POST 003.2014 -
Lúcia Guimarães – “O FIM DA INOCÊNCIA” (O ESTADO DE SÃO PAULO
- ALIÁS, 06.07.2014)
Introdução
Matéria da jornalista Lúcia
Guimarães – “O Fim da Inocência”, publicada
em 06.07.2014 (Aliás), no Jornal O Estado de São Paulo, menospreza o já
ultrapassado futuro Orwelliano de “1984” e lembra do presente e do passado
recente, chamando a atenção para a perigosa quantidade de informações pessoais
à disposição das redes sociais (Google, Facebook, Orkut, etc.) e também para uma
experiência behaviorista feita pelo
Facebook, sem notificar seus usuários.
Vejam a reprodução de um trecho da matéria citada:
“Agora, a má notícia: a
tecnologia nas mãos privadas continua à frente da Justiça, como mostra o
escândalo causado pela revelação de uma
experiência behaviorista (1) feita pelo Facebook sem notificar seus
usuários. Durante uma semana, em 2012, o algoritmo do site de Mark Zuckerber
foi alterado para manipular o conteúdo dos feeds de notícias de 689.003
membros. Uns recebiam notícias positivas, outros recebia notícias ruins. A
experiência resultou num estudo na prestigiada publicação acadêmica
“Proceedings of the National Academy of Sciences”, assinado por cientistas do
Facebook, da Universidade de Cornell e da Universidade da Califórnia. O título
do estudo é Evidência Experimental de Contágio Emocional em Massa Através de
Redes Sociais. Os cientistas do Facebook queriam saber se a exposição a
notícias negativas influenciava as postagens dos internautas. O resultado já
foi espinafrado por outros cientistas por técnicas de amostragem Mas esse não é
o centro da controvérsia.” (veja o link)
http://alias.estadao.com.br/noticias/geral,o-fim-da-inocencia,1523822
Esta matéria expõe a “experiência
behaviorista” praticada pelo Facebook e
discute a ética do uso do website nesse caso.
Este blog Confrarias do Riso,
atento para as artimanhas Webianas, aproveita o “gancho” para apresentar um
resumo da teoria do Behaviorismo junto com um experimento Behaviorista do qual
muitos dos leitores se sentem envergonhados só de lembrar que participaram do
mesmo.
O Behaviorismo
No desenvolvimento do
Burlesco (e no blog Confrarias do Riso) adentramos em teorias formuladas nos
séculos anteriores por cientistas do comportamento, cujo conhecimento ainda
hoje é utilizado para lastrear a análise de conduta de pessoas visando eventual
controle, seja no plano individual como no grupal.
A seguir, referências, títulos
e links relativos ao behaviorismo, que servirão para consultas a serem feitas
no blog.
(2.4.1)
REVENDO COMPORTAMENTOS – continuação
http://licburlesco.blogspot.com/2012/01/burlesco-continuacao_7472.html
c) Behaviorismo - John Broadus
Watson (1878–1958)
É considerado o fundador
do comportamentalismo (ou simplesmente behaviorismo), para quem a chave
para compreensão do comportamento deveria ser apenas e simplesmente os
comportamentos concretos e observáveis.
Estudioso de Pavlov e
seguidor das idéias realistas de Auguste
Compte (1798 – 1857), Watson
com seu behaviorismo metodológico estuda o comportamento como função de certas
variáveis do meio, sob o argumento de que determinados estímulos levam o
organismo a dar determinadas respostas. O interesse de Watson concentra-se na
busca de uma psicologia livre de conceitos mentalistas e de métodos subjetivos
da psicologia, que pudesse reunir condições de prever e de controlar o
comportamento.
d) Behaviorismo radical - Burrhus Frederic Skinner (1904-1990)
Behaviorismo Radical é uma
corrente anti mentalista proposta por B. F. Skinner defensor da idéia de que o nosso comportamento pode ser
condicionado (tese do
Condicionamento Operante) em função das consequências (reforçadores). Assim, um
estímulo (uma ação) tem como conseqüência uma resposta (um efeito) que pode ser
reforçadora (agradável) ou não. A resposta pode não ser reforçadora quando
houver Punição (castigo) ou Extinção (o estímulo não produzir resposta). Pode
parecer surpreendente, mas, para eliminar um comportamento, a Extinção é mais
eficaz do que a Punição. Isto lembra os métodos (de extinção) de Hitler
com seus campos de concentração.
Vejamos o relato de um
experimento dessa época para
comprovar o conceito de Reforço.
O sádico espírito
científico dessa época tinha seus métodos, como por exemplo, observar o comportamento da cobaia
(podia ser você) com muita sede, colocada em frente a uma torneira:
>Você abre a
torneira e bebe água (Reforço Positivo);
>Você abre a
torneira e leva um choque (Punição)
>Você abre a torneira e
não sai nada (Extinção). Isto é sadismo!
Um pouco de sadismo para
eliminar um comportamento, pode ser uma das abordagens
possíveis do Behaviorismo Radical do americano Skinner (1904-1990).
Skinner buscava compreender
questões humanas, como "comportamento", "liberdade" e
"cultura", dentro do modelo de seleção por consequências rejeitando
o uso de variáveis não-físicas e atribuindo um caráter mecânico aos eventos
comportamentais, quase fisiológico, uma vez que as razões que estariam
subjacentes ao levar o homem a desempenhar um comportamento deveriam ser
tratadas isoladamente, da forma como trataremos os comportamentos
burlescos onde abordamos os
motivos que nos fazem rir quando descobrimos “por que fazemos o que fazemos e o
que devemos fazer e não devemos”. (j.nagado 28.01.2012)
(2.4.1) Behaviorismo radical – Um experimento
http://licburlesco.blogspot.com/2012/01/burlesco-continuacao_3703.html
Um experimento (na
verdade, uma “pegadinha”) divulgado recentemente na Internet,
submete a um vexame deplorável, todo internauta que se diverte vendo belas
garotas inicialmente vestidas, ficarem nuas quando é solicitado um “clique” do
mouse sobre uma “máscara mágica”,
a cada garota apresentada. Essa é a fase do reforço positivo.
Garota após garota,
desnudada com um simples “clique” do mouse sobre a máscara mágica, entusiasma o
internauta até que aparece uma figura barbuda (parece o Lula, o atual
presidente da República!), que em nada lembra as lindas e deliciosas garotas
até então mostradas. Claro! Condicionado, o internauta só quer ver mulher
pelada, e tenta clicar o mouse sobre a máscara mágica, que sai do lugar.
Afoito, o internauta tenta
clicar a máscara na sua nova posição. Novamente, a máscara muda de posição. E
assim, o nosso internauta vai para sua terceira tentativa para conseguir,
novamente, ver, mas ver o que? O Lula pelado? Aqui o internauta cai em si, olha
para os lados para verificar se alguém viu o vexame que passou.
Como se viu, o
internauta não foi castigado com o aparecimento do Lula pelado e, por outro
lado, seu ato foi simplesmente extinto, isto é, não produziu resposta.
Esta é uma aplicação da
teoria do Behaviorismo Radical.
Pode parecer
surpreendente, mas, para eliminar um comportamento, a Extinção é mais eficaz do
que a Punição.
Resumindo, o experimento
eliminou um comportamento indecoroso do internauta, que nunca mais vai querer
ver qualquer coisa (boa) no Lula.!!! (j.nagado 28.01.2012)
Discussão
As redes sociais (Facebook,
Google, Orkut, etc), objeto da matéria escrita pela jornalista Lúcia Guimarães
estão sob o foco intenso da justiça americana, por acusação de abuso do poder
de controle da (nossa) “informação”.
Até que ponto as mídias
sociais como sites, blogs e e-mails estariam livres do controle das redes
sociais?
Acho que você já deve ter se
esquecido de sua expressão quando enfrentou o experimento behaviorista. Ou
talvez o Lula lhe apareça nos pesadelos.
Você consegue imaginar a
quantidade de informações que seu filho de 2 anos recebe pela internet? Veja a
piada abaixo e esqueça o resto.
Uma piada – (C.R - Besteirol
do Júlio)
Aos dois anos o menino já
sabe navegar na Internet mas ninguém ainda o ensinou como nasceu.
Retratos da vida moderna
“Não meu filho. Você não foi baixado
da Internet. Você nasceu!”.
Comentário
A dúvida do garoto, um webpata
potencial tem razão de ser. A Cúpula Mundial da Sociedade de Informação
(atenção, cândidos frequentadores de sites tecnológicos) prevê para dentro de
10 anos, uma sociedade “chipada” onde seus elementos poderão ser virtualmente
baixados em qualquer domínio de interesse.
Atenção: Estamos próximos dessa
situação!
José Nagado (10.07.2014)
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