Cassio Carvalheiro

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

3. BURLESCO - Modelo Estrutural - (cont.02)

3. BURLESCO - Modelo Estrutural - (cont.02)


No início do século XX, tendo Ferdinand Saussure (linguista) como precursor do Estruturalismo, Jacques Lacan, Roland Barthes, Levi-Strauss, Michel Foucault, e Jacques Derrida     procuravam nos diferentes  insights das ciências humanas (linguística, antropologia, história e  psicanálise), as bases   (significantes e significados) para explicar o sentido da realização individual e coletiva do homem. (v. 5.3 - Semiologia e Estruturalismo, texto informativo no Burlesco)

Em 1980 Woody Allen já era famoso quando publicou " Side Effects"  um livro com   textos humorísticos, entre os quais o "Discurso de Paraninfo" onde ele  faz alusões quanto às consequências danosas da ciência, tecnologia e da religião para a paz de espírito do homem moderno, revelando preocupação cômica dos estruturalistas:
"Esta preocupação pode ser escrita de duas maneiras, embora certos estruturalistas prefiram reduzi-la a uma equação matemática, apenas porque, assim, ela pode ser mais facilmente resolvida e mesmo carregada no bolso, junto com o pente".   


A ilação de W.A em relação aos quiasmos de Derrida (filósofo do Desconstrutivismo) e às fórmulas  de Lacan (psicanálise)  representa, certamente, a crítica dos filósofos analíticos de então (anos 1980) ao Estruturalismo, sem, entretanto, negarem  a função sintetizadora da matemática ou dos quiasmos (como um estilo de linguagem). 
A filosofia (analítica) com a sua postura de rigor filosófico e reflexão desapaixonada sobre a estrutura lógica da linguagem,  era vista por Derrida como atividade tendenciosa, retórica e subjetiva. Daí o motivo de ter aborrecido os filósofos analíticos.
Lacan se serve da linguagem estrutural para explicar os sintomas, via abordagem do inconsciente através da linguística e utiliza a noção de símbolo para designar o campo da linguagem. Para resumir, Lacan estabelece  entre os mecanismos de condensação e deslocamento uma homologia a duas grandes operações de composição do significante, a metáfora e a metonímia. No relato psicanalítico Lacan utiliza uma "fórmula da metáfora" que deve ter sido a panacéia matemática  para todas as preocupações  dos estruturalistas, segundo W.A.
No Burlesco, para definição da estrutura do burlesco associamos ao caráter do indivíduo, fundamentos universalmente aceitos  e suas tendências (e inclinações), Neste caso, chamaremos de Função de Estilo(b) do burlesco ao produto de  séries associadas ás variáveis (fundamentos e tendências) orientado pelo (vetor) caráter , evidenciando três níveis de solução (lógico, ideológico e comportamental), já vistos em exemplos postados neste blog. 

Esta estrutura baseada em (duas) séries, devida a Gilles Deleuze, em "Lógica do Sentido", justifica a função Estilo (b)  que possui uma complexidade maior do que a definição de comicidade  dada por Bergson:
“Para que uma coisa seja cômica, é preciso que entre o efeito e a causa haja uma desarmonia”. 

A seguir, o Gráfico FCB - Fundamentos e Condicionamentos  apresenta uma reflexão inicial (2005) sobre o aforismo de Lichtenberg ("Uma pessoa revela o próprio caráter por sua reação a uma piada"), que resultou nas proposições gerais das Categorias (Pobre de Estilo, Gozador, Espirituoso e Genial) e seus correspondentes estilos burlescos.  

(José Nagado - 17.09.2012) 








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