Cassio Carvalheiro

quarta-feira, 3 de julho de 2013

B&F - 005.2013 – “CRICA” E A DIALÉTICA DA ALTERIDADE (HEGEL)-4

B&F - 005.2013 – “CRICA” E A DIALÉTICA DA ALTERIDADE (HEGEL)-4   

Vejamos algumas situações onde a lógica e familiaridade (senso comum) são substituídas pela hipostasia e exaltação, elementos inerentes à relação entre o Crica e a Dialética da Alteridade.
O Crica em grande escala. (de “Crica”)
A vítima do Crica é alguém especialmente escolhida por ele, mas pode também atuar com grande eficiência  sobre pequenos grupos   ainda desprevenidos contra sua ação. O Crica que se manifesta para um grande público, ou como denominamos, o Crica em grande escala, existe e tem suas peculiaridades, de acordo com a área em que atuam. Vamos citar o caso de um craque do futebol,  um verdadeiro craque Crica, que passou a Craca do Futebol, para dar um exemplo de atuação do Crica em grande escala.
Os que apreciam o futebol conhecem diversos casos de jogadores de futebol que se intitularam “atletas de Cristo” até serem desmascarados, apanhados no campo ou fora dele, cometendo atos pouco condizentes com aquilo que pregavam.
Um deles, de tanto se dizer  “Atleta de Cristo”, criou na sua própria torcida e nas torcidas adversárias, a imagem do super crica (diferente de super craque). A comemoração de cada gol seu, era uma maneira de chamar a atenção das câmaras da TV para a sua pessoa, com seus gestos exagerados de devoção e agradecimentos a Deus. Era tudo pura hipocrisia, que deixava raivosa a torcida adversária e a própria torcida, desconfiada. Todos sabiam que a qualquer hora ele cairia em desgraça. Era só esperar. E isso aconteceu num jogo do campeonato brasileiro, quando errou um pênalti decisivo.
Outro Crica em grande escala se encontra na política, onde  os sentimentos de indignação são provocados por homens  que ocupam cargos políticos e demonstram total desprezo em relação à opinião pública e à inteligência do povo. Como se explica isso?
Uma dessas explicações foi dada por Machiaveli, Niccolo (1467 – 1527), cuja  doutrina se baseava na independência da política em relação à moral e segundo o princípio de que “os fins justificam os meios”. O Crica Maquiavélico, em sua individualidade final, apresenta uma das matizes psicológicas, que corresponde ao domínio do próximo pelo poder, intimidação ou astúcia.
O livro “O Poder de Mau humor”, de Ruy Castro é rico em frases ditas por homens públicos que atestam essas palavras. Veja alguns exemplos:
Pg. 31 – “É dando que se recebe”. (Roberto Cardoso Alves)
Pg. 142 - “Todo povo é uma besta que se deixa levar pelo cabresto”.
(João Batista Figueiredo)
O Crica do gênero político que mesmo após ter sido desmascarado (filmado botando o dinheiro da corrupção nas meias, ou com as cuecas cheias de dólares)  consegue mostrar uma notável  “cara de pau”, exibindo a face ignominiosa do poder. Acostumado à  impunidade e livre para mascarar a verdade,   vem a público sugerir que são probos e outros é que fazem o trabalho sujo.  Normalmente esse tipo de Crica exagera em suas virtudes, tentando esconder maracutaias tanto na sua vida particular como na vida pública. Um deles justificava o dinheiro sujo  que recebia (escondia) alegando que era “para comprar  panetones para os pobres”, ou que “eram pagamento da venda de produtos agrícolas de sua fazenda”, etc. Estes são Cricas que fazem o povo ficar indignado e alguns até a ferver de raiva. (Já vimos esse filme várias vezes)
Ainda do Livro do Ruy Castro, na página 89, encontra-se esta pérola que justifica o fato de os Cricas políticos não serem condenados.
“Cada um de nós ferve a uma diferente temperatura”. (Ralph Waldo Emerson -1803-1882, poeta e ensaista americano”).
Protestos nas ruas – junho 2013
O brasileiro  percebeu a incongruência entre os  despautérios do Governo e as reais demandas do povo.   Se estamos protestando agora, o mundo inteligente lá no exterior já vem dando gargalhadas  faz bastante tempo, frente à situação vergonhosa a que  Lula, Dilma e PT  vem submetendo quase 200 milhões de brasileiros. 

Para encerrar, com relação aos recentes protestos contra o Governo  nas ruas, o leitor Rubens Stamato  (rubensstamatojr@terra.com.br)  teceu o seguinte comentário na seção FÓRUM OESP de 24.06.2013,: “Devemos é agradecer a Lula, Dilma e ao PT por terem despertado o povo de seu longo estado de sonolência.” (Rubens, obrigado!) 


(José Nagado – 01.07.2013)

2 comentários:

  1. Diante de tantos (as) "cricas", não posso deixar de lembrar o discurso - se é que se pode chamar de discurso - da presidentA Dilma, na recepção do Papa Francisco. Inoportuna e com soberba, querendo puxar para si e para seus aliados fluminenses (Governador e Prefeito)o bom momento da visita Papal, dizendo que o movimento das ruas foram em decorrência dos "avanços dos últimos 10 anos"!! É demais para minha cabeça!!
    Crica mesmo!!!!!

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  2. Caro Nicanor
    Escrever um Blog torna-se uma atividade estimulante quando recebo comentários tão preci(o)sos como o seu, dando-nos a certeza de que nossos leitores foram submetidos a um texto amigável, isto é, contendo todos os elementos necessários para a sua compreensão.
    Seu comentário, ao mesmo tempo em que revela mais um exemplo de atitude “Crica” da presidentA Dilma, reforça a validade do nosso texto – “Crica e a Dialética da Alteridade”.
    Nossos agradecimentos ao Rubens (Forum-OESP) e Nicanor (C.R. SAIL, e blog http://freitasnet.blogspot.com)

    José Nagado (07.10.2013)

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