ESTEREÓTIPOS
E BARTHES – Confrarias do Riso – Trasmontano - 002.2012
Crítico atento e bem humorado, JC sugere a necessidade
de esclarecimentos de fragmentos e citações de textos do
Burlesco, expostos muitas vezes de forma
incompleta, ou carentes de informações ainda não disponíveis.
From: jcneves45@yahoo.com.br
To: j_nagado@hotmail.com
Caro José
Gostaria muito de fazer um comentário consistente sobre os últimos
textos que postaste sobre a teoria de Barthes, mas não me sinto capaz de
fazê-lo. As definições casam com o sentimento que tenho de cada uma das
doutrinas e me parecem coerentes e sensatas. Não tenho, entretanto, a
profundidade de conhecimento nem para avalizá-las, nem para
rechaçá-las; afinal, Barthes é Barthes, para usar o ninismo e a tautologia. ...
JC - 26/06/12
De: José Nagado
<j_nagado@hotmail.com>
Para: jose neves <jcneves45@yahoo.com.br>
Enviadas: Sexta-feira, 29 de Junho de 2012 19:54
Para: jose neves <jcneves45@yahoo.com.br>
Enviadas: Sexta-feira, 29 de Junho de 2012 19:54
Caro José,
Sua apreciação é muito valiosa, pois não
devem pairar dúvidas sobre os conceitos apresentados
no Blog.
Assim, vale a pena esclarecer em poucas
palavras a relação entre ESTEREÓTIPOS identificados com IDEOLOGIAS
nas “falas” que constituem os MITOS.
- Os estereótipos identificados nos
Mitos por Roland Barthes são vistos como formas de dominação ideológica.
- O conceito crítico (de Marx) de
ideologia como distorção, justifica a necessidade de combater os estereótipos
presentes nas “falas”.
- As figuras de expressão dos Mitos
reconhecidas por Barthes (v. no blog) representam uma coletânea de estereótipos identificados com freqüência na
fala de algumas pessoas, identificando - lhes tendências para um estilo burlesco. Tome-se como exemplo a
figura da “Vacina” que consiste em
confessar o mal acidental de uma instituição de classe, para camuflar o seu mal
indispensável, utilizada pelo senador Roberto Cardoso Alves: “É dando que se recebe”.
A origem da idéia de Fundamentos Mitológicos, no Burlesco, está associada ao
uso de Mitos com o objetivo de direcionar ideologicamente indivíduos de uma
sociedade, alinhado com o conceito de Mitologia, desenvolvido por Roland
Barthes (1915 -1980), sob os auspícios do vínculo entre o Estruturalismo (da
década de 1950) e a Semiologia.
Nesta concepção, o mito foi considerado como a
designação de falsas evidências de fatos que o senso comum trata como natural,
mascarando realidades e neste sentido, perfeitamente histórica, caracteriza um
abuso ideológico dissimulado. Barthes trata os Mitos como forma de ideologia,
uma ferramenta de dominação burguesa, como vimos em – “a Ordem”, postada em ESTEREÓTIPOS E BARTHES – 03
(continuação).
No texto do Burlesco (40 páginas) procuramos
esclarecer a origem dos “fundamentos mitológicos” do burlesco a partir de uma
abordagem da ciência geral dos signos e da semiose que
estuda todos os fenômenos culturais como se fossem sistemas sígnicos, isto é,
sistemas de significação, constituídos de dois planos complementares - a
saber, a sintaxe ou a “forma” (ou "significante") e à semântica
relativa ao "conteúdo" (ou "significado").
A Semiologia é considerada mais
abrangente que a lingüística, esta limitada ao estudo dos signos lingüísticos,
ou seja, do sistema sígnico da linguagem verbal. Esta ciência (Semiologia) tem
por objeto qualquer sistema sígnico – Artes visuais, Música,
Fotografia, Cinema, Cinema, Culinária, Vestuário, Gestos, Religião, Ciência,
Etc.
Consideramos, portanto, a inserção dos Fundamentos
Ideológicos de forma generalizada dentro da estrutura do Burlesco,
partindo-se do significado de Ideologia como (em filosofia) um
conjunto articulado de idéias, valores, opiniões, crenças, etc., que expressam
e reforçam as relações que conferem unidade a determinado grupo social (classe,
partido político, seita religiosa, etc) seja qual for o grau de consciência que
disso tenham seus portadores, ou (em Política) como sistema de idéias
dogmaticamente organizado como um instrumento de luta política, ou como um
conjunto de idéias próprias de um grupo, de uma época, e que traduzem uma
situação histórica. (nesta acepção: ideologia burguesa).
Portanto,
- O Burlesco generaliza e utiliza o
conceito de Ideologia como protocolo dos fundamentos Mitológicos, Teológicos,
Filosóficos e Morais.
Considerado textualmente por JC, as sete figuras de expressão dos mitos
(Barthes) têm sua expressão no humor popular.
O ninismo(5) e a tautologia (4) representam
expressões de estereótipos conhecidos ou de mentiras repetidas ao
infinito, como acontece com as estórias que nos falam do Pelé. Ou da descoberta
do Brasil por Cabral. Ou do Mensalão, por Lula e seus Asseclas. Existe muita
coerência nisso. Ou como dizia Nelson Rodrigues: “Toda coerência é, no mínimo,
suspeita”. (constatação-7)
No momento, o (mau
humor do) amigo Trasmontano, após a derrota (dia 26.06) da seleção de
futebol de Portugal perante a da Espanha, pela EUROCOPA da UEFA, não admitirá (omissão da história-2) comentar
o embate esportivo sem colocar em evidência a “fabulosa vitória de Portugal
perante a Espanha em Aljubarrota – (1483)!!”.
O texto completo dos Fundamentos Ideológicos será
editado no Burlesco, com o acréscimo das “expressões do mito” citadas na postagem
– ESTEREÓTIPOS E BARTHES – (03)
P.S Console o amigo Trasmontano pela derrota de
Portugal perante a Espanha no futebol.
Bom fim de semana! Abraços/JN
=======================================================================
De: José Nagado <j_nagado@hotmail.com>
Para: jose neves <jcneves45@yahoo.com.br>
Terça-feira, 3 de Julho de 2012 0:45
Para: jose neves <jcneves45@yahoo.com.br>
Terça-feira, 3 de Julho de 2012 0:45
José,
O amigo Trasmontano reage: “Portugueses vencem
Espanhóis em Aljubarrota!” (O Trasmontano vai acabar me detestando
por esta brincadeira!).
Portugal venceu em Aljubarrota e isto aconteceu faz
muito tempo (1483), mas os castelhanos de hoje, lembraram do desejo de Castela anexar Portugal,
principalmente meio time da seleção espanhola, que é de Barcelona, que fica,
por acaso, na região de Castela.
Voltando ao sério(!!), achei interessante postar no blog os
esclarecimentos suscitados por seu e-mail e o comentário (e resposta) ao
Marcus, no Facebook.
Pá, abraços! e obrigado !
José
=======================================================================
José,
bom dia!
... a
postagem é interessante, e faz jus ao foco do Blog, vá em frente!
.....E
já que estou a escrever na linguagem do Trasmontano,
Uma
forte mãozada e bem hajas
JC - 03/07/12
=======================================================================
Nenhum comentário:
Postar um comentário