Cassio Carvalheiro

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

2.4.1 REVENDO COMPORTAMENTOS - Sigmundo Freud – (cont)


Sigmundo Freud – Posturas 

O Cômico, o Humor e o Chiste
Em “Os dez amigos de Freud”, (Rouanet, Sérgio Paulo –– São Paulo: Companhia das Letras, 2003), ref. (17), o autor comenta a obra de Mark Twain enquanto fonte de exemplos e justificativas dos comportamentos conforme as teorias freudianas, que entre outras coisas identificou “posturas” relacionadas com  o Cômico, o Humor e o Chiste, que no Burlesco,  estão associadas a estilos de comportamentos (burlescos), dos quais falaremos mais adiante.
Assim,
- representamos o Cômico quando tentamos colocar do nosso lado o julgamento crítico do interlocutor.
- mostramos o Humor quando nos desobrigamos da necessidade de experimentar -sentimentos penosos.
- exibimos o Chiste  quando procuramos nos desembaraçar do julgamento crítico do interlocutor.
O inconsciente e o chiste
Para Freud o Chiste é um compromisso entre os impulsos localizados no inconsciente e as exigências do pensamento crítico e tem como objetivo básico proporcionar o prazer. Dessa relação do inconsciente com os chistes (piadas e gracejos) resultariam as piadas inócuas e as tendenciosas.
As piadas inócuas, como os jogos de palavras, representação pelo oposto, condensação, etc. nos proporcionam prazer apenas por causa das técnicas utilizadas para formá-las, e consistem  basicamente nos mesmos processos utilizados pela censura para gerar o conteúdo manifesto dos sonhos. Nestes, os desejos são confrontados com a censura através de associações da mente, usando grande poder de condensação de idéias e deslocamentos para sentidos presumivelmente oposto das idéias das críticas.
Já as piadas tendenciosas são aquelas que tendem a cumprir alguma finalidade, e o seu objetivo é a satisfação de desejos inconscientes,
A formação de um chiste e sua constituição como o pensamento expresso por ele gera satisfação e nos fazem rir e ainda com mais intensidade neste caso, em que a piada cumpre um propósito ou uma "tendência" embutido no pensamento expresso pelo chiste.
Segundo Freud, piadas constituem uma forma de nos libertarmos de nossas inibições para expressar instintos agressivos, sexuais, cinismo, etc., que, de outra forma, não seriam levados ao nível consciente.
 Percebemos como as piadas nos livram de nossas inibições quando rimos, por exemplo, de uma piada de conteúdo sexual, bem contada, com o rigor da  técnica que torna esse conteúdo uma piada. Caso contrario, provavelmente não riremos, e o contador será qualificado apenas como uma pessoa de mente "suja". A piada bem elaborada, de maneira geral o é,  quanto mais velada for a expressão  do seu conteúdo.
Freud ilustra com um chiste, como uma pessoa subalterna se livra das inibições, ao atacar uma pessoa superior a quem se dirige como ao expressar conteúdo sexual envolvendo a mãe deste. (j_nagado)

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