Cassio Carvalheiro

quarta-feira, 3 de julho de 2013

B&F - 005.2013 – “CRICA” E A DIALÉTICA DA ALTERIDADE (HEGEL) - 1

    B&F - 005.2013 – “CRICA” E A DIALÉTICA DA ALTERIDADE (HEGEL) - 1   

1.    Introdução
Repercutindo ainda o pensamento de Heráclito (v. Pré-Socráticos) iremos fazer uma análise da conexão entre a (ver 3) “Dialética da Alteridade” de  Hegel (Hegel, Wilhelm Friedrich, (1770-1831) e  o “Crica”, um dos Estilos de comportamento definidos no “Burlesco”.   (nota: “Burlesco” e “Crica”, livros citados em postagens no Blog Confrarias do Riso).
Dialética e Alteridade, considerados isoladamente :
Dialética
Heráclito cria uma modalidade de raciocinar, de conhecer o mundo, a  dialética, através da qual  vislumbra a unidade (o uno) pelo viés da contradição: polos opostos (tese e antítese)   constituintes de uma proposição mutuamente relacionada, alcançando-se, ao final, uma visão sintética (síntese) da realidade. (Post 007.2013 – Os Pré-Socráticos -  (Parte  5.2) – O ambiente filosófico dos Pré-Socráticos). (J.N - 28.05.2013)
Alteridade
Alteridade – filos. Qualidade do que é outro. Outro – filos. Atributo de cada ente determinado relativo a todos e a cada um dos entes que não são ele próprio. (“Aurélio”)
Dois significados encontrados no Google :
É ser capaz de apreender o outro na plenitude da sua dignidade, dos seus direitos e, sobretudo, da sua diferença. Quanto menos alteridade existe nas relações pessoais e sociais, mais conflitos ocorrem.
A palavra alteridade possui o sentido de colocar-se no lugar do outro numa relação interpessoal junto com a consideração, valorização, e dialogando com o outro. Isso ocorre com relações étnicas, religiosas, etc. Não há a preocupação de destruição da outra cultura. Quando a prática da alteridade acontece, no modo de agir, de pensar ou falar, o etnocentrismo não vai ser um problema.
2.    O Crica e a alteridade
O estilo Crica, inscrito no Burlesco na categoria de Gozador, revela uma disposição contrária ao que seria a   alteridade nas atitudes e comportamentos nas relações pessoais.
Portanto, poder-se-ia argumentar o desenvolvimento do “Crica” em torno da idéia de (recusa de ) alteridade, mencionada  no  (Post 2.6 – Arquétipos, instintos e Individuação – cont. 2), de 19.04.2012, em Tipos Psicológicos . Ver (5)
3.    Dialética da alteridade – versão burlesca
Essa relação (alteridade) autêntica e substantiva, estancaria a dinâmica positiva do movimento de crescimento das relações, base do pensamento heraclitiano que justifica o (“tudo flui”). Portanto, para que este movimento de crescimento positivo possa acontecer, seria necessária uma força  contrária (negativa), produzida à semelhança  das atitudes e comportamentos do Crica. Esta é a versão burlesca da dialética da alteridade, que iremos considerar nesta análise.   
4.    Ética - (Extrato de “Crica” – Considerações finais) 
O  leitor de “Crica”  poderá estimular conversas em sua roda de amigos, ao discutir como identificar o Crica e reconhecer seu tipo de ação, evitando tornar-se uma de suas vítimas, e sim seu implacável carrasco.
A divulgação de ato danoso do Crica, embora  seja uma ação desejada  por qualquer de suas vítimas, qualquer que seja o autor e a obra, merece uma consideração ética, como aquela apresentada no Prefácio (“as três peneiras”), sobre se  convém contar, se resolve alguma coisa, se ajuda a comunidade e além disso, se pode melhorar o planeta,. 
Um olhar crítico do leitor poderá levá-lo a uma avaliação mais branda   do Crica dentro da  sociedade, pois a reflexão baseada nos resultados do  seu comportamento no contato  com o “outro”,  levará o leitor a perceber novas potencialidades de crescimento do ser humano. Isto cria um dilema  em relação á versão burlesca da  dialética da alteridade: o Crica e a vítima irão perceber esse crescimento, como algo que  só se torna consciente  com a inferência do contato externo?

(continua)

Nenhum comentário:

Postar um comentário