Cassio Carvalheiro

quinta-feira, 19 de abril de 2012

2.6 ARQUÉTIPOS, Instintos e Individuação


POSTAGEM DE .09.04.2012 - ARQUÉTIPOS

2.6 Arquétipos, instintos e Individuação - Comentário do autor  

O texto (2.6 Arquétipos, instintos e Individuação) original  do Burlesco possui 28 páginas. Este resumo mantém referências e termos utilizados como pontos de contatos entre o comportamento Burlesco e os Arquétipos, abrigados no processo psicológico chamado Individuação.
A bem de uma “dialética” burlesca saudável, acreditamos que sendo  passível de crivo pelos especialistas de plantão e procurando evitar suas eventuais objeções ao texto, enquanto epistemológico, achamos oportuno lembrar ao leitor que atribuímos a certa linguagem hermética do  “psicologismo”, qualquer tendência de explicar pontos de vista de domínio comum ou popular.
Filósofos e psicólogos debateram a forma de atuação do nosso inconsciente sobre a subjetividade do  comportamento humano, procurando identificar elementos que o caracterizassem. Amnéris Maroni – “Jung – O Poeta da Alma” (ref. 7) referindo-se à obra de C.G. Jung (1875 -1961), postula histórica e culturalmente  essa relação na definição do homem  que se diferencia da cultura (ocidental) em que está inserido, caracterizada pelo narcisismo, mania de razão, recusa de alteridade e incapacidade de simbolização, traços discretos da sua  subjetiva personalidade.
                                  
2.6 Arquétipos - instinto e individuação

Arquétipo
Este termo, na psicologia analítica, se refere a estruturas inatas, matrizes universais inscritas no consciente coletivo,  formadas por imagens psíquicas  do inconsciente coletivo comum a toda a humanidade que servem de matriz para  desenvolvimento da psique e que acabam por se instalar no indivíduo junto com o inconsciente pessoal.

Inconsciente
O  “Aurélio” define que o inconsciente tem a ver (Psic.) com o conjunto dos processos e fatos psíquicos que atuam sobre a conduta do indivíduo, mas escapam ao âmbito da consciência e não podem ser trazidos a esta por nenhum esforço da vontade ou da memória, aflorando, entretanto, nos sonhos, nos atos falhos, nos estados neuróticos e psicóticos.

Jung divergia de Freud, para quem a noção de inconsciente (“formada de conteúdos desagradáveis à consciência, bem como de impressões esquecidas”) é formação  secundária derivada da consciência, enquanto que para Jung o inconsciente coletivo, seria a  matriz de todas as produções culturais. (E porque não incluir  também boa parte da  produção cultural burlesca?)

Para Jung, o inconsciente  pessoal conteria “todas as aquisições da existência pessoal tais como o esquecido, o reprimido, o subliminarmente percebido, pensado e sentido,  somado ao inconsciente coletivo”, no extrato da camada mais profunda da psique, e seria associado a motivos e imagens mitológicas herdadas do funcionamento psíquico em geral, ou seja, da estrutura cerebral herdada.
O Paraíso, crença existente nos mais distintos povos, constitui uma “situação em que não há carências e as satisfações são imediatas e ilimitadas”, é um exemplo de arquétipo.
Esta primeira relação entre o arquétipo e o inconsciente pessoal denota ainda a falta de muitos conceitos para o entendimento do que venha a ser arquétipos e sua ligação com o comportamento Burlesco.

Arquétipos - Intuição e Imagem
Procurando explicar a noção de arquétipos, Jung distingue primeiramente o conceito de intuição do conceito de imagem, destacando que a intuição, na filosofia de Henry Bérgson (1859-1941),  é uma forma de abordagem e apreensão do real:
 “Intuição é um processo inconsciente do qual resulta o surgimento, na consciência, de um conteúdo consciente de uma idéia súbita, ou premonição”, um processo análogo ao instinto - “impulso pragmático para levar a cabo alguma ação altamente complicada, a intuição é a pragmática apreensão inconsciente de uma situação altamente complicada”.
O termo imagem pretende exprimir não apenas a forma da atividade que ocorre, mas a situação típica na qual a atividade é desenvolvida. Tais imagens são consideradas primordiais, na medida em que são peculiares a toda uma espécie, e,  sua origem coincide, no mínimo, com o início de tal espécie. As imagens possuem, a “qualidade humana” do ser humano.
Assim, por analogia, sua análise de representações mitológicas dos pacientes o levou às imagens de base arquetípica, valorizadas como “fantasias ativas”, produtos de uma “realidade  psíquica” e uma “realidade consciente”, vias essas da comunicação dos pacientes com a cultura.












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