POSTAGEM DE
.09.04.2012 - ARQUÉTIPOS
2.6 Arquétipos, instintos e Individuação - Comentário do autor
O texto (2.6 Arquétipos, instintos e
Individuação) original do Burlesco
possui 28 páginas. Este resumo mantém referências e termos utilizados como pontos
de contatos entre o comportamento Burlesco e os Arquétipos, abrigados no
processo psicológico chamado Individuação.
A bem de uma “dialética” burlesca
saudável, acreditamos que sendo passível
de crivo pelos especialistas de plantão e procurando evitar suas eventuais objeções
ao texto, enquanto epistemológico, achamos oportuno lembrar ao leitor que atribuímos
a certa linguagem hermética do “psicologismo”,
qualquer tendência de explicar pontos de vista de domínio comum ou popular.
Filósofos
e psicólogos debateram a forma de atuação do nosso inconsciente sobre a subjetividade do comportamento humano, procurando identificar
elementos que o caracterizassem. Amnéris Maroni – “Jung – O Poeta da Alma”
(ref. 7) referindo-se à obra de C.G. Jung (1875 -1961), postula histórica e
culturalmente essa relação na definição
do homem que se diferencia da cultura
(ocidental) em que está inserido, caracterizada
pelo narcisismo, mania de razão, recusa de alteridade e incapacidade de
simbolização, traços discretos da sua subjetiva personalidade.
2.6
Arquétipos - instinto e individuação
Arquétipo
Este
termo, na psicologia analítica, se
refere a estruturas inatas, matrizes universais inscritas no consciente
coletivo, formadas por imagens
psíquicas do inconsciente coletivo comum
a toda a humanidade que servem de matriz para
desenvolvimento da psique e que acabam por se instalar no indivíduo
junto com o inconsciente pessoal.
Inconsciente
O “Aurélio”
define que o inconsciente tem a ver (Psic.) com o conjunto dos processos e
fatos psíquicos que atuam sobre a conduta do indivíduo, mas escapam ao âmbito
da consciência e não podem ser trazidos a esta por nenhum esforço da vontade ou
da memória, aflorando, entretanto, nos sonhos, nos atos falhos, nos estados neuróticos e psicóticos.
Jung divergia de Freud, para quem a noção de
inconsciente (“formada de conteúdos desagradáveis à consciência, bem como de
impressões esquecidas”) é formação
secundária derivada da consciência, enquanto que para Jung o
inconsciente coletivo, seria a matriz de
todas as produções culturais. (E porque não incluir também boa parte da produção cultural burlesca?)
Para
Jung, o inconsciente pessoal conteria
“todas as aquisições da existência pessoal tais como o esquecido, o reprimido,
o subliminarmente percebido, pensado e sentido,
somado ao inconsciente coletivo”, no extrato da camada mais profunda da
psique, e seria associado a motivos e imagens mitológicas herdadas do
funcionamento psíquico em geral, ou seja, da estrutura cerebral herdada.
O
Paraíso, crença existente nos mais distintos povos, constitui uma “situação em
que não há carências e as satisfações são imediatas e ilimitadas”, é um exemplo
de arquétipo.
Esta primeira relação entre o arquétipo e o inconsciente
pessoal denota ainda a falta de muitos conceitos para o entendimento do que
venha a ser arquétipos e sua ligação com o comportamento Burlesco.
Arquétipos - Intuição e
Imagem
Procurando explicar a noção de arquétipos, Jung
distingue primeiramente o conceito de intuição
do conceito de imagem, destacando que a intuição, na filosofia de Henry
Bérgson (1859-1941), é uma
forma de abordagem e apreensão do real:
“Intuição é um
processo inconsciente do qual resulta o surgimento, na consciência, de um
conteúdo consciente de uma idéia súbita, ou premonição”, um processo análogo ao
instinto - “impulso pragmático para
levar a cabo alguma ação altamente complicada, a intuição é a pragmática
apreensão inconsciente de uma situação altamente complicada”.
O termo imagem
pretende exprimir não apenas a forma da atividade que ocorre, mas a situação
típica na qual a atividade é desenvolvida. Tais imagens são consideradas primordiais,
na medida em que são peculiares a toda uma espécie, e, sua origem coincide, no mínimo, com o início
de tal espécie. As imagens possuem, a “qualidade humana” do ser humano.
Assim, por analogia, sua análise de representações
mitológicas dos pacientes o levou às imagens de base arquetípica, valorizadas como “fantasias
ativas”, produtos de uma “realidade
psíquica” e uma “realidade consciente”, vias essas da comunicação dos
pacientes com a cultura.
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