Cassio Carvalheiro

quarta-feira, 4 de julho de 2012

ESTEREÓTIPOS E BARTHES – Confrarias do Riso – Trasmontano - 002.2012


ESTEREÓTIPOS E BARTHES – Confrarias do Riso – Trasmontano -  002.2012
Crítico atento e bem humorado,  JC sugere a necessidade  de esclarecimentos  de fragmentos e citações de textos do Burlesco,  expostos muitas vezes de forma incompleta, ou carentes de informações ainda não disponíveis.

Tue, 26 Jun 2012 14:04:27 -0700
From: jcneves45@yahoo.com.br
To: j_nagado@hotmail.com
Caro José

Gostaria muito de fazer um comentário consistente sobre os últimos textos que postaste sobre a teoria de Barthes, mas não me sinto capaz de fazê-lo. As definições casam com o sentimento que tenho de cada uma das doutrinas e me parecem coerentes e sensatas. Não tenho, entretanto, a profundidade de conhecimento nem para avalizá-las, nem para  rechaçá-las; afinal, Barthes é Barthes, para usar o ninismo e a tautologia. ...
JC - 26/06/12


De: José Nagado <j_nagado@hotmail.com>
Para:
 jose neves <jcneves45@yahoo.com.br> 
Enviadas:
 Sexta-feira, 29 de Junho de 2012 19:54

Caro José,
Sua apreciação é muito valiosa, pois não devem pairar dúvidas sobre os conceitos  apresentados no Blog.   
Assim, vale a pena esclarecer em poucas palavras a relação  entre ESTEREÓTIPOS  identificados com IDEOLOGIAS nas “falas” que constituem os MITOS.
- Os estereótipos identificados nos Mitos por Roland Barthes são vistos como formas de dominação ideológica.
- O conceito crítico (de Marx) de ideologia como distorção, justifica a necessidade de combater os estereótipos presentes nas “falas”.  

- As figuras de expressão dos Mitos reconhecidas por Barthes (v. no blog) representam uma coletânea de  estereótipos identificados com freqüência na fala de algumas pessoas, identificando - lhes tendências para  um estilo burlesco. Tome-se como exemplo a figura da “Vacina” que  consiste em confessar o mal acidental de uma instituição de classe, para camuflar o seu mal indispensável, utilizada pelo senador Roberto Cardoso Alves: “É dando que se recebe”.

A origem da idéia de Fundamentos Mitológicos, no Burlesco, está associada ao uso de Mitos com o objetivo de direcionar ideologicamente indivíduos de uma sociedade, alinhado com o conceito de  Mitologia, desenvolvido por Roland Barthes (1915 -1980), sob os auspícios do vínculo entre o Estruturalismo (da década de 1950) e a Semiologia.
Nesta concepção, o mito foi considerado como a designação de falsas evidências de fatos que o senso comum trata como natural, mascarando realidades e neste sentido, perfeitamente histórica, caracteriza um abuso ideológico dissimulado. Barthes trata os Mitos como forma de ideologia, uma ferramenta de dominação burguesa, como vimos em – “a Ordem”, postada em ESTEREÓTIPOS E BARTHES – 03 (continuação).

No texto do Burlesco (40 páginas) procuramos esclarecer a origem dos “fundamentos mitológicos” do burlesco a partir de uma abordagem da ciência geral dos signos e da semiose que estuda todos os fenômenos culturais como se fossem sistemas sígnicos, isto é, sistemas de significação, constituídos  de dois planos complementares - a saber, a sintaxe ou a “forma” (ou "significante") e à semântica  relativa ao "conteúdo" (ou "significado").  
A Semiologia é considerada mais abrangente que a lingüística, esta limitada ao estudo dos signos lingüísticos, ou seja, do sistema sígnico da linguagem verbal. Esta ciência (Semiologia) tem por objeto qualquer sistema sígnico – Artes visuais, Música, Fotografia, Cinema, Cinema, Culinária, Vestuário, Gestos, Religião, Ciência, Etc.

Consideramos, portanto, a inserção dos Fundamentos Ideológicos de forma generalizada dentro da estrutura do Burlesco,  partindo-se do significado de Ideologia  como (em filosofia) um conjunto articulado de idéias, valores, opiniões, crenças, etc., que expressam e reforçam as relações que conferem unidade a determinado grupo social (classe, partido político, seita religiosa, etc) seja qual for o grau de consciência que disso tenham seus portadores, ou (em Política) como sistema de idéias dogmaticamente organizado como um instrumento de luta política, ou como um conjunto de idéias próprias de um grupo, de uma época, e que traduzem uma situação histórica. (nesta acepção: ideologia burguesa).
Portanto,
- O Burlesco generaliza e utiliza o conceito de Ideologia como protocolo dos fundamentos Mitológicos, Teológicos, Filosóficos e Morais.

Considerado textualmente  por JC, as sete figuras de expressão dos mitos (Barthes) têm sua expressão no humor popular.
O ninismo(5) e a tautologia (4) representam expressões  de estereótipos conhecidos ou de mentiras repetidas ao infinito, como acontece com as estórias que nos falam do Pelé. Ou da descoberta do Brasil por Cabral. Ou do Mensalão, por Lula e seus Asseclas. Existe muita coerência nisso. Ou como dizia Nelson Rodrigues: “Toda coerência é, no mínimo, suspeita”. (constatação-7)

No momento,  o (mau humor do) amigo  Trasmontano, após a derrota (dia 26.06) da seleção de futebol de Portugal perante a da Espanha, pela EUROCOPA  da UEFA, não admitirá (omissão da história-2) comentar o embate esportivo sem colocar em evidência a “fabulosa vitória de Portugal perante a Espanha em Aljubarrota – (1483)!!”.

O texto completo dos Fundamentos Ideológicos será editado no Burlesco, com o acréscimo das “expressões do mito” citadas na postagem – ESTEREÓTIPOS E BARTHES – (03)

P.S  Console o amigo Trasmontano pela derrota de Portugal perante a  Espanha no futebol.

Bom fim de semana! Abraços/JN


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 De: José Nagado <j_nagado@hotmail.com>
Para:
 jose neves <jcneves45@yahoo.com.br> 
Terça-feira, 3 de Julho de 2012 0:45

José,

O amigo Trasmontano reage: “Portugueses vencem Espanhóis em Aljubarrota!” (O Trasmontano vai acabar me detestando por esta brincadeira!).
Portugal venceu em Aljubarrota e isto aconteceu faz muito tempo (1483), mas os castelhanos de hoje, lembraram do desejo de Castela anexar Portugal, principalmente meio time da seleção espanhola, que é de Barcelona, que fica, por acaso, na região de Castela. 

Voltando ao sério(!!), achei interessante postar no blog  os esclarecimentos suscitados por seu e-mail e o comentário (e resposta) ao Marcus, no Facebook. 

Pá, abraços! e obrigado !

José 

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José, bom dia!

... a postagem é interessante, e faz jus ao foco do Blog, vá em frente!

.....E já que estou a escrever na linguagem do Trasmontano,

Uma forte mãozada e bem hajas

JC - 03/07/12

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