Cassio Carvalheiro

quinta-feira, 8 de março de 2012

2.4.3 LASTRO CONCEITUAL - Bio genética - cont. (3)


2.4.3 LASTRO CONCEITUAL  - Bio genética - cont. (3)

Bio Genética
“Genoma Humano: Parcos 30.000 genes. Revelado o segredo do comportamento humano”. Esta manchete saiu em jornais do Brasil, e repercutia a notícia do jornal britânico “Observer” de 11 de fevereiro de 2001. A manchete, corrigindo para 30.000 a quantidade de genes do genoma humano, de cerca de 100.000 genes admitida até o mês anterior, trouxe à tona um século de debates repetitivos sobre  ambiente versus hereditariedade, e abriu o debate natureza versus criação,  entre geneticistas (hereditarianistas ou naturistas), e de outro lado, empiristas (também às vezes chamados de ambientalistas ou criacionistas).
Debate inútil, pois nem os novos 30.000 genes significam estatisticamente “parcos  genes” e nem a natureza supera  a criação na influência sobre os atos humanos, isto é, os cientistas concordam que os genes influenciam o comportamento humano assim como o comportamento humano influencia os genes, porém “Nossa inteligência, imaginação, empatia e percepção passaram a existir gradual e inexoravelmente, mas não com o auxílio da cultura. Eles tornaram a cultura possível, mas não o contrário”  RIDLEY, Matt  - O que nos faz humanos – genes, natureza e experiência  (ref..21)
Em meados do século XX, era heresia falar em mente animal e falar em instintos humanos. Antropólogos e sociólogos ignoravam as descobertas animais, considerando-as irrelevantes, e, com ênfases no peculiar atributo humano chamado cultura, condenaram toda aquela conversa de instinto humano. A diferença, não a similaridade, era tudo. Quando (ref. 24) Desmond Morris falou das similaridades em seu livro “O macaco nu”, em 1967, foi desprezado como sensacionalista pela maioria dos que estudam a humanidade.
Não iremos aporrinhar o leitor com descrições dos genomas definidores dos comportamentos estapafúrdios  em sua família, que poderiam ser justificados  por  patrimônio genético herdado de seus ancestrais, mas que sua família atribui à luta pela sobrevivência ou coisa do gênero. Aliás, fala-se muito que a descoberta de genes que influenciam o comportamento vem animando advogados a justificar crimes cometidos pelo destino genético de seus clientes:
‘Não foi sua opção. Não foi culpa dele, meritíssimo, está em seus genes”.
Retomando como viés daquele princípio do positivismo lógico,  que afirma que “o significado de (um comportamento burlesco) uma proposição  é  dado na sua verificação (no riso do interlocutor)”, concluímos que “Todas essas brilhantes teorias utilizam-se de específicas realidades de linguagem (social, biológico, físico, etc),  cada qual procurando fazer o sentido do comportamento humano convergir para a fronteira entre tudo aquilo que constitui um estado de coisas dessa realidade  e de outro lado, tudo que designa ou exprime esse estado de coisas”. (j.nagado – out / 2008)
(j_nagado – 06.03.2012)

Nenhum comentário:

Postar um comentário