B&F – 002.2013 – Slavo Zizek
MARCUS QUINTAES, psicólogo
junguiano autor de “Letras Imaginativas: Breves ensaios de
Psicologia Arquetípica", (Editora
Paulus – 2010) , em
19.06.2012, linkando no FACEBOOK – licburlesco.blogspot.com nos apresentou Zizek de forma bem
sucinta:
Ideologia.
zé, vc já leu Zizek? acho que vc vai curtir seu pensamento
sobre a questão.
www.facebook.com/jose.nagado - respondeu
Foi muito interessante e oportuna a leitura de Zizek,
exposta por Eduardo Barbosa Parra – PIBIC / CNPq em “A Construção Contemporânea
da Ideologia Cínica” – 4º.Encontro de Pesquisa na Graduação em Filosofia da
UNESP.
Apreciei sua tese ideológica anti – totalitária: “(...) a origem do totalitarismo é um apego dogmático à palavra oficial: a falta do riso, do desprendimento irônico” (ZIZEK, 1999b, p.311). Ao nosso ver, em relação ao Burlesco, Zizek estabelece o senso de homologia entre a postura ‘(desprendimento irônico da ideologia) e a “posição cínica que conhece a realidade à qual está inserida e continua a agir como se não soubesse”.
Apreciei sua tese ideológica anti – totalitária: “(...) a origem do totalitarismo é um apego dogmático à palavra oficial: a falta do riso, do desprendimento irônico” (ZIZEK, 1999b, p.311). Ao nosso ver, em relação ao Burlesco, Zizek estabelece o senso de homologia entre a postura ‘(desprendimento irônico da ideologia) e a “posição cínica que conhece a realidade à qual está inserida e continua a agir como se não soubesse”.
Nota 1:
Na postagem - ESTEREÓTIPOS
E BARTHES – 04 (conclusão) , mostramos resumidamente a relação
entre os conceitos de mitos, estereótipos e ideologias.
Chamamos a atenção para a função
heurística dos (mitos) estereótipos através dos quais podemos avaliar o
personagem burlesco com a profundidade de seus conflitos, a
superficialidade de suas alegrias e o peso de suas perdas, que regula seu
comportamento ou acusa seus problemas psicológicos. Além de ajudá-lo a
desfrutar o burlesco, o conceito de mitos oferece um meio para a leitura (semiótica) contextualizada de atitudes e cursos de ação alternativos e as conseqüências
para o personagem e dessa forma, também para o próprio leitor! Esta é uma
função terapêutica do Burlesco, possibilitada pela satirizarão das “falas”
donde se extraem “ideologias” nem sempre bem esclarecidas do falante.
APRESENTAÇÃO (ref. Revista
Filosofia Ano V – No.61 – julho/2011)
Slavoj Zizek, filósofo,
psicanalista e um dos principais teóricos contemporâneos, veio ao Brasil em
Maio de 2011 para lançar seu excelente livro “Em Defesa das causas perdidas”
pela Boitempo Editorial
O autor é
apresentado com seu “estilo sempre
contestador e sagaz”. Žižek desfaz ponto a ponto a trama das análises prontas e
desgastadas, elaborando sua defesa das causas perdidas para, de acordo com ele,
não “defender, como tal, o terror stalinista, mas tornar problemática a tão facilzinha
alternativa democrático-liberal”.
“De acordo com o jurista e filósofo Alysson
Leandro Mascaro, que assina o prefácio da obra, Žižek faz a passagem entre a
constatação factual e a plena intervenção política, alcançando o estágio que
denota a maturidade política de um filósofo: o apontar dos caminhos”.
“Tudo isso sem deixar de lado as provocações
que o tornaram conhecido do grande público, articulando Lacan, Hegel e Marx, o
cinema, a música, a cultura popular e os objetos de consumo”.
Nota 2
Na entrevista de Zizek à Revista Filosofia,
de julho de 2011, comentários ressaltam a veia burlesca de Sizek.
- Eventos como o holocausto e o Gulag
mostram, como dizia Kant (1724-1804), que o progresso talvez não tenha
ocorrido. (Nota 2.1. Cômico: Kant extemporâneo)
- Parece-me muito mais apropriado do que esta instância flexível de praticar o que, no darwinismo contemporâneo, se tem chamado de exaptação.(Nota 2.2. Ideológico: Filosofismo)
- Não confio na idéia de comunismo como um retorno (num nível mais alto) a formas pré-modernas de vida comunal, ou a idéia de que nós podemos nos apoiar nessas formas como uma defesa contra as forças corrosivas da modernização. (Nota 2.3: v.Figuras de Expressão de Mitos)
Na postagem - ESTEREÓTIPOS E BARTHES –
03 (continuação) - Roland
Barthes trata os Mitos como
formas de ideologias e em suas Mitologias (Barthes, Roland. Mitologias. 2003), define o “ninismo”
como uma das sete figuras de expressão de mitos.
O
ninismo (nem - nem ismo): Consiste em colocar dois contrários e
equilibrar um com o outro, de modo a poder rejeitar os dois.(não quero isto nem
aquilo). Recusam-se igualmente termos para os quais uma escolha era
difícil e foge-se do real intolerável.
Nota 3 : Emergente ativista (conf. Burlesco)
O título do livro “Em defesa das causas perdidas” nos faz
lembrar o Gozador, estilo “ Emergente ativista” e aspectos desse perfil que poderemos
conferir com auxílio do breve resumo desse Estilo descrita no Burlesco (dezembro/2011), parece aderir de forma
interessante ao perfil de Sizek.
No Burlesco, como estilos complementares entre si, incluímos o Emergente Ativista
(3) e o Bizarro (4), o primeiro ao
abraçar uma causa (ainda que errada) do contexto (“para que fazemos isso”) e o
segundo, ao tirar proveito, certamente
egoísta, do contexto (“porque chegamos a isso”)
O estilo do emergente ativista lembra o militante do ativismo
filosófico, doutrina marcada por
qualquer tipo de oposição entre a ação e os domínios diversos do
conhecimento, e que dá primazia à ação, com maior ou menor radicalismo, em
diferentes graus e preocupações filosóficas,
sociológicas e antropológicas.
Demonstra alto senso de preocupação com a sua própria biografia e
tendência para se apossar de uma personalidade fictícia e desempenhar
papel que não combina com a realidade, isto é, vive de representar.
O “emergente” fica por conta do seu hábito de aparecer
repentinamente, em momentos especiais de
tensão ou em que o público espera ouvir palavras salvadoras ou ver “a luz no
fim do túnel”.
O estilo do emergente ativista vincula sua atuação a uma
colagem orgânica a um personagem (fictício) que se opõe a
convicções alheias principalmente nos campos da filosofia, Sociologia,
antropologia, e qualquer outro conhecimento ou faculdade que excite seu poroso
(permeável, maleável) cérebro.
Discutir com um emergente ativista nos faz sentir na pele o calor
da ignorância misturada com a admiração dele pelos motivos errados (compra a
briga errada), ou no mínimo, ambíguos.
Isto o torna rejeitado no ambiente dos debates reais, ao procurar respostas baseadas em atitudes de
defesa amparadas pela imagem do outro,
como por exemplo:
- revela seus próprios
impulsos, seus conflitos internos, apossando-se de um fato ou de uma
característica alheia ou considera - os proveniente de outrem, e mais
generalizadamente do mundo externo.
- Transfere seu sentimento para outro
indivíduo, que recebe o ônus da responsabilidade dos seus atos, estribado numa
identificação inconsciente.
Fim. Bom carnaval a todos. (José Nagado – 06.02.2013)
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