Cassio Carvalheiro

terça-feira, 31 de dezembro de 2013

EM FOCO : QUADROS&HAICAIS – COLETÂNEA (31.12.2013)

EM FOCO : QUADROS&HAICAIS – COLETÂNEA    

Introdução

Em “Haicais e o Burlesco”:http://licburlesco.blogspot.com/2012/07/haicais-e-o-burlesco-introducao.html ) uma rápida exposição sobre a origem e características básicas do haicai evidenciou um público interessado nesse poema de origem japonesa. Isto serviu de  estímulo para publicar a coletânea “Quadros & Haicais”,  citada naquela postagem. Os haicais postados em “Haicais e o Burlesco” eram independentes de qualquer manifestação em relação  ao Haicai tradicional  e além disso,  o texto  sugeria plena aprovação ao estilo do haicai do Millor Fernandes. 
A apresentação (link:http://licburlesco.blogspot.com/2013/10/lancamento-de-quadrose-haicais-quadros.html), extraída da coletânea “Quadros e Haicais”, expõe contextos e reflexões do autor para a realização dos Quadros e também uma forma não convencional (ou tradicional) de composição de Haicais que acompanham os quadros.


Comentários

Embora grupos de haicaistas que se esforçam por manter   o haicai tradicional criticassem essa posição, os comentários recebidos assumem uma agradável cumplicidade em relação à Coletânea e assim entendemos ser oportuno trazer alguns desses depoimentos sobre a forma não tradicional dos haicais mostrados nesse trabalho.


Comentários recebidos de:

aaaa@xxxx.yyyy.br

>” ...Achei interessante também a referência à fôrma poética dos Haikais (haicais). Tive, inclusive, haikais meus selecionados num concurso promovido por uma editora do Rio de Janeiro, a Guemanisse, e foram publicados na antologia PALAVRAS DINÂMICAS, organizada por Clarisse Maria - Guedes.
Nas instruções para elaboração dos haikais, estavam explícitas as regras para construção do haikai: poemas de três versos, primeiro e terceiro versos como redondilhas menores; segundo verso com redondilha maior; o primeiro verso rimando com o último, e última sílaba do primeiro verso rimando com segunda sílaba do segundo;e segunda sílaba do segundo verso rimando com última sílaba do segundo verso.
Bom, claro, que segui as instruções, mas observei que outros haikais que li não obedecem a essas regras. Inclusive os do saudoso Millor Fernandes. Mas sabemos que, depois da chegada do Modernismo, a poesia deixou de ter regras,valendo apenas o aspecto sonoro, o sentimento produzido...Gostaria de ver sua opinião sobre o assunto. “
Abraço. Chamadoira



Comentários recebidos de: 
From:jcneves45@yahoo.com.br

...Quanto a possíveis críticas dos apreciadores do haicai tradicional, entendo que não deves preocupar-te muito com eles. O importante na literatura, na música ou em qualquer tipo de arte, não é manter ou mostrá-la em seu estado mais puro, mas sim que elas cheguem ao maior número possível de pessoas. Os demasiado puristas terminam por privatizar e encarcerar para si a multi-expressão da sensibilidade humana. A exteriorização da criatividade não precisa seguir um rígido e único caminho. A poesia não é engenharia, nem física, nem química, nem qualquer expressão matemática que necessite de absoluta precisão para ser correta. A literatura - e nela a poesia - assim como a música e as artes plásticas têm apenas que tocar a alma de quem as cria e as contempla, porque elas representam o BELO, e este não pode ser apenas uma prorrogativa dos puristas, dos eruditos, mas sim da humanidade. A rigidez e os segredos da criação de algum tipo arte, condenam  esta ao ostracismo, e não sobrevive ao seu autor. ..Obrigado ... e abraços - JC - 22/07/12

Extendendo os comentários sobre os haicais, vistos como gênero literário, um deles alerta a necessidade de cuidados quanto a escansão e contagem de sílabas na composição dos poemetos.

O amigo Luiz Roberto comenta, no blog :

Luiz Roberto (14.11.2013)

“Fui surpreendido pela qualidade simples das composições. Não tenho conhecimento suficiente para julgar a qualidade artística, mas causou-me muito boa impressão o conjunto de imagens e hai-cais. em “QUADROS E HAICAIS” - uma Coletânea

Nagado (em 04.12.2013) reflete sobre a dialética empregada pelo amigo Luiz Roberto:

Uma tese (qualidade simples das composições), uma antítese sofisticada (não tenho conhecimento para julgar a qualidade artística) e uma síntese genial (causou-me muito boa impressão o conjunto de imagens e hai-cais). Obrigado, Luiz Roberto. (47 anos de amizade, acreditem!) em “QUADROS E HAICAIS” - uma Coletânea


Conforme nos propomos : Eliminado o artificialismo, ostentações técnicas, julgamentos preconceituosos, e sentimentalismo vazio preconizados pelo Haicai, fica o conceito básico de que o Haicai   “É antes a arte de, com o mínimo, dizer o suficiente”. 
Os Quadros e Haicais dessa tríade fixam a transitoriedade das coisas (o ritual da cidade, as sombras das casas, a Igreja desaparecida, as águas do rio, a sensação do observador  , etc).e essa perspectiva pode ser estendida a toda a Coletânea.


Comentários finais do autor


A coletânea  “QUADROS & HAICAIS”  composta entre os anos 2001 e 2003, ficou sob suspeita de Imaturidade renitente no decorrer dos  “cinquenta anos”   (até  2005), adquirindo espaço na verve da terceira idade precoce, a partir dos “sessenta anos” do autor.
O “amador-ecimento” tardiamente revisto (2013)  nos Quadros & Haicais cometidos nos permitiu dizer:
-   A coletânea apresenta fidelidade temática e estética com  o objetivo pretendido.
- Contextualizações temporais e concisas envolvem a temática e a estética de cada Quadro.
-  O haicai não se apega ao texto   e procura a concisão no próprio quadro : é antes a arte de, com o mínimo, dizer o suficiente”. 
(josé nagado – 31.12.2013)
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NAGADO DESEJA

UM 2014 MARAVILHOSO  

E UM GRANDE ABRAÇO A TODOS




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