Cassio Carvalheiro

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

ELEMENTOS DO BURLESCO

(2. ELEMENTOS DO BURLESCO) –(Extrato de texto do Burlesco)
A consideração do Burlesco como um ramo do conhecimento ou da atividade  intelectual humana,  nos levou a pensar nos Fundamentos como um conjunto de princípios básicos que o legitimem ou sejam a razão de ser como tal.
Para tanto, consideremos inicialmente os elementos encontrados na  piada tradicional, que servirão de base para definir um “up grade” ou  visão ampliada da piada. A partir dessa nova base poderemos homologar um processo de análise e definição dos fundamentos do burlesco.

A graça de uma piada decorre da utilização de um arcabouço de fundamentos, personagens, argumentos, comportamentos, roteiros e estereótipos  devidamente registrados no imaginário popular ou recriados pela  mente humana.
A seguir, vamos abordar esses elementos na estrutura de uma piada:
“Rabo bem rente”
O sujeito levou o cachorro ao veterinário e pediu:
-         Olha por favor, o senhor corta o rabo desse cachorro bem rente, mas bem rente mesmo, ouviu?
E o veterinário:
-         Mas o quê é isso, senhor? Isso é um crime! Precisa deixar um toquinho...
-         Não, eu quero que corte bem rente!
-         Não, não vou fazer isso, senhor!
-         Tudo bem, então eu vou levar num outro veterinário.
O veterinário entregou os pontos e falou:
-          Tá bom... vai... eu corto bem rente, do jeito que o senhor quer. Mas, me explica por que fazer isso? Qual é a necessidade que o senhor tem de que corte o rabo do cachorro rente ao corpo?
-         É que amanhã vai chegar a minha sogra lá em casa e eu não quero a menor demonstração de alegria!

Nessa piada é fácil identificar os personagens, o roteiro e o tipo de comportamento,   faltando reconhecer:
-Tensão: o genro e o veterinário decidem o corte do rabo do cachorro bem rente
-Fundamento: a “sogra” (ou o seu estereótipo),  é motivo da atitude maquiavélica (pouco afetiva) do “genro”.
-Argumento do genro: evitar a  “demonstração de alegria” do cachorro
- Distensão (o riso)   é provocada pelo uso do argumento do “genro”: “não quero a menor demonstração de alegria!”

Aquele que não entendeu porque o genro queria cortar o rabo do cachorro também não entendeu a piada. Ou pode ser que não conseguiu associar uma coisa à outra.
Os estereótipos reforçam o prazer do riso, quanto mais bem caracterizados estiverem na mente do receptor da piada. 
Esta identificação dos elementos de uma piada mostrou-nos também a importância  de ampliar os recursos da língua falada (morfologia, sintaxe, semântica) com o uso  da linguagem dos signos (Semiologia ou Semiótica) para melhorar os requisitos de sua comunicação.
Os conceitos de  Semiótica (ou Semiologia)  serão utilizados adiante, quando associarmos a Estrutura do burlesco ao Estruturalismo,  iniciado na década de 1950  na França por  Ferdinand Saussure (1857-1913), como um método em lingüística. (j_nagado – 27.12.2011)

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

C onfrarias do Riso -


CONFRARIAS DO RISO
Confraria é uma alusão a todo grupo de amigos com o qual curtimos histórias, piadas, vídeos, frases, etc. através da mídia eletrônica. Através da “Confraria do Riso” temos assumido  uma   perspectiva burlesca no tratamento de qualquer tema, respaldando  conceitos desenvolvidos no Burlesco. Estes conceitos serão divulgados em seções apropriadas do Blog ou através de comentários suscitados pelas contribuições das Confrarias.   
Com essa disposição, desde 2005 temos mantido contato com algumas “Confrarias do Riso”, identificadas por: “Besteirol do Julio”, “Raquetadas”, “Burlescol do Takashi”, “Irmandade”, “Humor do Martinho”, cujas contribuições tem sido fundamentais para a elaboração do burlesco.  
No momento pretendemos avaliar com as Confrarias, o interesse geral pelo Burlesco através das idéias   que iremos expor através deste Blog.   
j_nagado (22.12.2011)

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Burlesco, (uma visao estruturada, o sentido engraçado das coisas)


(Textos extraídos  do Burlesco)

(1. Introdução)

O termo “burlesco” pode adjetivar qualquer coisa que provoca riso,  como tudo aquilo que é cômico,  grotesco,  caricato , satírico ou zombeteiro, como também pode indicar traços de caráter do indivíduo que provoca o riso das pessoas, conscientemente  ou não
.....

Uma grande preocupação durante elaboração deste texto, foi com a existência eventual  de algo semelhante, e por isso, tivemos o cuidado de pesquisar uma bibliografia relativamente extensa, para finalmente enveredar pelo caminho indicado pelas  idéias  decorrentes de longa reflexão sobre o burlesco.
Este texto apresenta uma  estrutura que permite a análise de situações ou fenômenos  sociais onde o comportamento burlesco é identificado através de  agentes de “estilos” em situações sociais (principalmente anti-sociais)   onde o interlocutor (ou interlocutores) é mobilizado intelectualmente para...rir. 
Nestas situações, esses agentes assumem  posturas definitivamente caricatas, humorísticas ou cômicas , procurando colocar do seu lado o julgamento crítico do interlocutor ou ficar desobrigado da necessidade de experimentar sentimentos penosos ou finalmente, apenas desembaraçar-se do julgamento crítico do interlocutor.