ESTEREÓTIPOS E BARTHES - 02 (continuação)
Estereótipo
O dicionário (Wikidicionário [1])
define estereótipo como “Conceito infundado sobre um determinado grupo social,
atribuindo a todos os seres desse grupo uma característica, geralmente depreciativa;
modelo irrefletido, imagem preconcebida e sem fundamento”
Neste sentido o Estereótipo é utilizado como manifestação de machismo, aversão a homossexuais, aversão a
pessoas e coisas estrangeiras (xenofobia), racismo e intolerância religiosa,
sendo mais aceito frequentemente
quando usado como salvo – conduto e presunção de inocência com o objetivo
de fazer rir.
Esta definição alinha-se normalmente com os conceitos
de Sigmundo Freud (1856 – 1939) – sobre as
posturas associadas ao Cômico, ao Humor e ao Chiste, conforme post no blog em
(2.4.1) – Revendo Comportamentos – (f)Inconsciente.
Exemplos do Cômico, Humor e Chiste postados (02.06.2012) em CONFRARIAS DO RISO -TRASMONTANO - 001.2012, mostram
comportamentos estereotipados identificados com aquelas posturas mencionadas.
Os estereótipos são considerados
preconceituosos (chiste) quando adentram o espaço da agressividade ou da
discriminação. Em caso contrário, apenas realçam características sociais,
culturais ou mesmo de ordem física comuns a grupos, o quê por si só não
representam preconceito.
Tais características podem denotar simplesmente os costumes,
modos de determinados grupos ou mesmo a aparência de povos de determinadas
regiões, pura e simplesmente como forma ilustrativa ou educativa.
O conceito de
estereótipo acima possui um significado bem comportado que não justificaria a
necessidade do seu combate como algo
perigoso, a não ser quanto aos aspectos ideológicos vistos sob o enfoque da
lingüística, finalmente algo novo para dimensionar o humor dentro do
Burlesco
Ideologia
O blog (e o Google) acima
citado inclui o texto:
Kadota, Neiva Pitta
(ref. 22) em “A Escritura Inquieta – Linguagem, Criação, Intertextualidade” -
Estação Liberdade, 1999, reflete sobre os conceitos de Roland
Barthes.(1915-1980), em “Elementos de Semiologia”, onde ele acentua a questão
ideológica da língua, que “nada tem de ingênuo em sua formulação... o que
lhe permitiu estabelecer, e quase sempre manter, as diferenças entre classes
sociais e os povos ditos superiores e inferiores...”, associada ao combate
aos estereótipos.
Kadota revela também o
caráter contestador de Barthes em relação ã ideologia contida nos textos:
“É preciso, para fugir à ideologia que cerceia todo signo, trabalhar numa linha
deformatória do texto anterior, praticar a anamorfose escritural. A anamorfose
que se imprime à obra é, segundo Barthes, guiada pelos constrangimentos
formais dos sentidos”, ou seja, pelas alterações nela introduzidas e que
poderão ser múltiplas (....), resultarão em uma outra fala, que tem algo mais
ou algo novo a dizer, nunca, porém, o mesmo”.
Barthes trata os Mitos
como ideologias, formas de dominação burguesa, como veremos no Burlesco, em
Fundamentos Mitológicos (05.02).
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