Cassio Carvalheiro

terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

MINI CRÔNICA - DESCIDA DA SERRA (28.05.00)



MINI CRÔNICA (também ANACRÔNICA)
http://licburlesco.blogspot.com/2014/02/mini-cronica-descida-da-serra-280500.html

Caro leitor, veja esta mini enquanto o "Ignorantão" não chega.
Poupei-o. O texto original de "Descida da Serra" foi  reduzido até se tornar uma Mini Crônica.  
O esquete do "Ignorantão" que já deveria estar pronto, está tendo seu texto reduzido, tal  como feito para o "Inocente Útil" - http://licburlesco.blogspot.com/2014/02/post-152013-esquetes-inocente-util.html.


DESCIDA DA SERRA


Na descida da serra,
O branco sinaliza a pista escura.
Na estrada, só vejo no meu retrovisor,
O vulto de um carro com o farol apagado.
No torpor do sono,
Aciono freio e direção.
Naquela fração de segundos, fatídica para muitos,
Tive no espelho retrovisor,
A última visão do estranho carro e o seu condutor
Acenando um seguro gesto de proteção.

(José Nagado -28/05/00)

segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

POST 15.2013 – ESQUETES – INOCENTE ÚTIL : compassivo



POST 15.2013 – ESQUETES – INOCENTE ÚTIL : compassivo

Introdução
  
 Utilizando a estrutura (caráter x fundamentos x tendências) definida em “Burlesco” (http://licburlesco.blogspot.com.br) estamos dando continuidade à apresentação da série de esquetes (de humor) relacionados às quatro Categorias - Pobre de Espírito, Gozador, Espirituoso e Genial ,  do Burlesco.

Pobre de Espírito
Um resumo da Categoria “Pobre de Espírito” é apresentado em http://licburlesco.blogspot.com.br/search?q=pobre+de+esp%C3%ADrito-20.05.2012.
Os estilos desta Categoria (Simplório, Cândido, Inocente útil e Ignorantão)  foram agrupados   devido a uma disposição permanente de caráter, identificado comumente com a imagem   compassiva que nos transmitem.  ("E quando aprendemos melhor a divertir-nos, esquecemo-nos melhor de fazer mal aos outros e de inventar dores". - Nietszche, em "Assim falou Zaratustra/dos Compassivos"), dos quais já foram apresentados os seguintes esquetes :


- Estilo Simplório (http://licburlesco.blogspot.com/2013/12/post-142013-esquetes-simplorio-do.html)

O presente esquete refere-se ao estilo Inocente Útil.
  
Inocente útil
   É a pessoa que serve aos interesses e objetivos de uma causa política, social  ou religiosa, sem estar vinculada à sua organização.
   Em política, costuma-se ver, com caridoso pesar, aquele indivíduo, que, por compaixão, acaba por facilitar política ou programa  do adversário. Confere poder a quem, no futuro, vai trucidá-lo, moral ou fisicamente. Exemplos, trágico-cômicos em política, tem-se aos montes. O inocente útil, em alguns casos, revela-se heroicamente quando consegue desvencilhar-se do seu opressor. Mas seu pescoço corre sérios riscos...

O estilo de comportamento é analisado através dos Fundamentos (princípios) burlescos. O inocente útil revela, nos relacionamentos e situações que vivencia(ei-lo!), aquela  imagem compassiva que nos transmite,  principalmente sob o aspecto do fundamento lógico, que apreciaremos neste esquete, dedicado a torcedores de bom senso .


O Ambiente
Insatisfeita com as derrotas no início do Campeonato Paulista de 2014, a torcida de um grande clube de São Paulo, invade seu centro de treinamento de futebol para cobrar mais empenho do time e, principalmente, de certos jogadores. Um desses torcedores, filmado pelas câmeras de segurança do clube e de jornais, sem dúvida, ficou  famoso com a foto estampada no jornal, com os dizeres:
“Torcedor de futebol invade o centro de treinamento e ameaça quebrar a perna de jogador do seu time”.

Desempregado, esse torcedor estava ali porque fora convidado por um amigo membro de torcida organizada. Todo o mundo sabe que muitas torcidas organizadas tem até patrocínio do clube e outras são movidas por facções contrárias a diretoria. Lá, aprendeu os refrões (desafios) daqueles torcedores fanáticos e viu (seus argumentos) cercas destruídas para invasão de áreas exclusivas dos jogadores, vidros das instalações quebradas, ouviu xingamentos à diretoria do  clube e invocações de nomes de jogadores cujas mães eram solenemente desrespeitadas, ameaças físicas. . Ausência total de regras, apesar da presença da polícia no local. .
Sentia-se feliz  como membro  recente daquela torcida, mas ele estava aturdido pela ambiguidade do ambiente que fazia a polícia ficar acuada, sem tomar atitudes.
Naquele momento  passa um indivíduo e lhe entrega um cartaz com os dizeres: “Vamos quebrar suas pernas, vagabundos! “ . Sem saber o que fazer , segurava o cartaz na sua frente, no momento em que foi fotografado. Um repórter logo perguntou: “Pernas de quem?”. A resposta,  vinda certamente do “kit” de refrões e atitudes dessa torcida organizada, que o seu amigo lhe passara, veio rápida: “Fulano”
Na mídia, os dizeres do cartaz - “Vamos quebrar suas pernas, vagabundo!”, passaram a representar  o torcedor irado com o desempenho do time e o dilema: essa torcida organizada ama seu time?


Inocente culpa
“Essa síntese    assume a profundidade de uma reflexão sobre um   dilema proposto, consideradas   as ambiguidades do ambiente  em que ocorre e diversidade de soluções racionais possíveis”. (sic: “oximoros” em: http://licburlesco.blogspot.com/2013/05/post-0072013-os-pre-socraticos-parte-55.html)

Para nós, na verdade, representa apenas o cômico registro de “inocente culpa”  assumida pelo estilo Inocente útil.
O Burlesco reafirma: O inocente útil irá  “Posicionar favoravelmente o julgamento crítico do seu (o amigo) interlocutor”, mesmo quando este defende juízos contraditórios para as ações dessa torcida que pretende dizer “amar o time” e paradoxalmente, “quebrar a perna do seu jogador”.
(agora podem rir...kkkk)


José Nagado – (10.02.2014)