Cassio Carvalheiro

sexta-feira, 15 de junho de 2012

ESTEREÓTIPOS E BARTHES - 02 (continuação)


ESTEREÓTIPOS  E BARTHES - 02 (continuação) 

Estereótipo

O dicionário (Wikidicionário [1]) define estereótipo como “Conceito infundado sobre um determinado grupo social, atribuindo a todos os seres desse grupo uma característica, geralmente depreciativa; modelo irrefletido, imagem preconcebida e sem fundamento”
Neste sentido o Estereótipo é utilizado como  manifestação de machismo, aversão a homossexuais, aversão a pessoas e coisas estrangeiras (xenofobia), racismo e intolerância religiosa, sendo mais aceito frequentemente quando usado como salvo – conduto e presunção de inocência com o objetivo de fazer rir.
Esta definição alinha-se normalmente com os conceitos  de Sigmundo Freud (1856 – 1939) – sobre as posturas associadas ao Cômico, ao Humor e ao Chiste, conforme post no blog em (2.4.1) – Revendo Comportamentos – (f)Inconsciente.
Exemplos do Cômico, Humor e Chiste postados (02.06.2012) em CONFRARIAS DO RISO -TRASMONTANO - 001.2012, mostram comportamentos estereotipados identificados com aquelas  posturas mencionadas.
Os estereótipos são considerados preconceituosos (chiste) quando adentram o espaço da agressividade ou da discriminação. Em caso contrário, apenas realçam características sociais, culturais ou mesmo de ordem física comuns a grupos, o quê por si só não representam preconceito.
Tais características podem denotar simplesmente os costumes, modos de determinados grupos ou mesmo a aparência de povos de determinadas regiões, pura e simplesmente como forma ilustrativa ou educativa.
O conceito de estereótipo acima possui um significado bem comportado que não justificaria a necessidade do seu  combate como algo perigoso, a não ser quanto aos aspectos ideológicos vistos sob o enfoque da lingüística,  finalmente algo  novo para dimensionar o humor dentro do Burlesco

Ideologia

O blog (e o Google) acima citado  inclui  o texto:  
Kadota, Neiva Pitta (ref. 22) em “A Escritura Inquieta – Linguagem, Criação, Intertextualidade” - Estação Liberdade, 1999, reflete sobre os conceitos de Roland Barthes.(1915-1980), em “Elementos de Semiologia”, onde ele acentua a questão ideológica da língua, que  “nada tem de ingênuo em sua formulação... o que lhe permitiu estabelecer, e quase sempre manter, as diferenças entre classes sociais e os povos ditos superiores e inferiores...”, associada ao combate aos  estereótipos.
Kadota revela também o caráter contestador de Barthes em relação ã ideologia contida nos textos:  “É preciso, para fugir à ideologia que cerceia todo signo, trabalhar numa linha deformatória do texto anterior, praticar a anamorfose escritural. A anamorfose que se imprime à obra é, segundo Barthes, guiada  pelos constrangimentos formais dos sentidos”, ou seja, pelas alterações nela introduzidas e que poderão ser múltiplas (....), resultarão em uma outra fala, que tem algo mais ou algo novo a dizer, nunca, porém, o mesmo”.
Barthes trata os Mitos como ideologias, formas de dominação burguesa, como veremos no Burlesco, em Fundamentos Mitológicos (05.02).

Nenhum comentário:

Postar um comentário