TAN 00 11.01 – “ESTEREÓTIPOS E
BARTHES” - ESCLARECIMENTOS
1. Introdução
O objetivo deste trabalho é alinhar
o conteúdo das postagens feitas no blog Confrarias do Riso em
relação ao tema “Estereótipos e Barthes”, visando proporcionar o entendimento do
conceito de Estereótipos, dentro da concepção do “Burlesco” e da sua Estrutura.
Em atenção a:
[Confraria do riso] Novo comentário em TAN 00 11 –
“ESTEREÓTIPOS E BARTHES”.
L.
Roberto de Barros Santos deixou um novo comentário sobre a sua
postagem "TAN 00 11 – “ESTEREÓTIPOS E BARTHES”":
Nagado, continuo tendo grande dificuldade em entender os
textos aqui publicados. Mas continuarei tentando...
L. Roberto de Barros Santos
L. Roberto de Barros Santos
Ter 26/12/2017, 10:21
TAN 00.11
Em TAN 00.11, postado em
(12.12.2017, destacamos a crítica do amigo Neves, a respeito de textos
do “Burlesco”, postados no blog Confrarias do Riso.
Faz parte de uma homenagem ao
amigo Neves, iniciado em (20.12.2016), com o post:
2. Histórico
Em 2012, postei uma série de textos no blog Confrarias do
Riso, dispondo sobre o tema “Estereótipos e Barthes”.
O GOOGLE registrou, como
resultado de busca para “ESTEREÓTIPOS E BARTHES”, o post (2.5) no blog
Confrarias do Riso -licburlesco.blogspot.com/.../2.5-estereótipos – cont.de
elementos do.ht...4.abr.2012– associada ao combate aos estereótipos e revela também o caráter contestador
de Roland Barthes em relação à ideologia contida nos textos: “É ...
“ESTEREÓTIPOS E
BARTHES”, postado a partir de (04.04.2012) expõe a essência desse tema,
nos links citados abaixo:
http://licburlesco.blogspot.com/2012/04/25-estereotipos-cont-de-elementos-do.html
http://licburlesco.blogspot.com/2012/06/estereotipos-e-barthes-02-continuacao.html
http://licburlesco.blogspot.com/2012/06/estereotipos-e-barthes-03-continuacao.html
http://licburlesco.blogspot.com/2012/06/estereotipos-e-barthes-04-conclusao.html
(Conteúdo para leitura:
Estereótipos, Mitos como forma de ideologia, Figuras de Expressão de Barthes,
Metonímia, Estrutura do Burlesco e Função Heurística dos mitos)
2.1 Comentário de JC Neves
A propósito dessas postagens
(“Estereótipos e Barthes”), JC Neves comentou:
“Gostaria muito de fazer um
comentário consistente sobre os últimos textos que postaste sobre a teoria de
Barthes, mas não me sinto capaz de fazê-lo. As definições casam com o
sentimento que tenho de cada uma das doutrinas e me parecem coerentes e
sensatas. Não tenho, entretanto, a profundidade de conhecimento nem para
avalizá-las, nem para rechaçá-las; afinal, Barthes é Barthes, para usar o Ninismo
e a Tautologia. ...” JC - 26/06/12
2.2 Comentários do Autor
Em resposta ao comentário do
Neves agreguei informações esclarecendo a relação entre Estereótipos, Mitos e
Ideologias.
A
origem da ideia de Fundamentos Mitológicos, no Burlesco,
está associada ao uso de Mitos com o objetivo de direcionar
ideologicamente indivíduos de uma sociedade, alinhado com o conceito de
Mitologia, desenvolvido por Roland Barthes (1915 -1980), sob os auspícios do
vínculo entre o Estruturalismo (da década de 1950) e a Semiologia.
Nesta
concepção, o mito foi considerado como a designação de falsas evidências de
fatos que o senso comum trata como natural, mascarando realidades e neste
sentido, perfeitamente histórica, caracteriza um abuso ideológico dissimulado.
Barthes trata os Mitos como forma de ideologia, uma ferramenta de dominação burguesa,
como vimos em – “a Ordem”, postada em ESTEREÓTIPOS E BARTHES – 03
(continuação).
Afirmações feitas nesse
sentido, em (04.07.2012):
3. Estereótipos e Barthes - Informações adicionais
Em
(15.06.2014), postei no blog informações adicionais ao tema, através de B&F
– 006.2013.01 – “Estereótipos – Mitos e Ideologias”
Burlesco
Este B&F expõe o
significado de estereótipos, sua inserção em textos do blog Confrarias do Riso
e especialmente no estudo de Estilos de comportamentos Burlescos.
O Blog Confrarias do Riso
aborda os estereótipos como ferramenta ideológica segundo Roland Barthes,
em sua visão sociológica, semiológica e filosófica, que estabelece a relação
entre o mito (fala mítica), estereótipos e ideologia.
Ao lado dos fundamentos
lógicos e comportamentais, a ideologia constitui uma das necessidades
estruturais do “Burlesco”.
Barthes
A origem de Fundamentos
Mitológicos, no Burlesco, está associada ao uso de Mitos com o objetivo de
direcionar ideologicamente indivíduos de uma sociedade, alinhado com o conceito
de Mitologia, desenvolvido por Roland Barthes (1915 -1980), sob os auspícios do
vínculo entre o Estruturalismo (da década de 1950) e a Semiologia.
“O Mito é uma Fala”, afirmado por Barthes para
conceituar o mito como um modo de significação, diz respeito a uma
forma onde tudo aquilo que pode ser julgado por um discurso (uma fala), pode se
constituir em mito, “com seus limites históricos, condições de
funcionamento e objetivos sociais”.
Barthes usou sete figuras de
expressão para esclarecer aquela afirmação (“o mito é uma fala”) em suas
“Mitologias” (2003).
Neste B&F exemplificamos
algumas dessas figuras identificadas com o humor burlesco quando
associados aos discursos, falas, ou até a simples bilhetes emitidos por
conhecidos personagens.
No livro de Ruy Castro – O
Poder de Mau humor – Companhia das Letras (1996), disfarçados no título, descobrimos
exemplos de estereótipos decodificados pelas figuras de expressão usadas por
Barthes: (1) A Vacina, (2) A Omissão da história, (3) A Identificação, (4) A
Tautologia, (5)O Ninismo, (6) A Quantificação da Qualidade e (7) A Constatação.
Apesar de antigas, as falas identificam estereótipos bastante correntes
nos dias de hoje..
Figuras de expressão dos
mitos, de Barthes.
1. Vacina:
consiste em confessar o mal acidental de uma instituição de classe, para
camuflar o seu mal(maior) indispensável.
(Corrupção) - É dando que se
recebe. (Roberto Cardoso Alves)
2. A
omissão da história: Quando o Mito fala sobre um objeto, despoja-o
(surrupia-o) de toda a História.
(Dívida) - Abençoados sejam
os jovens, porque eles herdarão as dívidas nacionais. (Herbert Hoover)
(Tecnocratas) - Dê o Saara a
um tecnocrata e, em cinco anos, o deserto estará importando areia. (Henri
Jeanson)
3.
A identificação: “A identificação” observa apenas a semelhança de
características, como a dizer que “o outro só existe quando concorda comigo”.
(Bajulação) Não concorde
comigo até eu acabar de falar, pô! (Darry F. Zanuck)
4.A tautologia: É um
processo verbal, que consiste em definir o mesmo pelo mesmo (“o teatro é o
teatro”) (v. truísmo). “A tautologia” é uma redundância como ”subir para
cima”, ou tratar o mesmo pelo mesmo.
5. O ninismo (nem - nem ismo):
Consiste em colocar dois contrários e equilibrar um com o outro, de modo a poder
rejeitar os dois (não quero isto nem aquilo). Recusam-se igualmente termos para
os quais uma escolha era difícil e foge-se do real intolerável.
6. A quantificação da
qualidade: Consiste em reduzir toda a qualidade a uma quantidade.
(Quantidade) - Certo
político, falando da qualidade da sua administração referindo-se aos milhares
de quilômetros de faixas exclusivas para ônibus implantadas no trânsito de
São Paulo. (2013)
7. A constatação: O
Mito tende para o provérbio. A “constatação” pode ser tratada como um
axioma: todos os nossos provérbios populares representam mais uma fala ativa
que pouco a pouco se solidificou em uma fala reflexiva, reduzida a uma
constatação, e, de algum modo, tímida, ligada o máximo possível ao
empirismo.(experiência como formadora de idéias).
(1981-Mentiras) - Em nosso
país (URSS), a mentira tornou-se não apenas uma categoria moral, mas um pilar
do Estado. (Alexander Soljenitsin)
(Agricultura) - Se você
tiver uma fazenda e, na hora da colheita, tiver que optar entre um administrador
petista e uma nuvem de gafanhotos, fique com os gafanhotos. (Paulo Maluf)
...
4. Considerações finais
a.Realmente, em TAN 011 – “ESTEREÓTIPOS E
BARTHES”, o entendimento do leitor ficou
prejudicado sem a apresentação completa e exemplos das figuras de expressão de
Barthes (Vacina, Omissão da História, etc.).
b.
B&F –
006.2013.01 – Estereótipos – Mitos e Ideologias (15.06.2014)
Apresenta as figuras de
expressão de Barthes e cita exemplos dentro do escopo (ideologia) retiradas do
livro de Ruy Castro. Conecta a ideia de Estereótipos, Mitos e Ideologias e
destaca sua importância para a Estrutura do Burlesco (Protocolo Ideológico).
c. A manifestação do amigo Transmontano (“Portugueses vencem
Espanhóis em Aljubarrota!”) dias após a derrota (26.06.2012) da seleção de
futebol de Portugal perante a da Espanha, pela EUROCOPA da UEFA.) (ver e-mail de Nagado para JCN, de 03.07.2012), chama a
atenção para uma figura de expressão de mito.
Explica-se: O Transmontano não iria admitir a derrota esportiva sem
colocar em evidência a “fabulosa vitória de Portugal perante a Espanha em
Aljubarrota – ocorrida em (1483) !!”. Uma autêntica expressão da figura do mito
(omissão da história). Kkkk!
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Esse mito do futebol, assim como o “Mito de Aljubarrota”, constituem-se
em uma verdade antropológica, uma questão de identidade nacional.para os
lusitanos!
O Mito de Aljubarrota
A Batalha de Aljubarrota,
entre Portugal (casa de Aviz) e Espanha (Casa de Castela), em 1483, terminou
com uma heroica vitória dos Portugueses, apesar de estar um número de
combatentes muito menor. O fato é considerado como um mito, integrado ao traço
de personalidade do Português, logo ao início do século XVI (1500) das grandes
descobertas marítimas portuguesas, cantada em versos por Luiz de Camões:
“Não sofre o peito forte, usado à guerra.
Não ter o inimigo já a quem faça dano,
E assi, não tendo a quem vencer na terra,
Vai cometer as ondas do oceano.”
5.
Concluindo, conseguimos reafirmar o entendimento:
- do conceito de (ideologia/figuras de expressão) no Burlesco e no Blog Confrarias do
Riso.
- das figuras de expressão de Barthes (ideologias), a serem introduzidas no texto
do “Burlesco”.
Agradecemos
a atenção e Comentários no blog Confrarias do Riso - https://licburlesco.blogspot.com ou
através de e-mail para
====================================================
De: José Nagado <j_nagado@hotmail.com>
Para: jose neves <jcneves45@yahoo.com.br>
Terça-feira, 3 de Julho de 2012 0:45
José,
Terça-feira, 3 de Julho de 2012 0:45
José,
O amigo Transmontano reage: “Portugueses vencem Espanhóis em
Aljubarrota!” (O Transmontano vai acabar me detestando por esta
brincadeira!).
Portugal venceu em Aljubarrota e isto aconteceu faz muito tempo (1483),
mas os castelhanos de hoje, lembraram do desejo de Castela anexar
Portugal, principalmente meio time da seleção espanhola, que é de Barcelona,
que fica, por acaso, na região de Castela.
Voltando ao sério(!!), achei interessante postar no blog os
esclarecimentos suscitados por seu e-mail e o comentário (e resposta) ao
Marcus, no Face book.
Pá, abraços! e obrigado !
José
José, bom dia!
... a postagem é interessante, e faz jus ao foco do Blog, vá em frente!
.....E já que estou a escrever na linguagem do Transmontano,
Uma forte mãozada e bem hajas
JC - 03/07/12
Aproveitando o tema, pergunto ao leitor: "leitor de blog" pode ser considerado um estereótipo cultural? (o leitor se considera inteligente, com senso de humor, bem informado, capaz de entender sutilezas de uma narrativa, etc?)
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