MEU BLOG NO DIVÃ – 03 –
Burlesco: Abordagem filosófica
Continuacão
de “Meu Blog no Divã – 02” v. (link):
JUSTIÇA BURLESCA
1.Introdução
A revista Veja de
(18.julho.2018), publicou (Roberta Paduan, Laryssa Borges e Thiago Bronzatto)
“A Justiça Burlesca”, abordando a palhaçada que foi a tentativa malograda de
soltura do ex-presidente Lula, por si só, muito cômica.
A Justiça, definida no
sentido moral, como o sentimento da verdade, da equidade e da humanidade,
colocada acima das paixões humanas, é avaliada hoje, pelo poder de provocar o riso
e o escárnio, perante o “estado de coisas” que a mídia vem mostrando ao povo brasileiro.
Sem expor julgamentos
definitivos sobre o comportamento dos atores dessa peça “burlesca”, “Justiça Burlesca”
é registro de fina sátira, envolvendo agentes da mais alta corte do pais e o
protagonismo ridículo de um de seus elementos na tentativa histórica de soltura
do preso de alcunha “Lula” (ex-presidente do Brasil).
Nota Burlesca (sic)
“O Desembargador Favreto, do Tribunal Regional
Federal da 4ª.Região (TRF4) que armou uma manobra canhestra ao julgar que Lula,
sendo pré-candidato, precisava ficar livre para fazer campanha – e sua
pré-candidatura, entendeu Favreto, era um “fato novo”.”
2. Conexões
Este blog “Confrarias do
Riso” compartilha conexões do relato dos profissionais da revista Veja ao status
“burlesco” do fato (cômico-grotesco) desenrolado no âmbito da Justiça.
a) Comportamentos burlescos
No livro “Burlesco” (item 2.5),
sugerimos uma orientação para localizar os comportamentos burlescos e os
elementos dessas situações:
“Comportamentos burlescos (3)
ocorrem na fronteira entre tudo aquilo que constitui um estado de coisas de uma
realidade (2), e de outro lado, tudo que designa ou exprime o estado de coisas
dessa realidade (1)”. (j.nagado-0ut.2008)
b) Estereótipos
Observadores
desse “estado de coisas” passam a identificar estereótipos dos personagens e
protagonistas, de acordo com padrões que lhes são familiares.
“O protagonista burlesco que
observamos nessa “fronteira” é calcado e orientado pelo espírito de uma
realidade cultural e social específica,
que tende a reproduzir indefinidamente os mesmos totens lógicos com suas
múltiplas máscaras ideológicas e
comportamentos controlados por fios como em um teatro de marionetes,
embora pareçam atores experientes, que seguem com eficiência e arte, roteiros
peculiares estruturados para dominar um espaço psicológico de confrontações de
valores, de diferenças psicossociais, de crenças políticas e de comportamentos.
Para tanto, utilizam-se de
paródias e paradoxos, caricaturas e farsas, realismo e imaginação. Atua como se
fosse especialmente predestinado a reproduzir finas e humorísticas
caracterizações arraigadas dos comportamentos humanos, ideologicamente
submissos à ordem natural dos estereótipos, combatida por Roland Barthes
(1915-1980) ...”
“Caricaturas, paródias,
alusões, farsas, metáforas, etc. fazem parte do acervo público para reforçar os
estereótipos de um “estado de coisas” que faz um povo rir e assimilar, para o
bem ou para o mal.”
(Burlesco-J. Nagado)
c) Conexões imperdíveis com
o burlesco, na matéria da Veja
- “Moleque”, alcunha recebida
pelo desembargador Favreto.
- A Versão 2.0 dos
Aloprados: Damous, Pimenta e Teixeira: trapalhadas, confusões e tiros no
próprio pé.
- Lula, desconfiando das
chances de sucesso da tramoia petista, disse: “Mas se colar, colou”
- Exageros, Chicanas e
Bizarrices: coisas imprescindíveis no burlesco.
d) Estilos do Judiciário
Dois ‘ESTEREÓTIPOS”
identificam estilos muito sugestivos dessa “Justiça Burlesca”:
- estilo Arquipélago, onde
cada juiz é uma sentença e as sentenças podem ser tendenciosamente
contraditórias.
- estilo “Ioiô”: tendência
atual, também chamado de “Estilo Prende-Solta”
Os estilos abaixo
complementam a experiência dos juízes, para o bem e para o mal, da nossa Justiça:
- estilo formalista: até
1980, segue a letra da lei, abrindo pouco espaço a interpretações mais
flexíveis.
- estilo Voluntarista:
começou a ganhar espaço no fim da década de 80.
- estilo consequencialista
(ou neoconstitucionalista): a partir dos anos 1990, fortaleceu-se e buscou a
“aplicação da justiça”, muitas vezes à custa do não cumprimento de determinados
ritos e da invasão da competência de outros órgãos.
Destaque
A tribo da “Justiça
Burlesca” recebeu o ex-ministro Eros Grau, aposentado, que registrou sua nota magna
(advertência) para chefes, conselheiros menores e mensageiros da tribo. (texto na
revista Veja).
3) Final
“Justiça Burlesca” confere a orientação dada em Conexões (2.a) - Comportamentos burlescos:
(1) o “voluntarismo crescente dos seus magistrados,
(2) que passam a decidir com
base não no que está escrito na lei, mas no que lhes parece justo .
(3) Diagnóstico burlesco:
esquizofrenia do Judiciário.
Amigos,
este "meu blog no divã - 03" colabora com a proposta do livro "Burlesco" , divulgado pelo blog Confrarias do Riso.
(José Nagado – 04.08.2018)
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