POST 01.2015 – SUPORTE PARA
ESQUETES DE ESTILOS - GOZADOR
Esta postagem fornece informações básicas sobre o Gozador, uma das categorias de Estilos do Burlesco, visando
a redução dos textos dos Esquetes de Estilos do Burlesco.
Os dezessete estilos (17) das categorias do Burlesco – Pobre de Espírito,
Gozador, Espirituoso e Genial serão apresentados na forma de esquetes. (Ver POST 17.2013 - ORGANIZAÇÃO DOS ESQUETES DE ESTILOS
http://licburlesco.blogspot.com/2014/04/post-172013-organizacão-dos-esquetes-de.html)
Observe-se que os esquetes irão manter sua sequência na forma: Post XX.2013.
GOZADOR – Estilos
O estilo burlesco praticado pelo
indivíduo da categoria Gozador, mostra como ele sente prazer íntimo,
delicia-se, ri, do ato de alguém ou fato acontecido a outro, e
avacalha com instituições e valores da sociedade em que vive. Costuma
tirar proveito para si fazendo gozações ou ridicularizando as fraquezas
humanas, hábitos e costumes.
Aqui,
marcadores de estilos (entre parênteses) lembram a diversidade de comportamentos dos agentes de Estilos da Categoria Gozador. Modernamente
chamaremos de “hashtags”,
como por exemplo: #sarcasmo, #filosofia
popular, etc.
a. Satírico - (sarcasmo: Ironia amarga, um modo de falar no qual o que
se diz é o oposto do que se pensa).
b. Intelectual de botequim – (uso de filosofia popular)
c. Emergente Ativista - (“para que fazemos isso”) – (*)
d. Bizarro – (“por que chegamos a isso”) – (**)
e. Tergiversador – (esperteza deslocada)
f. Crica (maldade - criador de
casos, chato e maldoso) - (***)
Esta categoria em geral é
caracterizada pelo Princípio do prazer. – “Tendência da atividade psíquica a
buscar a satisfação e evitar o pesar, sem levar em conta a realidade”,
incluindo-se práticas de indivíduos que lutam grotescamente para adquirir
consideração e predomínio social, procurando levar vantagem sobre o outro,
utilizando muitas vezes de recursos menos nobres, como o sarcasmo do
Satírico (a) ou a maldade do Crica (f), desprezando o senso de sociabilidade
e de humanidade.
Como estilos complementares entre si,
consideramos o Emergente Ativista (c) e o Bizarro (d): o primeiro ao
abraçar uma causa (ainda que errada) do contexto (“para que fazemos isso”) e o
segundo, ao tirar proveito, do contexto, certamente egoísta (“porque chegamos a
isso”).
Observamos também que o Intelectual
de botequim (b) e o Tergiversador (e) se contrapõem, o primeiro, pela
inteligência fina ao levar seu interlocutor a acreditar em seus argumentos
baseados na filosofia popular e o segundo, pela esperteza deslocada, isto
é, aquele que se julga capaz de ludibriar a inteligência do seu
interlocutor.
O agente desta categoria usa de
modo especialmente ferino as “disposições” e fundamentos ideológicos (mitos) do
Burlesco, tendo como principal postura “ficar desobrigado da necessidade
de experimentar sentimentos penosos”. Assim, abusando de ideologias fantasiadas
de mitos, provoca contrariedades e raiva na cabeça das pessoas, não tendo
complacência nem com aquelas que se encontram em estado carente, moral e
psicologicamente.
Os estilos Emergente Ativista (c) e Bizarro (d) foram apresentados
nas postagens (*) e (**) abaixo, usando dessa postura ao qual eles se auto definem
como “descolada”:
(*) Emergente Ativista. (#para que fazemos isso)
O título do livro “Em defesa das causas perdidas” nos faz lembrar o “Emergente
ativista”, e, aspectos desse perfil, aderem literalmente ao perfil do filósofo Slavo Zizek,
imagem sugerida, intencionalmente ou não, pela entrevista que originou a
postagem de 06.02.2013: B&F – 002.2013 – Slavo Zizek (filósofo)
Discutir com um emergente ativista nos faz sentir na pele o calor da
ignorância misturada com a admiração dele pelos motivos errados (compra a briga
errada), ou no mínimo, ambíguos. Esta foi a imagem sugerida pela entrevista,
em relação ao filósofo Zizek.
O “emergente” fica por conta
do seu hábito de aparecer repentinamente, em momentos especiais de tensão, em
que o público espera ouvir palavras salvadoras ou ver “a luz no fim do túnel”. Nem palavras salvadoras e nem a claridade no fim do túnel será a
contribuição do emergente ativista, joguete infeliz no “estado de coisas” em
que se meteu. Confira o “ninismo”, uma das figuras de expressão criada por Roland Barthes,
e que identifica um estereótipo mítico bastante evidente nos dias de hoje.
(Estereótipos do Poder - B&F – 006.2013.01
– Estereótipos – Mitos e Ideologias - 15.06.2014)
(**) Bizarro. (# “Porque
chegamos a isso”)
O escritor, poeta e
teatrólogo irlandês Oscar Wilde (1856-1900), ratificou de forma mordaz e
picante esta afirmação “Porque chegamos a isso”, ao considerar as mensagens
que as pessoas transmitem ao público, quer tenham consciência disso ou não, ao dizer: “Apenas as pessoas
superficiais não julgam pelas aparências”.
Nesse contexto, o indivíduo (o Bizarro) opera uma mudança de
perspectiva para levar as pessoas a acreditarem como fato
natural, falsas evidências que o estilo Bizarro construiu para
si.
V. postagem de 24.05.2013: Categorias e Estilos do Burlesco: Gozador
Bizarro.
O estilo Bizarro
O vídeo de uma cerveja (X) Argentina com um
título (“O que sabe, sabe!”) por si só bastante sugestivo, nos ajudou a
identificar o estilo Bizarro, no personagem que deveria mostrar que “o que sabe,
bebe a cerveja X”.
A peça começa com três jovens (argentinos, sim!)
conversando e tomando cerveja num “pub”, quando um deles toma seu último gole
naquele copo triplo de cerveja e se despede jogando no pescoço um par de
sapatilhas de balé!!
Resumindo: Apesar do preconceito que envolve
qualquer rapaz que faça balé, a peça promocional da cerveja
conseguiu mudar favoravelmente o julgamento crítico que os dois jovens
poderiam fazer a esse amigo descolado, antepondo um comportamento
superficialmente delicado a uma realidade certamente masculina, quanto à
escolha da cerveja (“o que sabe, sabe”) além de provar, de forma bizarra,
que “MACHO QUE É MACHO, FAZ BALÉ!!!.
A propaganda nos leva ao Princípio de
Razão Suficiente, segundo Leibnitz – “Não há que não tenha uma razão de ser ou
existir”, ou Kant – “Tudo o que existe tem uma razão de ser”, mostrando com
muita sutileza que o rapaz utiliza a Razão como a faculdade de conhecer o real
por oposição ao que é aparente ou acidental, outra visão filosófica desse
princípio. Eis o estilo Bizarro, Argentino, claro!
O estilo Crica
(***) Crica (um livro a ser editado brevemente).
A expressão burlesca do estilo Crica (#maldade) vista no
Esquete já postado
- Post 11.2013 – Esquetes: Crica – Fair Play no Tênis, é bastante diferenciada da expressão do estilo Satírico (#sarcasmo), do qual
trataremos neste esquete.
O estilo Satírico
Em sua forma hegemônica no Burlesco, o Satírico é um ser isento de
preconceitos ou amarras. Apresenta-se com total liberdade de comportamento, em
qualquer situação ou “estado de coisas” em que estiver metido. (ou envolvido).
A irreverência satírica mostra um caráter
denunciador e moralizador, muitas vezes eivado da consciência mítica, criada (muitas
vezes) pelo próprio agente do estilo perante o público. Busca, assim, atacar
seus inimigos (reais ou imaginários) com falas ou atos histriônicos com os
quais visa "castigá-los” pelo riso. Tal caráter denunciador revela-se
essencialmente paródica, construindo-se através do rebaixamento ou
desqualificação de pessoas (reais ou fictícias), em geral de hierarquia acima
daquela desfrutada pelo agente, da deturpação
de convenções do conhecimento de
uso público, que deveriam ser tratadas com a devida coerência e bom senso, sob
o risco de provocar...o riso.
(José Nagado – 01.02.2015)
Nagado, não está nada fácil, na verdade está cada vez mais perto, chegar a entender e guardar na memória as tuas explanações sobre os diferentes "tipos" burlescos.
ResponderExcluirVá em frente!
Luiz Roberto de Barros Santos
ResponderExcluirAcredito que a apresentação dos estilos burlescos, na forma de esquetes, tem trazido uma simplificação de leitura para o leitor, mas outras informações para esclarecimentos do leitor serão postadas sempre que necessárias.
Nos textos publicados em Confrarias do Riso utilizamos a palavra “burlesco” com o significado de tudo aquilo que faz rir. “Estilo burlesco” diz respeito a um estilo de comportamento que nos faz rir, analisado através de fundamentos (lógicos, ideológicos e comportamentais) e tendências, observados em relação ao agente de determinado estilo, vinculados ao seu caráter. Este conceito (caráter) também é utilizado no modelo estrutural que apresentamos no blog, através do qual nossos leitores irão se aproximar dos (17) estilos de comportamento Burlesco, sem necessidade de memorizar explanações sobre os diferentes estilos burlescos.
Sugiro reler as postagens sobre o modelo estrutural, cujos links apresentamos abaixo:
http://licburlesco.blogspot.com/2014/07/b-0072013-ref-modelo-estrutural-do.htm
POST 01.2013 - MODELO ESTRUTURAL - final (1)
http://licburlesco.blogspot.com/2013/01/post-o12013.html
Luiz, muito obrigado pelo apoio que tem dado a este blog.
abraço/ Nagado
Nagado, finalmente descobri que o problema dos comentários era meu, ou melhor, da configuração do meu Google Chrome. Espero que a partir de agora poderei postar meus comentários normalmente. Este é apenas um teste.
ResponderExcluirAbraços
Freitas
Nicanor, obrigado pela atenção que tem dado a este blog. O texto acima é de fundamental importância para o entendimento do Burlesco, conquanto resume uma das Categorias de Estilos, o Gozador.
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