2.4.3 LASTRO CONCEITUAL - Bio genética - cont. (3)
Bio
Genética
“Genoma Humano: Parcos 30.000 genes. Revelado o
segredo do comportamento humano”. Esta manchete saiu em jornais do Brasil, e
repercutia a notícia do jornal britânico “Observer” de 11 de fevereiro de 2001.
A manchete, corrigindo para 30.000 a quantidade de genes do genoma humano, de
cerca de 100.000 genes admitida até o mês anterior, trouxe à tona um século de
debates repetitivos sobre ambiente
versus hereditariedade, e abriu o debate natureza versus criação, entre geneticistas (hereditarianistas ou
naturistas), e de outro lado, empiristas (também às vezes chamados de ambientalistas
ou criacionistas).
Debate inútil, pois nem os novos 30.000 genes
significam estatisticamente “parcos
genes” e nem a natureza supera a
criação na influência sobre os atos humanos, isto é, os cientistas concordam
que os genes influenciam o comportamento humano assim como o comportamento
humano influencia os genes, porém “Nossa inteligência, imaginação, empatia e
percepção passaram a existir gradual e inexoravelmente, mas não com o auxílio
da cultura. Eles tornaram a cultura possível, mas não o contrário” RIDLEY, Matt
- O que nos faz humanos – genes, natureza e experiência (ref..21)
Em meados do século XX, era heresia falar em mente
animal e falar em instintos humanos. Antropólogos e sociólogos ignoravam as
descobertas animais, considerando-as irrelevantes, e, com ênfases no peculiar
atributo humano chamado cultura, condenaram toda aquela conversa de instinto
humano. A diferença, não a similaridade, era tudo. Quando (ref. 24) Desmond
Morris falou das similaridades em seu livro “O macaco nu”, em 1967, foi
desprezado como sensacionalista pela maioria dos que estudam a humanidade.
Não iremos aporrinhar o leitor com descrições dos
genomas definidores dos comportamentos estapafúrdios em sua família, que poderiam ser
justificados por patrimônio genético herdado de seus
ancestrais, mas que sua família atribui à luta pela sobrevivência ou coisa do
gênero. Aliás, fala-se muito que a descoberta de genes que influenciam o
comportamento vem animando advogados a justificar crimes cometidos pelo destino
genético de seus clientes:
‘Não foi sua opção. Não foi culpa dele, meritíssimo,
está em seus genes”.
Retomando como viés daquele princípio do positivismo
lógico, que afirma que “o significado de
(um comportamento burlesco) uma proposição
é dado na sua verificação (no
riso do interlocutor)”, concluímos que “Todas essas brilhantes teorias
utilizam-se de específicas realidades de linguagem (social, biológico, físico,
etc), cada qual procurando fazer o sentido do comportamento humano convergir
para a fronteira entre tudo aquilo que constitui um estado de coisas dessa
realidade e de outro lado, tudo que
designa ou exprime esse estado de coisas”. (j.nagado – out / 2008)
(j_nagado – 06.03.2012)
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