pedidos de Impeachment do Presidente da Câmara e do Presidente da República?

CRÕNICA

A TEORIA DO ESQUECIMENTO - (JN - 30.04.2001)



“Esquecer é fundamental no processo que leva à revelação do ser”.

Não gosto de filosofia, mas estranhamente minha fabulosa memória de dois bits recuperou em não sei qual escaninho da minha mente, e, mais estranhamente ainda, associada a uma Teoria do Esquecimento, creditada ao filósofo alemão Heidegger, a frase acima, que devo ter lido distraidamente em algum lugar. 

Essa frase me pareceu um tanto paradoxal e ficou martelando minha cabeça até que resolvi especular a respeito.

Em primeiro lugar, matutando sobre o esquecimento, cheguei à lógica conclusão de que não se esquece o que não seja do conhecimento prévio do indivíduo, algo que abrange sua percepção externa ou aquilo que é evidente, aquilo que está na sua memória, aquilo que sua mente é capaz de produzir baseado nas suas faculdades de entendimento, de imaginação, percepção e de memória e finalmente, aquilo que chamamos de razão, determinado pelo conhecimento da necessidade a priori.

Esquecer pode ser vexatório em algumas situações. Tenho uma facilidade enorme para esquecer tudo. Já cheguei a esquecer até o nome do meu filho, fato ocorrido uma semana após ter visto o parto e, com a minha esposa, ter escolhido o nome que eu mesmo fui registrar no cartório. Depois disso botei na carteira uma foto com o nome dele e nunca mais passei tal vexame.

Pensando cá com os meus botões, cheguei à conclusão de que além de vexatório, esse tipo de esquecimento nada tem a ver com esse papo de “revelação do ser”, ou de revelação da natureza íntima. De comportamento, deduzi.

Em geral achamos que existem coisas que jamais poderíamos esquecer, como o nome do próprio filho. Por outro lado, entendemos que existem coisas que, para simplificar chamaremos coisas desagradáveis, que a gente tem o direito de esquecer ou coisas que devemos esquecer, ditadas pela necessidade da mente humana de se liberar daquilo que de alguma forma chega a perturbar até o nosso comportamento.

Em outras palavras, para o indivíduo, esquecer coisas desagradáveis seria um processo confortável para sua mente e providencial para o seu comportamento.

Para esse indivíduo, lembrar-se de coisas desagradáveis, em contrapartida, seria um processo desconfortável para a mente e um desastre para seu comportamento?

Profundo, não? Agora não dá mais pra sair dessa enrascada. Vamos em frente.


Neste ponto das nossas conjecturas, passamos a abordar uma questão importante que se discute no Senado.

Vimos na semana que passou, no Conselho de Ética do Senado da República, a discussão sobre se os procedimentos de ACM (PFL) e JRA (defenestrado pelo PSDB, sem partido) teriam sido éticos ou não, com relação à quebra de sigilo de uma votação secreta ocorrida no legislativo.

Não há dúvidas quanto à imoralidade da funcionária pública que propiciou a quebra do sigilo, mas parece que chegamos a um nó difícil de ser desatado, quanto ao julgamento dos dois senadores envolvidos. Ambos sabiam da quebra de sigilo e tentaram esconder o fato do Senado e do povo brasileiro.

Após eles (ACM e JRA) terem mentido (falta de decoro, no jargão do legislativo) até o “depoismento “da funcionária, os ditos senadores acabaram assumindo que ambos tiveram conhecimento da lista de votantes e dos respectivos votos dessa votação, em princípio, secreta, e até onde é possível entender, como responsáveis pelo pedido de violação sistema de votação eletrônico. Esse é o consenso do Povo brasileiro. 

Há uma grande possibilidade de ser pedida a cassação dos dois senadores, por falta de decoro parlamentar. (Para lamentar).

Vamos imaginar como seria o julgamento dos dois senadores.
Após as discussões no Conselho de ética, presidida pelo senador Ramez Tebet (PMDB), o senador Roberto Saturnino (PSB) relator do Conselho, levaria todo o processo (depoimentos, acareações, etc) ao Romeu Tuma (PFL), como corregedor do Senado, para ser encaminhado ao Senador Bernardo Cabral (PFL), presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ)onde os senadores seriam julgados. Este finalmente levaria os resultados do Conselho de Ética e do CCJ para mais uma votação do caso no Senado. Ufa !

O resultado final: absolvidos na questão ética, devido à ausência física da lista de votação, que não apareceu nos autos.

Resumindo: ACM e JRA foram considerados heróis da pátria pelo corporativismo do Senado e foram elogiados pelo alto destemor cívico na sua luta pela verdade, na comprovação da violabilidade do sistema de votação, e outras balelas do besteirol que rola no Senado nessas ocasiões.

Apesar da bronca de vários senadores, como a Heloisa Helena (PT) que gritava “Quero a apuração de tudo” e de Roberto Freire (PPS) que definia “O Senado foi transformado em delegacia de polícia”, no encerramento do caso ainda se ouviu um defensor do ex-senador Luis Estevão (o que foi cassado em votação secreta) dizendo: “Esquecer tudo isso é fundamental no processo que leva mais uma vez à revelação do Senado como o legítimo defensor dos mais altos valores éticos e morais do povo brasileiro”.

Imaginando esse final (ainda bem que era só imaginação) consegui dar um sentido àquela frase inicial.

Esquecendo (ou deixando de lado) essas questiúnculas de moral e ética, o Senado revela ao povo o seu verdadeiro íntimo.

O povo brasileiro sabe, como também sabem os senadores que serão julgados e seus pares, que existe alhures na memória de todos, uma lista de votação secreta violada que estará sempre como um garrote gigante obstruindo mais uma vez a passagem do Brasil para um mundo de respeito à moral e à ética, coisa que não conseguimos nestes quinhentos anos.

Não é o Senado que irá nos deixar mais uma vez na mão. Vamos deixar que isso aconteça? Vamos esquecer de mais essa imoralidade?

Como na teoria do Conhecimento, poder-se-ia dizer de A, um fato conhecido: Temos o direito de esquecer de A se e somente se não tivermos a obrigação de não esquecer de A.


P. S. Talvez a Teoria do Esquecimento não passe nem perto daquilo escrevi nas linhas acima. Portanto, esqueça, ou melhor, lembre-se disso.


José Nagado – 30/04/01

terça-feira, 18 de agosto de 2015

UNINHUMA – 01.2015 - Mensalão e Petrolão....(16.08.2015)





UNINHUMA – 01.2015 - Mensalão e Petrolão....

Brasileiros,   


DEFENESTRADOS (http://licburlesco.blogspot.com/2015/02/cronica-defenestrados-07032001.html) crônica de (07.03.2001), lembra o episódio recente (1992) na história do Brasil, que foi o Impeachment do Presidente Collor, primeiro Presidente eleito (1989) pelo voto direto, após o regime militar (1964-1984). 


As manifestações de hoje, dia 16.08.2015, no Brasil inteiro, pelo impeachment da PRESIDENTA DILMA nos encheram de esperanças, mais uma vez. Fiz meu solitário protesto na Avenida Paulista, até as 16 horas e agora escrevo este post.
 


A UNINHUMA,



do brasileiro honesto, estupefato, vê  que o Mensalão e a corrupção na Petrobras, estão identificados como frutos da mesma organização criminosa.

Sob o título "Da mesma árvore", José Casado (O Globo) nos propicia um texto sobre um “estado de coisas” terrificante neste país, em pleno século XXI. Veja o texto 
Da mesma árvore” , por José Casado, O Globo 
noblat.oglobo.globo.com/geral/noticia/2015/08/da-mesma-arvore.html      




UNINHUMA procura captar, no relato insólito da armação contada por José Casado, a imagem cômica da participação de personagens nominalmente citadas ou reconhecidas no ambiente em que o episódio é contado.

Palácio do Planalto, janeiro de 2003.


Lula degusta a primeira semana no poder, em conversa com os ministros José Dirceu (Casa Civil), Antônio Palocci (Fazenda) e Miro Teixeira (Comunicações).


Preocupam-se com o novo Congresso, que toma posse no mês seguinte. Lulla chegou à Presidência com 52 milhões de votos, mas o PT não conseguiu ir além dos 18% das (504) cadeiras na Câmara, com 91 deputados federais.


Discute-se “como é que se organiza” a maioria no Legislativo. O Zé sai na frente com a sua proposta, que deveria dominar o “Congresso burguês”, numa evocação aos “300 picaretas”, que Lula (1993) usara ao se referir à maioria dos parlamentares federais.


Era este o ambiente no cerne de um partido político que inicia seu mandato. 


“Lulla escuta, sorridente, a ideia de usar cargos com fatias do orçamento do governo e das EMPRESAS ESTATAIS, para compor a “maior base parlamentar do Ocidente”.


Palocci e Miro em oposição, sugerem alianças a partir de projetos específicos — a começar pelo “ajuste fiscal” —, até para atrair parte da oposição, o PSDB de Fernando Henrique Cardoso, sociólogo que exibia o orgulho de ter passado a faixa presidencial ao operário transformado em símbolo da democracia industrial brasileira.


Palocci e Miro insistem. Acabam atropelados.


A proposta de Dirceu escondia e mistificava, tanto quanto revelava, coisas que o deputado líder do PTB, Roberto Jefferson, iria revelar em junho de 2005, à CPMI dos Correios. Essas revelações deram curso ao que se chamou de Mensalão.


Em 14/09/2010 ·morre o ex-deputado José Janene,  ex-líder do PP, um dos réus do esquema do Mensalão.


A operação Lava Jato da Polícia Federal, lançada em 17 de março de 2014, confirmou que a Petrobrás teve suas diretorias divididas entre partidos políticos, no esquema de corrupção que se denominou Petrolão. A Petrobras foi partilhada pelo PT de Dirceu, e Janene, do PP, logo partilhada também por líderes do PMDB.


O juiz Federal Sergio Moro é o grande “hoteleiro” dos políticos e empresários participantes desse fabuloso esquema de corrupção.


Dirceu, já condenado e preso pelo seu envolvimento no Mensalão, havia entrado com pedido de habeas corpus para evitar nova prisão, desta feita pelo envolvimento no Petrolão.  Resultado: o Juiz Moro não se fez de rogado. Dirceu foi preso novamente em 03.08.2015.


O Mensalão e a Rádio FM


A história sugere ter havido intensa romaria ao quarto andar do Planalto, onde o secretário-geral do PT Silvio Pereira e o tesoureiro do partido Delúbio Soares loteavam cargos entre aliados. Dirceu homologava, auxiliado por Fernando Antônio Guimarães Hourneaux de Moura, mais conhecido como “FM”. Certos “romeiros” ficaram conhecidos no Congresso por ouvirem muita rádio ‘FM’ no Planalto (kkkk).
(o eficiente auxiliar do Dirceu, o “mui amigo FM” também foi preso pela operação Lava Jato, no dia 03.08.15).

(josé nagado – 17.08.2015)

quarta-feira, 12 de agosto de 2015

IBF 09 – UNINHUMA – UNIVERSIDADE DOS INFORTÚNIOS HUMANOS (02.08.2015)









IBF 09 – UNINHUMA – UNIVERSIDADE DOS INFORTÚNIOS HUMANOS



 

“Uninhuma – Universidade dos Infortúnios Humanos”, ou simplesmente – UNINHUMA, nova seção do blog Confrarias do Riso, é uma homenagem ao amigo Rubinho BORTOTO, autor do livro “Mosaicos” – Zeca Martins – Editora Novo Livro – São Paulo (2013).

“Mosaicos” é a porteira intelectual do multifacetado "mundo da ironia, da crítica e do insólito", o humor repaginado e explorado pelo Rubinho BORTOTO, o mais ilustre PHD da "Universidade dos Infortúnios Humanos"- UNINHUMA.

 

UNINHUMA - Rubinho BORTOTO  

UNINHUMA - “Universidade dos Infortúnios Humanos”, página que vimos no 
FACEBOOK, nos sugeriu uma estrutura para o humor do Rubinho BORTOTO, que, entretanto, nega o uso de uma estrutura para  o seu humor (seus escritos), onde, primordialmente, vemos um TRIBUTO ao sentido das palavras, na expressão de um “estado de coisas”.
 
Confira um pouco do seu humor. 

Frases e Pensamentos do Hermano Menezes (técnico de futebol)

- "Conversamos muito com os jogadores, analisamos cada episódio das passagens que tivemos na quarta-feira. O mais importante é que temos confiança mútua para continuar. E por isso vamos continuar".

PÔ! CONTINUAR, COMO? FOMOS ELIMINADOS, SEU BESTA!

-  "Eu só pedi demissão uma vez na vida e foi em caráter excepcional. Não sou disso. Não vou fugir da responsabilidade. No mínimo até o final do ano".
 
- QUE SACO! QUER MAIS DOIS MESES DE SALÁRIO, PRA AFUNDAR, MAIS AINDA O CORINTHIANS? LEMBRA-SE DO QUE VOCÊ FEZ COM O FLAMENGO?
 

Frases pouco felizes (um infortúnio bem humano) – (Mosaicos - pág. 75)

“Não se pode pensar que o país é um Piauí, no sentido de que tanto faz quanto tanto fez. Se o Piauí deixar de existir, ninguém vai ficar chateado”.

Presidente da Philips, em insensata entrevista ao jornal Valor Econômico, estranhamente ignorada pela diplomacia do nosso País!


 



 
 
 
 Resumindo
 

 


Rubinho Bortoto apresenta o destaque de um “estado de coisas”, expressando,
de forma natural e simples, a essência de argumentos que levam para a
ironia, a crítica e o insólito do fechamento de seus textos.

Agradeço ao amigo Rubinho Bortoto a permissão para uso do título
UNINHUMA (Universidade dos Infortúnios Humanos), em postagens que passaremos a publicar neste blog Confrarias do Riso.


(José Nagado – 02.08.2015)

quinta-feira, 6 de agosto de 2015

Crônica - MULHER DE LADRÃO (J N - abril.2001)








Crônica Policial ou Política?


A "Lava Jato" continua a provocar danos no Partido dos Trabalhadores.
A prisão de José Dirceu , dia (03.08.2015), feita em caráter preventivo, tem a finalidade de "interromper o ciclo delitivo", dentro de um contexto de "criminalidade desenvolvida de forma habitual, profissional e sofisticada" (juiz Sergio Moro).
Nos bastidores do Partido dos Trabalhadores, já estão apostando que seu ex-grande líder, José Dirceu, irá cumprir aquilo que diz a Tribuna da Internet:

O Lula traiu Dirceu. Este vai se vingar fazendo delação premiada e entregando o Lularápio.


DELAÇÃO PREMIADA (4 de agosto de 2015)


"...A única alternativa para (José Dirceu) ter um resto de vida ao lado da família é fazer a delação premiada, com a qual já até ameaçou Lula e Dilma, no dia 4 de junho, quando mandou vazar aos jornalistas a explosiva frase “eu, Lula e Dilma estamos no mesmo saco”.

Entrando nesse ambiente policialesco ,  lembrei-me desta crônica que escrevi em 2001, que leva para o  viés da da traição e da vingança, a solução de desfeitas, PÚBLICAS, do parceiro  traidor. Assim, a vingança contra o Lula, estaria sendo preparada pela  Galega ou pela companheira Rose, sócia (laranja?) de patrimônio do ex-presidente, em terras lusitanas. 

Um amigo, (alô Carlos J.), que faz com precisão suas análises políticas diz:
"Pessoalmente acredito que Lulla só irá cair por uma delação direta dos empreiteiros, ou mais a frente numa investigação sobre o BNDES".












MULHER DE LADRÃO


 


Um casal de portugueses comprava verduras e legumes no CEASA e levava para vender em uma rua próxima ao mercado Municipal. Lá havia muitos desses pequenos comerciantes e cada um tinha o seu lugar na calçada. Um dia vi o Manuel (ou Joaquim) gritar:


 


“O Maria, vem cá ajudar-me a xingar o gajo que está querendo roubar o nosso lugar aqui na rua”.


 


A dona Maria veio correndo com o bule de café que fora comprar no bar da esquina e passou a lançar impropérios ao gajo, que por conveniência, já tinha tirado sua mercadoria do lugar reclamado.


 


Essa situação mostrava uma cumplicidade quase cômica do casal, na dura luta pela vida. Pela aparência deles, já deveriam ter mais de vinte anos de convivência. Talvez o Joaquim (ou Manuel), nem precisasse realmente dos xingamentos da Maria.


 


A Amélia “a mulher de verdade”, que passava fome ao lado do seu homem e achava bonito não ter o que comer, cantada por Ataulfo Alves naquele antigo samba, era uma pobre coitada. Mas era cúmplice do seu homem, no seu mundo de pobreza. 


 


Se essa mulher era castigada pela fome, outra apanhava de verdade. A “mulher do malandro”, que diziam, até gostava de apanhar. Não reclamava na polícia e nem tinha a delegacia da mulher para onde levar suas queixas. Também era cúmplice do seu homem.


 


Cumplicidade, teu nome é mulher. O “Poderoso Chefão” sabia disso, mostra o filme, e mandou castigar seu genro quando descobriu que sua filha havia apanhado dele. As mulheres e filhos (enquanto pequenos) da grande família da Máfia, segundo a romântica história que nos é contada através desse e de outros tantos filmes, eram mantidos inocentes no mundo de crimes dessa “honorabile societá”.


 


Quantos segredos e crimes sórdidos têm sido ocultados, em nome dessa cumplicidade, por mulheres ligadas a homens truculentos, violentos, perversos ou desonestos, que a sociedade teima em vê-las apenas como vítimas de um amor verdadeiro ou do temor de ter um lar destruído? Ou pelo temor da perda de uma situação confortável que, afinal, esse homem lhe dá?


 


Mas porque estou eu a falar das mulheres com esse ranço de machismo, quando a situação poderia muito bem ser invertida? Há homens que apanham de suas mulheres e mulheres que se enviesam por atividades desonestas também sob às vistas complacentes ou cúmplice de seus homens. Por enquanto, mesmo contrariando feministas e mulheres independentes e modernas de hoje, o que vemos na televisão, revistas e jornais, é essa visão da mulher vítima, mesmo que a mulher seja mais do que cúmplice das truculências do homem.


Bem, essa situação pode perdurar enquanto houver alguma harmonia entre o casal ou enquanto não houver interferência de alguém, que pode ser um parente ou pessoa que conheça as mazelas da família.


 


Veja-se, como exemplo, o caso que nos brindou a mídia, mostrando toda a realidade de uma ex-Primeira dama da cidade de São Paulo, que nunca lhe reconheceu méritos e perfil para tanto. Permaneceu caladinha, cúmplice, enquanto o desonesto e ímprobo marido não lhe negava os recursos para sustentar suas mordomias e os regalos e vícios de um dos filhos do casal. Cúmplice também, como não. Um dia botou a boca no trombone, revelando mil sujeiras do marido, através de uma revista de grande circulação.


 


A mídia é muito importante para jogar cocô no ventilador. De outra feita, já faz alguns anos, foi o irmão da mulher o responsável pela vendeta. Era um presidente o homem. O caso PC, que envolveu o posteriormente cassado presidente Collor, foi desvendado a partir das denúncias do irmão Pedro, que a cumplicidade da mulher do presidente não permitiu denunciar.  Falam as más línguas, que essa mulher não tinha inteligência suficiente para entender o que estava acontecendo. Uma atenuante para sua cumplicidade.


 


Num caso mais recente, a procuradoria da República finalmente entendeu por bem acusar a mulher do ladrão cognominado Lalau pela mídia. Para que ninguém se esqueça, era Juiz Regional do Trabalho. Neste caso, um ex-genro, afastado legalmente das benesses do ex-sogro, que se apropriou do dinheiro público com outros comparsas, foi quem iniciou a história. Quando apareceu na mídia, deu a impressão de alguém que se viu prejudicado por não ter levado a sua parte em dinheiro e magoado por ter sido abandonado pela própria ex-mulher. Foi o chamado “Quero o Meu”. 


 


Quando vi pela TV a mulher e suas filhas, indo ao local onde o marido (ex-juiz) ficou preso, imaginei comigo, como se sentiriam aquelas elegantes e discretas mulheres, que certamente sabiam que os bens e o conforto que desfrutavam provinham de dinheiro desviado da construção do Tribunal Regional do Trabalho em São Paulo. 


 


Para encerrar essa história de cumplicidade da mulher, parece que O Tigrão, aquele personagem caracterizado pela música Funk, agarrando cada uma de suas mulheres pelo cabelo e batendo na cara delas enquanto elas dizem que “Um tapinha não dói”, está começando a levar suas pancadas pelas pessoas de bom senso. Mulher de malandro ou de ladrão vai deixar de ser cúmplice sem culpa ou uma Amélia que merece pena. 


 


José Nagado – 14/04/01.


 


 


 


 

sábado, 13 de junho de 2015

CRÔNICA - O NÓ CEGO (jn 30.05.2001)



CRONICA - O Nó Cego




Esta crônica  "Nó Cego" foi citada na postagem anterior, a crônica "O Palco das Ruas".
Abrimos aqui um espaço para ilustrar o pressuposto do comportamento fatalista que caracteriza o “Nó cego”  citado em Lastro conceitual  neste blog. “Nó cego” é uma crônica de maio de 2001 e que foi inserida no Burlesco, em Personagens.

(Veja o post: 2.4.3 LASTRO CONCEITUAL  - Filosofia – cont. (2)



Tal pressuposto nos diz que esse comportamento ocorre “fatalmente, independente do esforço eventual do indivíduo, em sentido contrário.” (Ho!Ho!Ho!). Além disso, “considera-se que  todos os comportamentos são inevitáveis, inclusive os de vontade”.(há! Haa!).






O Nó Cego

Dia de eleição.

Tudo pronto para a eleição. O juiz eleitoral já apareceu na TV  e deu o seu recado na véspera,  informando tudo o que todo mundo já sabia através dos meios de comunicação. O povo já sabia o horário de abertura e fechamento das urnas, a atuação dos fiscais e mesários, qual documento teria de levar, como votar e principalmente, a hora do término de votação. Aliás, falar em urnas é coisa do passado, ou coisa de americano, que nas últimas eleições presidenciais (2000) , teve um sério problema com a contagem de votos das urnas de um certo Estado lá deles, que provocou a demora de várias semanas para definir o resultado final da eleição. Aqui no Brasil já temos o voto eletrônico. A votação é armazenada em disquetes e na memória de computadores nos locais de votação e transferida via rede (net) de comunicação. Tudo muito rápido, desde o processo do eleitor na seção eleitoral até a contagem e anúncio dos resultados,como manda a nova tecnologia. Votar não demora mais que meia hora, em qualquer seção eleitoral.
Faltando cinco minutos para encerrar a votação, chega na seção eleitoral o  cidadão folgado que foi aproveitar o dia na praia, segundo o próprio. Nem precisava dizer. Estava de bermudas, camiseta suada, queimado de sol. Era o mesmo eleitor que chegou atrasado na eleição anterior, lembrou o presidente da mesa. Lembrava-se bem do sujeito, que como desta vez, chegou esbaforido e perguntando se ainda podia votar. Disse que tinha ido visitar a sogra num bairro distante, naquela oportunidade.
Não conseguiu votar, pois tinha esquecido de trazer qualquer documento que pudesse identificá-lo. Saiu lamentando-se do trabalho que teve para chegar até o local da votação e ser impedido de votar.
À noite, vi esse sujeito ser abordado por um repórter na TV. Tinha acabado de sair da seção eleitoral e disse que não conseguira votar por que o presidente da mesa não concordou que ele fosse à sua casa buscar o título de eleitor.

Não fossem as circunstâncias e o modo como estava vestido, quase poderia dizer que vi na TV, aquela triste figura que não pode votar na eleição, após as oito horas da noite, no último dia para entrega da declaração do imposto de renda deste ano. O sujeito estava com o disquete da sua declaração do imposto de renda na mão e uma reclamação prontinha na cabeça, quando foi entrevistado por um repórter, do lado de fora de um Banco.
“Tenho imposto ainda a pagar e o Leão (Receita Federal) diz que não posso entregar a minha declaração, que tive que ficar a tarde inteira fazendo na Firma . Além de ter que fazer meu imposto às pressas o Banco só recebe até as oito horas. Assim, não dá.”
Pobre contribuinte. Não conseguiu entregar sua declaração do imposto de renda e ainda terá que pagar multa por atraso. Vai ficar mais pobre ainda.
Pode parecer brincadeira, mas acho que vi novamente aquele sujeito que não conseguiu votar na eleição. Se não era ele, era aquele que não conseguiu entregar sua declaração do imposto de renda. O jeito era o mesmo. Tinha cara de injustiçado. Foi logo depois que uma emissora de TV apresentou uma reportagem sobre escritórios especializados em tirar dinheiro de motoristas aterrorizados com suas multas de trânsito. Esses escritórios anunciam, em jornais ou através de cartazes, que conseguem limpar multas de trânsito e deixam o telefone para que o pobre do infrator de trânsito solicite seus serviços.
O sujeito estava conversando com um amigo na mesa ao lado, na praça de alimentação do Shopping. Falava alto, como se estivesse dando uma declaração para que todo mundo ouvisse. Parecia esperto. Contava ao amigo, que tinha estourado o limite de pontos por infrações e que iria perder sua carteira de habilitação. O pior, dizia ele, é que “não posso pagar as multas. Não faz nem dez meses que tirei meu carro e já levei todas essas multas. Nem vendendo meu carro vou conseguir pagar as multas. Tô fodi..... Tem nada não. Amanhã mesmo vou num escritório que um amigo me falou que tira qualquer multa”.  
Não era esperto. Talvez assim pensasse, ao ultrapassar a velocidade permitida  ou transitar em dia de rodízio, cruzar faróis vermelhos, ou outra infração que sua esperteza ainda espera anular num daqueles escritórios especializados. Tomara que caia nessa. Assim estaremos livres de mais um infrator de transito, sem carro, sem dinheiro e sem carteira de habilitação. 

Há uns dias atrás, logo após o Presidente da República (FHC) ter lançado a Medida Provisória 2148-I que impõe as regras e metas para o racionamento de energia, emissoras de TV andaram perguntando à população, o que achava dessa medida. O povo já estava informado da necessidade insofismável de racionar o uso da energia elétrica, de quanto teria que reduzir o consumo de energia na sua casa e das penalidades que poderia sofrer caso não conseguisse atingir sua meta de redução, inclusive da possibilidade de ter cortada sua energia. A Medida era inconstitucional, antecipavam alguns juristas, aos quais logo fizeram coro muitas vozes, com razão, diga-se de passagem.
Todos concordavam que o governo tinha dormido de touca, como se diz na linguagem popular, por não ter tomado providências a tempo de evitar a situação calamitosa a que chegamos, mas concordavam também que todo mundo deveria reduzir o consumo de energia. As usinas da região Sudeste e Nordeste estavam com suas barragens abaixo do nível aceitável para enfrentar o período de  estiagem que vai até o fim do ano. Nunca o povo aprendeu tanto sobre o Sistema Elétrico, uso da energia elétrica, e mil maneiras de reduzir o consumo.
Foi nesse clima que vi ser entrevistado na rua, aquele sujeito que não conseguiu votar.  Se não era ele, era aquele que não conseguiu entregar sua declaração do imposto de renda. Não. Talvez fosse aquele que estava apavorado com suas multas de trânsito. Se não era nenhum dos três, só sei que  lá estava ele, aparvalhado e ansioso mais uma vez, para dar seu depoimento. Foi mais ou menos assim:
“Essa medida é inconstitucional. Não vou economizar coisa nenhuma. Vou gastar mais “luz” do que vinha gastando. Quando receber a conta com a multa vou entrar com ação na Justiça”.
É incrível como o repórter de rua consegue achar essa figura entre tantas que se acercam de uma câmera de TV, logo que as luzes dos holofotes marcam sua presença. Isto, sem falar daquela figura anônima que aparece tranquilamente numa reportagem da televisão, no meio a uma violenta caçada a bandidos, por policiais armados, cães amestrados e  toda a parafernália. Acho existe mais de um nó cego por aí. (J.NAGADO – 30/05/01)