Cassio Carvalheiro

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

POST 18.2013 – ESQUETES - Gozador - Estilo SATÍRICO: o Técnico de Futebol - 02.02.2015

POST 18.2013 – ESQUETES
Categoria Gozador - Estilo SATÍRICO: o Técnico de Futebol
(Não deixe de ver o Post 01.2015 - Suporte para esquema ...)
O técnico de futebol –T.F (os jogadores o chamam de “professor”)
- Quando um novo T.F é contratado para dirigir um time de futebol profissional, chega como a esperança para o time, em geral desgastado perante sua torcida devido aos maus resultados nos últimos campeonatos de que participou.
É certo que esse T.F traz conquistas na bagagem que lhe deram momentos felizes em um pequeno clube e o direito de pleitear a direção técnica de um grande time. Sem constrangimento, pessoal ou ético, ele já havia declarado que aceitaria dirigir um certo time   cujo técnico se encontrava em vias de perder o cargo. Como a história se repete desde que conhecemos o futebol, foi isto mesmo que aconteceu. 
Agora, como T.F de um grande clube sente na pele o receio de ser despedido do cargo após algumas partidas que desgostaram a torcida. O diretor de futebol já dera a clássica garantia de que o T.F continuava a ter o apoio do clube e que estava procurando reforços para o turno que se aproximava.  
  
Estado de coisas
O estilo Satírico manifesta-se sob um determinado "estado de coisas", exibindo fundamentos burlescos e tendências de comportamentos “sem levar em conta a realidade”:

- o Princípio do Terceiro Excluído mostra o comportamento bizarro do Satírico (POST 02.2013), visto sob o aspecto dos fundamentos lógicos,

- estereótipos de mitos (B&F – 006.2013.01/02 - Estereótipos – Mitos e Ideologias) mostra sanha pelo “poder” associado ao estilo Satírico, identificados com fundamentos ideológicos.

Ao lado dos fundamentos lógicos e comportamentais, a ideologia, associada a Estereótipos e Mitos, complementa a estrutura do Burlesco, bem representada pelas figuras de expressão de mitos mostrada em: B&F – 006.2013.01/02 – Estereótipos – Mitos e Ideologias {15.06.2014}:

“O conceito de mitos oferece um meio para a leitura (semiótica) contextualizada de atitudes e cursos de ação alternativos e os resultados para o personagem e dessa forma, também para o próprio leitor! Esta é uma função terapêutica do Burlesco, possibilitada pela satirizarão das “falas” donde se extraem “ideologias” nem sempre bem esclarecidas do falante.”   

Estado de coisas (1) – Entrevista do T.F
- O estilo satírico muitas vezes alcança um efeito cômico pelo uso da justaposição da sátira com a realidade, na busca de um objetivo político, social ou moral, tendendo para a sutileza, ironia e uso da impassibilidade do estilo, como se este agente pairasse acima do ridículo das situações em que se apresenta.
Com a impassibilidade que lhe confere o estilo satírico, dizia o T.F: “o meu time está com o melhor ataque entre os times brasileiros, melhor até que o time da seleção brasileira, pelo fato de jogar com dois “dois noves”.
Procurava, com essas palavras induzir os jornalistas a aceitarem os seus termos, alegando certa coerência e bom senso, tendo em vista a bronca geral contra o futebol pouco ofensivo que se praticava no país sede da copa do mundo de futebol. 
Estado de coisas (2) – Cara a cara com seus jogadores
O “professor” estava com os dias contados perante a diretoria do clube. Os jogadores sabiam que ele estava arriscando tudo, politicamente, naquela entrevista, indo contra conselheiros (corneteiros comuns nos clubes de futebol) que não haviam gostado da sua contratação, apesar do respeito da torcida por um treinador que vinha tendo algum sucesso com jogadores novos e inexperientes, mesclado por alguns veteranos. À boca pequena, alguns jogadores já haviam reclamado de tudo, inclusive do atraso de salários.
Dois meses no clube, obteve mais derrotas do que vitórias. “Meus jogadores mais importantes (mais velhos) alegam excesso de jogos e falta de condições físicas (falta de pagamento) para atender as minhas orientações”. O “professor” dizia que a diretoria tinha contratado um “bando de jogadores esforçados” e até agradecia o “espírito de luta” deles, apesar das derrotas por (4x0) e (7x0) ocorridas nas últimas rodadas do campeonato.
Com esses juízos, distante de uma demonstração de fidelidade do grupo, levado ao plano metafórico (metáfora do Iceberg), ficava a dúvida quanto ao seu significado para o “espírito de luta” dos jogadores. A parte submersa do iceberg seria tão grande e valiosa como esse “espirito de luta?”. Como sempre, a torcida inteligente dava gargalhadas da situação.
E o T.F se despede dos jogadores
T.F são homens de bem e fazem tudo para manter sua honorabilidade, pois um dia podem retornar ao clube que hoje lhe dá um pontapé na bunda...
“Eu quero que vocês acreditem que nosso plantel é maravilhoso e que vocês são a alma do clube. A situação de agora não é culpa do Clube, é do planejamento do futebol brasileiro, que submete os times a quatro competições num ano de Copa do Mundo no país. É assim em todos os Clubes. Sempre foi assim. Acredito que cumpri o meu papel neste clube e deixo meu sincero agradecimento a todos vocês, diretoria e à grande torcida que nos apoiou.” 

(José Nagado – 01.02.2015)

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