Cassio Carvalheiro

quinta-feira, 17 de julho de 2014

B&F 007.2013 – ref. MODELO ESTRUTURAL DO BURLESCO - (15.07.2014)


B&F 007.2013 – ref. MODELO ESTRUTURAL DO BURLESCO - (15.07.2014)


Este B&F trata do conceito de Modelo Estrutural do Burlesco, através de postagens feitas anteriormente neste blog.
Lembramos que Bergson (1859 – 1941) e Deleuze (1925 – 1995), ambos aqui citados, não poderiam ser notificados do uso de referência às suas obras, mas acredito que    citando-as estarei homenageando-os.
1.    Bérgson, Henri – O riso – ensaio sobre a significação do cômico – Zahar Editores – Rio de Janeiro – 1980
2.    Deleuze, Gilles – Lógica do Sentido – trad. Por Luiz Roberto Salinas Fortes – Editora Perspectiva S.A – São Paulo (2007)

LEITOR: Por incrível que possa parecer, eu me esforcei para fazê-lo rir em alguns pontos deste trabalho. Conte através do blog, quantas vezes v. riu.

POST 01.2013
MODELO ESTRUTURAL - final (1)
http://licburlesco.blogspot.com/2013/01/post-o12013.html
Os textos postados neste Blog, procuram apresentar os conceitos  do Burlesco, com especial atenção as Categorias e Estilos burlescos e fundamentos que os identificam ,  caracterizados por certa lógica, ideologias e comportamentos, destarte existentes no arcabouço do inconsciente do indivíduo.
Na Postagem  09.3000.2012 - BALANÇO GERAL deste blog nos propomos a apresentar a solução da Função  Estilo (b), considerando-se a necessidade de mobilizar nossas  postagens para objetivos editoriais do Burlesco no início deste ano.
A Função Estilo (b)
A partir de considerações sobre um aforismo de G. C. Lichtenberg (“Uma pessoa revela o próprio caráter por sua reação a uma piada”)  construímos o Gráfico FCB -   onde avaliamos Categorias e Estilos de comportamento de indivíduos,  baseado em Fundamentos  e Condicionamentos observados em seu ambiente social.
Criação do  Modelo Estrutural 
A partir dessa visão gráfica chegamos à expressão Estilo (b), a representação matemática desse  Modelo Estrutural, que estabelece a relação entre caráter, tendências e  o estilo burlesco mais eficaz do indivíduo, quando se aplicam aqueles fundamentos  especialmente denotativos para cada estilo. Assim:
Estilo (b) =  Caráter(k) . [C Fundamentos  (n , i)] . [ ∑ tendências (x, j)]
Se lhe tivessem apresentado a expressão matemática do Estilo (b), Lichtenberg teria reconsiderado seu aforismo no âmbito do burlesco e certamente concordaria: “O buraco realmente é mais em baixo”. Isto é, a reação a que Berg se refere , é aquilo que chamaremos aqui  de “estilo mais eficaz”, tratando não só do   caráter (índole, natureza, temperamento) do indivíduo como também das relações com seus  fundamentos burlescos e tendências . Falando do burlesco, Berg teria reeditado seu aforismo da seguinte maneira :
"Uma pessoa revela seu caráter (índole, natureza, temperamento), expondo voluntariamente ou não, suas tendências e inclinações junto com seus  condicionamentos (permissões e bloqueios), quando   utiliza seu estilo burlesco mais eficaz."
Essa frase será mencionada como o “Nexo Berg-Nagado”, e assim reconheceremos modestamente a colaboração do desconhecido Licht, digo Berg.

Gerador de Estilos  
Em adendo à formulação matemática, o Burlesco credita para essa Estrutura o conceito de "Gerador de Estilos", um sistema capaz de gerar (identificar) estilos diversos. Vejamos como a homologia ao conceito de homeóstase justifica essa proposição.

A homologia  
O “Nexo Berg-Nagado”, pela originalidade de conteúdo (e porque não, pelo brilhantismo), certamente demanda uma  teoria que possa dar credibilidade   a tudo que lhe diz respeito, coisa  pouco comum no âmbito vulgar do burlesco. Parafraseando Licht, digo  Berg : “Há  pessoas que acreditam que tudo o que se diz com ar sério é razoável”.
Encontramos a resposta, não menos brilhante para essa questão, nas relações que interligam o conteúdo psicológico do “Nexo Berg-Nagado” ao  conceito fisiológico de homeóstase, reportado na Teoria de Sistemas.(ref.3), na qual o texto do Burlesco  se aprofunda para justificar a homologia entre este Sistema (homeostase) e o sistema constituído pela Estrutura do burlesco.
Neste contexto do burlesco, a condição de equilíbrio é obtida intrinsecamente pela propriedade auto-reguladora da homeóstase, quando o agente do estilo gerado por esse sistema estruturado realiza algum tipo de humor, ao liberar o potencial entre (Caráter x Tendências) e (Caráter x Fundamentos),  definido na Função Estilo (b).
Esta afirmação define, genericamente, as soluções pontuais para a função Estilo (b), isto é,  a solução relativamente a uma base integrada  de Fundamentos (Lógico, ideológico ou comportamental) e traços de caráter correspondentes (v.  Tendências) do estilo observado. Um espectro mais amplo desse estilo poderá ser explorado sob uma nova base de fundamentos. 

Na postagem POST 02.2013 iremos ver o Gozador de estilo Satírico e o seu desempenho com o Princípio lógico do Terceiro Excluído.

(josé nagado - 24.01.2013)



Extrato do post (3. BURLESCO - modelo Estrutural)  
http://licburlesco.blogspot.com/2012/06/3-burlesco-modelo-estrutural.html (28/06/12)
Confirmando o insight de Bérgson, diga-se a bem da verdade, que nossas pesquisas foram obtidas em conversas em bar, no estádio de futebol, no salão de barbeiro, roda de amigos na calçada, na pescaria, e outros lugares nem sempre tão prosaicos, onde as pessoas fazem graça (ou são engraçadas) utilizando-se de jargões próprios ao ambiente, em geral expondo de forma tendenciosa ou    atentatória (e especialmente atentatória), fatos e vícios penosos à vida social.
O fato mais curioso constatado foi que as pessoas são levadas a agir por semelhança ao estilo de um ícone apropriado a determinado ambiente.
Conexões, sugeridas pelo Nexo Berg-Nagado, abrem caminhos para novas proposições e predicados (atributos) do agente, a cada novo estado de coisas (nova realidade). Esta nova realidade fatalmente pode conduzir ao falseamento de predicados reconhecidos anteriormente no dedicado agente. Fato que nos provoca gostosas gargalhadas. Risos)

POST 03.2013 

MODELO ESTRUTURAL - final (3)
http://licburlesco.blogspot.com/2013/01/post-032013.html

A função Estilo (b) cuja solução teria agitado pesquisadores(?) matemáticos, com certeza irá estimular autores que se mostrarem dispostos a enfrentar o uso de conceitos matemáticos, como por exemplo, para prospectar evidências de identidades intrinsecamente histriônicas existentes em "campos burlescos" ainda não explorados. 

Solução matemática da função Estilo (b)  

O comportamento a ser observado, relativamente a uma causa, tem origem na análise conjunta de duas séries derivadas da função Estilo(b), que compõe um sistema gerador de estilos.
A função Estilo(b) = Caráter(k) [D.Fundamentos + D.Tendências] é constituída de duas séries que podem ser analisadas por suas derivadas (d) cujos limites são determinados quando Fundamentos tendem a Zero e quando Tendências tendem a zero.
Assim, podemos dizer intuitivamente que:
- Quando Fundamentos tendem a Zero, as Tendências designam o significado do Estilo. Temos aí o Tendencioso, dominado pelas necessidades, apetites, inclinações, instintos e desejos. (O Psiquiatra de plantão diria: “Eis o psicótico”, e tentaria identificar a psicopatia apropriada ao caso.)
- Quando Tendências tendem a Zero, os Fundamentos caracterizam o nome (significante) do Estilo. Temos aí o Filósofo, pleno de Razão. (O Psicólogo de RH diria:” É um Neurótico, faz tudo como manda o figurino”

DELEUZE, GILLES, em Lógica do Sentido – Editora Perspectiva S.A – S.Paulo (2007) define as condições mínimas de uma estrutura geral.

"1º. São necessárias, pelo menos, duas séries heterogêneas, das quais uma será determinada como “significante” e a outra como “significada” (nunca uma única série basta para formar uma estrutura)".
2º. "Cada uma destas séries é constituída por termos que não existem a não ser pelas relações que mantém uns com os outros. Uma estrutura comporta em todo caso duas distribuições de pontos singulares correspondendo a séries de base".
3º."As duas séries heterogêneas convergem para um elemento paradoxal, que é como o seu “diferenciante”. Ele é o princípio de emissão das singularidades. Este elemento não pertence a nenhuma série, ou antes, pertence a ambas ao mesmo tempo e não pára de circular através dela".


Comentários

Os comentários a seguir auxiliarão o leitor quanto à aplicação da solução matemática da função Estilo (b) apresentada no texto do Burlesco. 
A Lei da Banalização dos Princípios é fundamental para tornar o leitor apto a entender os critérios para caracterizar o estilo burlesco em relação a caráter, fundamentos e tendências (apetites, disposições e inclinações).

A solução dessa função nos permite considerar que:

- Estilo(b) define o estilo burlesco mais eficaz de um indivíduo, a quem se pode chamar de “estiloso”.

- Podemos associar a função Estilo (b) a um “produto” de 3 dimensões (Caráter, Fundamentos e Tendências)  que matematicamente, resultaria  em um “volume” ou “espaço”.

- Então, Estilo (b) pode ser considerado o espaço psicológico ocupado pelo indivíduo.

- Uma vez ocupado esse espaço, não se pode mais  abstrair desse espaço e nem do próprio indivíduo.

- “Espaçoso” é o sujeito que, para desgraça de nós outros,  não se pode abstrair do espaço ocupado por ele. É o próprio. Ele é onipresente, ubíquo, está presente ao mesmo tempo em vários lugares.

- “Substancioso” é o indivíduo  engraçado  cujo conceito permanece real no tempo, como o falecido animador de programas de calouros da TV, Abelardo Barbosa  “Chacrinha” que buzinava nos ouvidos dos calouros reprovados e dizia com propriedade: “Quem não se comunica se estrumbica”.

- Considerando-se suas três dimensões (Caráter, Fundamentos e Tendências), a resolução da função Estilo(b) resulta em um complexo de ações que integram modos de geração do burlesco, respectivamente, intelectivo, afetivo e volitivo.

- Observar também que associamos a geração dos estilos burlescos a             determinadas disposições de ordem psicológica do agente, a saber:
. Posicionar favoravelmente o julgamento crítico do interlocutor.
. Ficar desobrigado da necessidade de experimentar sentimentos penosos.
. Ficar desembaraçado do julgamento crítico do interlocutor.

Processos de raciocínio 
Formalizando o pensamento objetivo e para caracterizar processos de raciocínio,  temos como ferramentas de trabalho a intuição, dedução, abdução, análise e síntese, reflexão e verificação, teoria aliada à prática, ciência aliada à técnica, que  podem ser considerados como estágios discriminatórios para avaliação dos critérios de Fundamentos e Tendências.

- Fundamentos têm relação direta com o pensamento lógico ou racional, seguindo, portanto, os princípios de identidade, contradição, terceiro excluído, razão suficiente e causalidade; “discriminando as verdades de fato e verdades de razão”, pelo menos enquanto formuladas sob o aspecto filosófico.
- Lembramos que o princípio da indução é o princípio de causalidade, identificado igualmente como Princípio do determinismo ou da Constância das leis da natureza. 

Os estilos que serão apresentados mostrarão ao leitor a importância do princípio da homeóstase e da associação (v. 3.2.1)  entre este e os princípios da Realidade (psicologia)  e do Prazer (psicanálise), que tornamos a repetir:
Princípio da Realidade. – Substituição ou controle das exigências do “princípio do prazer” com o objetivo de adaptar o organismo às exigências da realidade, assegurando, conseqüentemente, a satisfação de suas necessidades.
Princípio do prazer. – Tendência da atividade psíquica a buscar a satisfação e evitar o pesar, sem levar em conta a realidade.



Resumindo, temos:
FUNDAMENTOS
LOGICOS
IDEOLÓGICOS
COMPORTAM.
P.PRAZER
Orient. para o prazer
predominante
P. REALIDADE
Orient. para a realid. .
predominante

Utilizando a estrutura apresentada o leitor poderá definir estilos diferentes daqueles prospectados no Burlesco.

j.nagado – revisões: (02/02/2007) – (27/08/2008) - (25.01.2013)

Estilos e Esquetes dos Estilos Burlescos
Os estilos burlescos foram apresentados suscintamente no blog, com base nesta estrutura de geração de estilos do Burlesco.
Esquetes já postados no blog
POST 11.2013 – ESQUETES: CRICA – Fair Play no Tênis   - (http://licburlesco.blogspot.com/2013/09/post-112013-esquetes-crica-fair-play-no.html)
(Categoria Espirituoso )
 POST 12.2013–ESQUETES: ESPECIALISTA–Piada de Advogado. (http://licburlesco.blogspot.com/2013/09/post-122013-esquetes-especialista-piada.html) 

(Categoria Pobre de Espírito) 

POST 13.2013 – ESQUETES : CÂNDIDO – Afilhado de Político
http://licburlesco.blogspot.com/2013/11/post-132013-esquetes-candido-afilhado.html

POST 14.2013 – ESQUETES : SIMPLÓRIO – do Grotesco ao Lúdico
http://licburlesco.blogspot.com/2013/12/post-142013-esquetes-simplorio-do.html

POST 15.2013 – ESQUETES – INOCENTE ÚTIL : compassivo
http://licburlesco.blogspot.com/2014/02/post-152013-esquetes-inocente-util.html

POST 16 .2013 – ESQUETES: IGNORANTÃO – produto de Individuação
http://licburlesco.blogspot.com/2014/03/post-16-13-esquetes-ignorantao-produto.html


A série de esquetes referentes à Categoria Pobre de Espírito já foi concluída. Os esquetes referentes às Categorias (Gozador, Espirituoso e Genial) serão apresentados em suas respectivas séries.  
(josé Nagado – 15.07.2014)




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