Cassio Carvalheiro

quinta-feira, 31 de maio de 2012

FILÓSOFOS E O BURLESCO


FILÓSOFOS  E O BURLESCO

“Uma pessoa revela o próprio caráter por sua reação a uma piada”.
O aforismo acima, de Georg Christoph Lichtenberg (1742-1799) suscitou a curiosidade e toda a nossa pesquisa em torno do humor.
Lichtenberg ou “Licht” como o chamaremos,  físico, matemático e astrônomo  alemão, se é que fez alguma descoberta importante nesses campos do conhecimento, não sabemos. Só se sabe que estava muito à frente de sua época (séc. XVIII) como revelam  aforismos seus, que antecipam pensadores como Nietzsche  (1844-1900).
Os aforismos de Licht (o aforista do iluminismo) identificam-no como o filósofo do Burlesco e os leitores e filósofos irão concordar comigo sobre isto.  Esta é a minha opinião.

Gráfico - “Fundamentos x Condicionamentos”
Tal  aforismo  levou-nos  a desenhar um gráfico representando as diferentes associações de Fundamentos e Condicionamentos que identificam uma piada  e sua reação, considerando-se o caráter do indivíduo, das quais derivam as primeiras idéias (2005) sobre as categorias e estilos do Burlesco. O gráfico é explicado e mostrado no início do Capítulo 3 – Estrutura  - o gerador de estilos do Burlesco.

Filósofos
O uso de axiomas de natureza filosófica e de aforismos deixados por filósofos como Nietzsche, Ferdinand Saussure, Wittgenstein, Bérgson e outros podem levar o leitor  a creditar ao texto uma consistência maior do que nos garantem os conceitos do  Burlesco. O Burlesco apresenta um resumo das teorias  e Filósofos abordados de  alguma forma no texto,  pesquisado em uma bibliografia relativamente extensa  em  busca dos temas sugeridos pelas citações e analisadas no gráfico acima mencionado.
A complexidade das teorias dos filósofos nunca  tirou – me o sono e pelo contrário,  forneceu diversas alternativas para interpretar o sorriso do bicho homem. 

A seguir, alguns dos filósofos citados no Burlesco.

Nietzche, Friedrich Wilhelm  - (1844-1900)
“Assim falou Zaratustra“
Citado em diversos pontos do Burlesco.

Saussure, Ferdinand - (1857-1913).
Iniciador do Estruturalismo junto com Claude Lévi-Strauss e Roland  Barthes (França 1915 -1980) entre outros. Não vá o leitor imaginar que  aproveitamos idéias do seu livro (1880) de defesa da tese de doutorado “Sobre o Emprego do Genitivo Absoluto em Sânscrito”, mas sim   aproveitamos muita coisa do Estruturalismo.  

Henry Bérgson (1859-1941)
“O Riso – Ensaio sobre a significação do Cômico (1900)”
Talvez a melhor referência para quem quiser entender de humor.

Wittgenstein, Ludwig Josef Johann (1889 – 1951) – Austríaco/Viena
“Tractatus Logico-Philosophicus”
Incrível! Tentei ler esse livro.

Atenção
Para não dar motivos a perguntas imbecis tais como  o que vem a ser metafísica, ontologia, epistemologia, positivismo, etc, JAMAIS diga que leu livros desses  e outros filósofos citados.  

(j_nagado – 30.05.2012)

quinta-feira, 24 de maio de 2012

CATEGORIAS E ESTILOS DO BURLESCO - GOZADOR (1)


CATEGORIAS  E ESTILOS DO BURLESCO  - GOZADOR (1)

A postagem inicial sobre esta categoria foi feita no dia 09.05.2012

Este e os demais estilos foram analisados e modelados através de uma estrutura especialmente criada para a geração do Burlesco.  


O estilo Bizarro

 

O vídeo de uma cerveja (X) Argentina com um título por si só bastante sugestivo: “O que sabe, sabe!”, nos ajudou a identificar o estilo Bizarro, no personagem que deveria mostrar que “o que sabe bebe a cerveja X”. 


O indivíduo de estilo Bizarro chama a atenção para determinadas  atitudes, aparências e manifestações exteriores  que nos lembram as maneiras do histrião, personagem que representava farsas da comédia, peça teatral de baixa e exagerada comicidade, irreverente e burlesca, identificadas pelo caráter, que integram fundamentos e tendências particularmente convenientes para ele.
O estilo bizarro é característico do indivíduo que busca de todas as maneiras chamar a atenção para si,  com a intenção de manipular as pessoas que o rodeiam. Este indivíduo geralmente apresenta oscilações emocionais abruptas em seus relacionamentos sociais, ocupacionais ou profissionais, e quando isso acontece é levado a uma teatralidade, emotividade excessiva e comportamentos ridículos, que  representam o  padrão do estilo bizarro, muitas vezes atribuído ao adulto, do qual suprimiram seu objeto de sedução. (um deles se vestia muito elegantemente para que fosse “visto” pela voluptuosa boneca de plástico, solução para seus problemas afetivos!)


Vejamos o desenvolvimento dessa peça.

Três jovens (argentinos, claro!) conversam e tomam cerveja num  “pub” quando um deles toma seu último gole naquele copo triplo de cerveja  e se despede jogando no pescoço um par de sapatilhas de balé!!

No caminho, grupos de “punks” olham desconfiados do rapaz com sapatilhas de balé penduradas no pescoço. Deve-se lembrar que a cerveja (X) é um produto  argentino, aquele povo que acha que é mais macho que o resto do mundo.

A curiosidade  dos outros dois rapazes os leva a segui-lo e acabam por chegar até uma academia de balé, onde observaram seu amigo participar de uma aula  com outras belas  garotas. Seus amigos “voyeurs” invejaram o gozo do rapaz enquanto ele saboreava as visões das formas femininas e delícias do contato proporcionadas por aquelas garotas.

Resumindo, apesar do preconceito que envolve qualquer rapaz que faça balé, a peça promocional da cerveja conseguiu  mudar favoravelmente o julgamento crítico que os dois jovens poderiam fazer a esse amigo desprendido,  antepondo um comportamento superficialmente delicado a uma realidade certamente masculina  quanto à escolha da cerveja (“o que sabe, sabe”) além de  provar, de forma bizarra,  que  “MACHO QUE É MACHO FAZ BALÉ !!!!”‏

A propaganda nos leva ao Princípio de Razão Suficiente, segundo Leibnitz – “Não há que não tenha uma razão de ser ou existir”, ou Kant – “Tudo o que existe tem uma razão de ser”, mostrando com muita sutileza que o rapaz utiliza a Razão como a faculdade de conhecer o real por oposição ao que é aparente ou acidental, outra visão filosófica desse princípio.
(continua na próxima postagem)

(j_nagado – 24.05.2012)


CATEGORIAS E ESTILOS DO BURLESCO - GOZADOR (2)


CATEGORIAS  E ESTILOS DO BURLESCO  - GOZADOR (2)
A postagem inicial sobre esta categoria foi feita no dia 09.05.2012

Categoria Gozador – estilo Bizarro (cont.)

O texto do Burlesco reflete uma diferença entre o estilo (3) Emergente Ativista  que se destaca por abraçar uma causa (ainda que errada) do contexto (“para que fazemos isso”), e o estilo (4) Bizarro que procura tirar proveito,  certamente egoísta, do contexto (“porque chegamos a isso”). O   sentido do bizarro é explicado a seguir.

Porque chegamos a isso

O escritor, poeta e teatrólogo irlandês  Oscar Wilde (1856 -1900), ratificou  de forma mordaz e picante esta última afirmação, ao considerar as mensagens que  as pessoas transmitem ao público, quer tenham consciência disso ou não, ao dizer: “Apenas as pessoas superficiais não julgam pelas aparências”.
Nesse contexto  o indivíduo opera uma mudança de perspectiva para  levar as  pessoas a acreditarem como fato natural,  falsas evidências que o estilo Bizarro   construiu para si.

Isto é, nada é mais natural que um argentino fazer  balé, mascarando realidades (o pressuposto hedonista de que não estaria lá, se não fosse pelo prazer) e neste sentido, alterando sua verdade histórica, neste caso, a dissimulação do amor próprio e a exposição  de uma aparência que lhe permitisse “Ficar desobrigado da necessidade de experimentar sentimentos penosos”.

Este é um recurso que  integra o discurso ideológico do Bizarro,  com a negação do senso comum   de que “homem que faz balé é gay”,  que está na cabeça das pessoas.  
Para convencer do valor estético da propaganda, a peça  mostra na aula de balé apenas o  comportamento voluptuoso de um indivíduo  alienado do querer, dever, poder e saber, o quê atenua aquele julgamento crítico do público.

No final, a peça omite sutilmente a reação do indivíduo perante a revelação,  penosa a seus estupefatos amigos,  e mostra a demonstração vencedora do gozador Bizarro, que com um gesto decidido toma a garrafa da cerveja (X) do amigo mais próximo.  O nome da cerveja (X)  bem visível e a expressão “puro malte – pura cerveja”, associam a agressividade   da marca  e o respeito exigido por “quem sabe”.



(crédito: Vídeo enviado pela CONFRARIAS DO RISO - Humor do Takawo - 2010) 


(j_nagado – 24.05.2012)

domingo, 20 de maio de 2012

CATEGORIAS E ESTILOS DO BURLESCO - POBRE DE ESPÍRITO


CATEGORIAS  E ESTILOS DO BURLESCO  - POBRE DE ESPÍRITO 

Esta seção do Blog  mostra uma visão prévia da categoria POBRE DE ESPÍRITO   e seus Estilos  tal como já antecipadas também para as Categorias  GENIAL, ESPIRITUOSO e GOZADOR definidas no texto do Burlesco.






POBRE DE ESPÍRITO



O indivíduo desclassificado, digo classificado nesta categoria de estilos do burlesco revela através dos seus inúmeros condicionamentos, pouca capacidade de se divertir ou gozar a vida. Vive num mundo árido afetiva e socialmente falando.

O Pobre de Espírito, inconscientemente, tem no princípio de Realidade sua principal orientação psicológica através do qual procura a adaptação do organismo às exigências da sua realidade  e a satisfação de suas necessidades.

Sua lógica obtusa o protege, ajudando-o  a dominar suas emoções e  conjugar  a substituição ou controle das exigências do “princípio do prazer” com as suas tendências ou inclinações.
Chega a nos comover bastante a maneira como descreve, em termos de restrita  respeitabilidade, sua conduta perante a vileza de um certo interlocutor, quando abraça a disposição de conquistar seu julgamento crítico. Na maioria das vezes isso vem a hipostasiar-se em critério de realidade ou quando não, na própria realidade que busca, mormente  quando o autor dessa conduta vil ostenta algum poder. Neste ponto, o leitor imediatamente fará alusão a um conhecido político, o referente daquela frase – “Ele rouba, mas faz”.
Trata-se, portanto, de Indivíduo cujo estilo faz rir tanto pelos seus defeitos como pelas suas qualidades, que sem dúvida os tem. Pouco sociável, faz parte de seu estilo, a pouca capacidade de “se ligar” para captar o cômico, o divertido, o ridículo, a graça, enfim, o Burlesco. Sob este aspecto é popularmente conhecido como  Travado.
Com certa freqüência podemos chegar a nos sentir maldosos quando conseguimos obter o  riso de  um  indivíduo desta categoria, pois o seu riso chega  a soar como um grito de angústia, quase que uma súplica de luz para sua mente.
Embora outros estilos possam ser derivados ou identificados dentro desta categoria, os estilos  Simplório, Cândido, Inocente útil e Ignorantão  apresentados no Burlesco, fornecem uma imagem   compassiva do ser humano.  ("E quando aprendemos melhor a divertir-nos, esquecemo-nos melhor de fazer mal aos outros e de inventar dores". - Nietszche, em "Assim falou Zaratustra/dos Compassivos")
(j_nagado - 20.05.2012) 

sexta-feira, 11 de maio de 2012

CATEGORIAS DO BURLESCO - ESPIRITUOSO (2) - (TEXTO INICIAL POSTADO EM 12.03.2012)



POSTAGEM DE 11.05.2012

Ref. CATEGORIAS DO BURLESCO - ESPIRITUOSO (1) - 



Comentário original via e-mail da Confrarias do Riso – Trasmontano 


O amigo José Carlos Neves comenta o uso do bafômetro previsto na Lei Seca, utilizando um  silogismo erístico e (por que não?) jurídico, primeiramente  para identificar o sofisma da “presunção”  e em segundo lugar, para apoiar o exame de sangue como “prova objetiva” para julgar casos de embriaguez.




E-MAIL DE  06/05/2012
Para José Nagado
José,
Sobre os comentários no Burlesco, em relação à prova por Presunção, e à Objetiva:
a) Presunção: O raciocínio da presunção na minha opinião, dentro do raciocínio do que Aristóteles chamava de 
Silogismos que constroem  a Lógica, no caso da Lei Seca pode esconder um sofisma, pois
 -                 Todo aquele que se recusa ao teste do bafômetro, bebeu:
 -                 Ora, Pedro se recusa ao teste do bafômetro:
 -                 Logo, Pedro bebeu.
O silogismo parece irrefutável, mas há um sofisma na premissa maior que é "Todo aquele que...". Neste caso, a 
presunção é igual ao pré-julgamento, pois não há nenhuma prova "objetiva", relacionada ao bafômetro, de que 
Pedro bebeu. Apenas "parece" verdadeiro. Pode sê-lo, ou não.
b) Objetiva: Entendo que sim, o hálito de Pedro, a sua maneira de caminhar e de se expressar, constituem uma 
prova mais objetiva do que a da recusa do teste. E se complementada pelo exame de sangue, mais objetiva será. 
Neste caso a prova é mais científica e, por isso, mais objetiva.
...
Por hoje basta. Lamento que estes comentários não possam ir diretamente para o Blog, mas continuo sem conseguir postá-los.
Um abraço
 JC - 06/05/12



mInuta de 10.05.2012
Agradeço sua refinada colaboração ao Blog Confrarias do Riso, que  vem complementar conceitos sobre dois estilos, respectivamente – Especialista e Evoluído, inseridos na categoria de  ESPIRITUOSO do Burlesco.
A seguir  acrescentamos nossos comentários junto com os resumos da postagem anterior, referente à colaboração de Edgard Gobbi e Gilberto Dib
1. LEI SECA - PRESUNÇÃO


Pela decisão do STJ, só é possível processar criminalmente ......de que ele dirige alcoolizado. Se, no caso do DNA, ....gera presunção de paternidade, por quê no caso da Lei Seca .....não gera a presunção de embriaguez?.
(Comentário de Edgard  Gobbi  -  Campinas - S.P)
Em 27 de abril de 2012 20:20, José Nagado <j_nagado@hotmail.com> escreveu:
Apreciei seu comentário: Lei seca - Presunção  
O comentário é espirituoso e caracteriza o Especialista, que associa de forma inteligente, a presunção de paternidade e \ de embriaguez, à recusa do teste de DNA e do teste do bafômetro.
O Especialista se justifica usando os códigos e padrões culturais que identificam os juízos de valor que lhe são favoráveis.    

Como observa J.C Neves, o silogismo utilizado resulta em “presunção é igual ao pré-julgamento”, que invalida a tese da 
presunção de embriaguez.
2. LEI SECA – PROVA OBJETIVA  
Tem razão o Superior Tribunal de Justiça (STJ) ao exigir prova objetiva ....Mas como fica o dolo de um Motorista que exala álcool .... após um acidente?  Ao secar a Lei Seca, o STJ ...,  como autorização para colher sangue do infrator. Isso não fere o artigo ... , já que não será o “preso” (sic) que produzirá a prova, mas seu sangue...
(Comentário de Gilberto Dib – São Paulo) 
From: j_nagado@hotmail.com
Date: 
Fri, 27 Apr 2012 19:58:39 -0300
O comentário é espirituoso e caracteriza o indivíduo culto que ...  
O Evoluído  caracteriza o indivíduo culto que degusta esses códigos e padrões culturais e faz da capacidade de usar a razão e entendimento para estabelecer suas próprias leis e princípios, através dos quais procura conquistar psicologicamente o beneplácito do outro.
O comentário (b) de J.C.Neves, reforça a necessidade de exame de sangue no caso de recusa do teste do bafômetro.(como diz a lei:  ninguém é obrigado a produzir uma prova contra si).  
 ab.
(j_nagado – 10.05.2012)

quarta-feira, 9 de maio de 2012

CATEGORIAS E ESTILOS DO BURLESCO - GOZADOR


CATEGORIAS  E ESTILOS DO BURLESCO  - GOZADOR 

Esta seção do Blog  mostra uma visão prévia do GOZADOR   e seus Estilos  tal como já antecipadas também para as Categorias  GENIAL e ESPIRITUOSO, definidas no texto do Burlesco, onde consiste de aproximadamente 38 páginas.



GOZADOR

O estilo burlesco praticado pelo indivíduo desta categoria mostra como ele sente prazer íntimo, delicia-se, ri, do ato de alguém ou fato acontecido a outrem, e como avacalha  com  instituições e valores da sociedade em que vive. Costuma tirar proveito para si fazendo  gozações ou  ridicularizando  as fraquezas humanas, seus hábitos e costumes.
Em geral o estilo desta categoria é caracterizado pelo Princípio do prazer. – “Tendência da atividade psíquica a buscar a satisfação e evitar o pesar, sem levar em conta a realidade”, incluindo-se nesta categoria de Gozador, estilos praticados por indivíduos que  lutam para adquirir consideração e predomínio social, procurando levar vantagem sobre o outro, utilizando muitas  vezes de recursos menos nobres, como o sarcasmo  do Satírico (1) ou a maldade do Crica.(6), desprezando o senso de sociabilidade e de humanidade.
Como estilos complementares entre si, incluímos o Emergente Ativista (3)  e o Bizarro (4), o primeiro ao abraçar uma causa (ainda que errada) do contexto (“para que fazemos isso”) e o segundo, ao tirar proveito,  certamente egoísta, do contexto (“porque chegamos a isso”)
Observamos também que o Intelectual de botequim (2) e o Tergiversador (5) se contrapõem, o primeiro pela inteligência fina ao levar seu interlocutor a acreditar em seus argumentos baseados na filosofia  popular e o segundo pela esperteza deslocada, isto é, aquele que se julga capaz de ludibriar a  inteligência do seu interlocutor. 
O agente desta categoria  usa de modo especialmente ferino as  “disposições” e fundamentos analisados (em itens específicos do Burlesco), tendo como principal  postura “ficar desobrigado da necessidade de experimentar sentimentos penosos”. Através de  dialética ideológica   provoca contrariedades e raiva na cabeça das pessoas, não tendo complacência nem com aquelas que se encontram em estado carente, moral e psicologicamente.
Em sua leitura de contextos, o Gozador pode até  explorar o efeito da catarse como forma de  liberação de afetos represados ou satisfação de desejos mórbidos, resultantes de fatos penosos ou acontecimentos traumáticos, processo que ele realiza com a dramatização da vingança, do choro, acesso de raiva ou uso burlesco da palavra. O uso da catarse pelo Satírico, chega a ter a aceitação das pessoas quer pela acepção terapêutica de libertar o homem dos efeitos doentios de fatos penosos ou acontecimentos traumáticos, quer pelo próprio espírito maldoso dessas pessoas.

O gozador deve preservar um bom nível intelectual e de criatividade em suas ações, sob pena de tornar-se insolente, gracejador e destruidor e por isto ser  chamado de gozador barato, espécime muito freqüente em ambientes onde imperam o espírito de concorrência e a falsidade.      
(j_nagado - 09.05.2012)