POST 07.2013 – OS PRÉ SOCRÁTICOS - TERTULIA (Parte 4)
(Tertúlia
domingueira)
Nesta (Parte 4), em relação ao
e-mail do Neves de 10.03.2013, principalmente quanto ao questionamento (Parte
3) dos méritos filosóficos dos “Pré-Socráticos, temos a considerar
primeiramente que:
1.Comentários e opiniões do Neves
apontam para a necessidade de esclarecer pontos controversos suscitados pelo “Burlesco” no blog Confrarias
do Riso.
2.A expressão
“profundidade histriônica” parece ter afetado a imperturbabilidade histórica
dos Pré-Socráticos, agravada ainda mais quando em “B&F –
004.2013 – OS PRÉ-SOCRÁTICOS” justificamos:
“Seriamente falando, os pensamentos
dos Pré-Socráticos produzem uma sensação leve e superficial de
pensamentos tornados obsoletos pelo aprofundamento invasivo de filósofos
pósteros. Em sua defesa, considero que os Pré-Socráticos foram autênticos
em seus pensamentos, retratos temporais da imagem cosmológica daqueles
pensadores”.
Em “B&F
– 004.2013 – OS PRÉ-SOCRÁTICOS” estabelecemos também uma primeira aproximação
desses filósofos pósteros ao burlesco, quando ponderamos critérios de
burlescabilidade (rs,rs): “Os enunciados pré-socráticos passaram pelo crivo dos critérios (a) ou (b) ou ambas, e, quando
tratados por outros filósofos o foram
para defender suas próprias idéias filosóficas”.
Com estas considerações (“pensar
específico e o fazer concreto”) concluimos que esses filósofos mergulharam nos pensamentos
dos Pré-Socráticos, extraindo-lhes raciocínios
incongruentes ou equivocados,
e por isto, histriônicos.
E concluimos:
Os Pré-Socráticos, cosmologicamente afinados com o momento histórico, ganharam
certa “Profundidade histriônica” ,
quando cérebros ineptos procuraram se apropriar de suas idéias originais, agregando-lhes interpretações próprias.
"Profundidade histriônica"
nos lembra o oxímoro então criado naturalmente, com a "profundidade"
de uma razão atemporal e uma aparência "histriônica" superficial,
craveira atribuída aos Pré-Socráticos, por aqueles que se julgaram aptos a avaliar
aqueles pensamentos. Esta foi a minha justificativa para "Profundidade
histriônica", num texto escrito em (2011) onde apresentamos as considerações epistemológicas
sobre o burlesco (em segundo lugar):
Epistemologia
Ver postagem : B&F – 003.2013 – Epistemologia
A pesquisa epistemológica levou-nos
a joeirar textos e filósofos através de Critérios (a e b) -
(burlescabilidade), permitindo-nos verificar
conexões (pareamento) de filosofias ou doutrinas a pré-condições existentes
para aplicação de fundamentos (lógicos, ideológicos e comportamentais) do
burlesco, atentando para o fato de que a busca epistemológica parte de
articulações com o que conhecemos em nossa época.
Assim, uma abordagem pela teoria
reducionista (reducionismo), aplicável aos pensamentos cosmológicos dos
pré-socráticos, por exemplo, em relação
a água, podemos anuir certa aproximação
com o burlesco: para Hegel, Tales busca a unidade, mas segundo ele “isso
se dá no fenômeno da consciência” (declaração
metafísica, que afeta muito a Hegel e
pouco a Tales), revelando grande “profundidade” , donde deduzimos o fundamento ideológico (olha o Hegel
“puxando a brasa” pra sua sardinha, digo ”Fenomenologia do Espírito”), no âmbito
do Burlesco.
Um conceito
importante na filosofia da ciência
(epistemologia), diz que para uma asserção ser
refutável ou falseável, em princípio será possível fazer uma observação ou
fazer uma experiência que tente mostrar que essa asserção é falsa. (proposto
por Karl Popper nos anos 1930).
Logicamente, sem ser falseável,
dizer-se que Demócrito teria antecipado a teoria atômica moderna é um momento
histriônico na Filosofia dos Pré-Socráticos.
Abaixo, um resumo dessas considerações.
Os Pré-Socráticos, cosmologicamente afinados com o momento histórico, ganharam
certa “Profundidade histriônica” ,
quando cérebros ineptos procuraram se apropriar de suas idéias originais, agregando-lhes interpretações próprias.
Epistemologia
A pesquisa epistemológica levou-nos
a joeirar textos e filósofos através de Critérios (a e b) -
(burlescabilidade), permitindo-nos verificar
conexões (pareamento) de filosofias ou doutrinas a pré-condições existentes
para aplicação de fundamentos (lógicos, ideológicos e comportamentais) do
burlesco, atentando para o fato de que a busca epistemológica parte de
articulações com o que conhecemos em nossa época.
Critérios-Burlescab.
|
Pré-Socráticos
|
Epistemologia
|
Fundam. Burlesco
|
a)filosofismos
|
Tales (água...)
|
Reducionismo
|
Ideológico
|
b)equívocos
|
Demócrito (indivis...)
|
Falseabilidade(Popper)
|
lógico
|
As abordagens feitas (reducionismo e
falseabilidade) consideram:
Reducionismo – 1. ato ou prática de analisar ou
descrever um fenômeno, desenvolver a solução de um problema, etc., supondo ou
procurando mostrar que certos elementos ou conceitos complexos não devem ser
compreendidos ou explicados em si mesmos, mas referidos a, ou substituídos por
outros, situados em um nível de explicação ou descrição considerado mais
básico. 2. Modo de pensar ou perspectiva teórica em que se propõe ou se faz uso
sistemático desse tipo de procedimento intelectual. 3. P.ext. deprec.
Simplificação excessiva daquilo que é objeto de estudo ou análise. (“Aurélio”)
Falseabilidade, falsificabilidade ou refutabilidade de uma asserção - conceito proposto por Karl Popper em (1930), diz que em princípio
será possível fazer uma experiência física que tente mostrar que essa asserção
é falsa. Uma observação que torne uma asserção falseável ou refutável foi
a solução encontrada para o chamado problema da indução (a
conhecida asserção filosófica:
"todos os corvos são pretos" poderia ser falseada pela
observação de um corvo vermelho).
Teorias
de Humor
Teorias
de Humor constam do crivo epistemológico na pesquisa do Burlesco onde tutelam
conceitos utilizados na configuração daquilo que faz rir, o Burlesco.
Nas teorias de humor o
Burlesco encontrou a geração do riso justificada pela homeóstase (medicina),
excentricidade de pensamentos (Bergson), Metáfora e metonímia (Lacan e
linguistas), behaviorismo e outras teorias, e as associou a uma plataforma de
protocolos lógicos, ideológicos e comportamentais constituídos por Princípios que
denunciam o caráter de agentes de estilos de comportamentos burlescos.
(Segundo Freud, a função do riso é a
de liberar “energia psíquica”, que tinha
sido erradamente mobilizada por expectativas incorretas ou falsas).
Diversas teorias projetam o humor
no âmbito da Filosofia, seja nas proposições apresentadas pelos filósofos, seja
na biografia dos filósofos ou até no senso de humor daqueles que expõem suas
apreciações sobre os filósofos.
Além dessas teorias, destacamos outras
que representam uma forma certamente mais sofisticada
de ver o humor, em contrapartida da ingênua leitura que pode ser feita dos
textos filosóficos e certamente neste texto estamos falando dos Pré-Socráticos. Assim, tem-se:
Teoria do raciocínio
equivocado
Esta teoria reforça a teoria da
capacidade do cérebro para encontrar erros em estruturas de crenças ativas,
isto é, para detectar raciocínio enganado, um indicador confiável de uma
característica de sobrevivência importante: a capacidade de detectar raciocínio
equivocado.
Teoria da Incongruência
A teoria da incongruência sugere que o riso é a expressão de uma
incongruência percebida por aquele que ri. É o humor
percebido quando a lógica e familiaridade são sub stituídas
por elementos que normalmente não andam juntos.
Filósofos como Arthur Schopenhauer, Marx e Hegel compartilharam desta teoria de forma
diferente, cada qual procurando reforçar suas teorias tendo como fundo a idéia
de que incongruência é percebida entre um conceito e
o objeto real que ele representa. Hegel compartilhava do conceito como uma
“aparência” (como vemos uma situação) e “essência” como o real.
É de Kant a versão mais famosa da Teoria
da Incongruência: é "a súbita transformação de uma expectativa tensa em
nada."
Existem
objeções a esta teoria sendo a principal é que
há incongruências que não são percebidas como humorísticas e assim, a incongruência por
si só não explica a razão porquê certas histórias ou situações são
humorísticas.
Teoria
da Atribuição Errônea
É uma teoria
do humor que trata da incapacidade de uma audiência para identificar exatamente
o que eles acham de engraçado em uma
piada.
Vamos encerrando esta (parte 4)
da “Tertúlia Domingueira” em respeito ao
Neves que deve estar se recuperando do intenso trabalho que dá uma mudança. Ontem,
27 de abril de 2013, finalmente o Neves e a Eiko anunciaram ao mundo a sua nova toca na Para (rio) Katu (bom), que o Neves viu como um chamado :
vem “para cá, tu”.( Nessa rua havia uma pizzaria que bem poderia ser local de
encontro da Confraria SAIL).
Hoje, 28 de abril de 2013, Domingo, esta “tertúlia domingueira” irá
pegar o Neves ainda curtindo a “quarentena” a que condenou o blog Confrarias do Riso. A peixaria
(blog) do Nicanor continuou com as
portas abertas, vendendo seu peixe durante a Quarentena e assim lá postei um
comentário, que ninguém viu. Acho que os comentários dos leitores deveriam possuir o “status” de temas para serem discutidos, da maneira como
estamos fazendo com os comentários do Neves.
Concluiremos esta tertúlia domingueira tratando de forma instigante o
ponto (3): ” Não vejo oxímoro nos seus pensamentos filosóficos (dos Pré-Socráticos),
mas vejo uma esforçada tentativa de classificá-los assim”.
Nagado (28.04.2013)