Cassio Carvalheiro

quinta-feira, 17 de julho de 2014

B&F 007.2013 – ref. MODELO ESTRUTURAL DO BURLESCO - (15.07.2014)


B&F 007.2013 – ref. MODELO ESTRUTURAL DO BURLESCO - (15.07.2014)


Este B&F trata do conceito de Modelo Estrutural do Burlesco, através de postagens feitas anteriormente neste blog.
Lembramos que Bergson (1859 – 1941) e Deleuze (1925 – 1995), ambos aqui citados, não poderiam ser notificados do uso de referência às suas obras, mas acredito que    citando-as estarei homenageando-os.
1.    Bérgson, Henri – O riso – ensaio sobre a significação do cômico – Zahar Editores – Rio de Janeiro – 1980
2.    Deleuze, Gilles – Lógica do Sentido – trad. Por Luiz Roberto Salinas Fortes – Editora Perspectiva S.A – São Paulo (2007)

LEITOR: Por incrível que possa parecer, eu me esforcei para fazê-lo rir em alguns pontos deste trabalho. Conte através do blog, quantas vezes v. riu.

POST 01.2013
MODELO ESTRUTURAL - final (1)
http://licburlesco.blogspot.com/2013/01/post-o12013.html
Os textos postados neste Blog, procuram apresentar os conceitos  do Burlesco, com especial atenção as Categorias e Estilos burlescos e fundamentos que os identificam ,  caracterizados por certa lógica, ideologias e comportamentos, destarte existentes no arcabouço do inconsciente do indivíduo.
Na Postagem  09.3000.2012 - BALANÇO GERAL deste blog nos propomos a apresentar a solução da Função  Estilo (b), considerando-se a necessidade de mobilizar nossas  postagens para objetivos editoriais do Burlesco no início deste ano.
A Função Estilo (b)
A partir de considerações sobre um aforismo de G. C. Lichtenberg (“Uma pessoa revela o próprio caráter por sua reação a uma piada”)  construímos o Gráfico FCB -   onde avaliamos Categorias e Estilos de comportamento de indivíduos,  baseado em Fundamentos  e Condicionamentos observados em seu ambiente social.
Criação do  Modelo Estrutural 
A partir dessa visão gráfica chegamos à expressão Estilo (b), a representação matemática desse  Modelo Estrutural, que estabelece a relação entre caráter, tendências e  o estilo burlesco mais eficaz do indivíduo, quando se aplicam aqueles fundamentos  especialmente denotativos para cada estilo. Assim:
Estilo (b) =  Caráter(k) . [C Fundamentos  (n , i)] . [ ∑ tendências (x, j)]
Se lhe tivessem apresentado a expressão matemática do Estilo (b), Lichtenberg teria reconsiderado seu aforismo no âmbito do burlesco e certamente concordaria: “O buraco realmente é mais em baixo”. Isto é, a reação a que Berg se refere , é aquilo que chamaremos aqui  de “estilo mais eficaz”, tratando não só do   caráter (índole, natureza, temperamento) do indivíduo como também das relações com seus  fundamentos burlescos e tendências . Falando do burlesco, Berg teria reeditado seu aforismo da seguinte maneira :
"Uma pessoa revela seu caráter (índole, natureza, temperamento), expondo voluntariamente ou não, suas tendências e inclinações junto com seus  condicionamentos (permissões e bloqueios), quando   utiliza seu estilo burlesco mais eficaz."
Essa frase será mencionada como o “Nexo Berg-Nagado”, e assim reconheceremos modestamente a colaboração do desconhecido Licht, digo Berg.

Gerador de Estilos  
Em adendo à formulação matemática, o Burlesco credita para essa Estrutura o conceito de "Gerador de Estilos", um sistema capaz de gerar (identificar) estilos diversos. Vejamos como a homologia ao conceito de homeóstase justifica essa proposição.

A homologia  
O “Nexo Berg-Nagado”, pela originalidade de conteúdo (e porque não, pelo brilhantismo), certamente demanda uma  teoria que possa dar credibilidade   a tudo que lhe diz respeito, coisa  pouco comum no âmbito vulgar do burlesco. Parafraseando Licht, digo  Berg : “Há  pessoas que acreditam que tudo o que se diz com ar sério é razoável”.
Encontramos a resposta, não menos brilhante para essa questão, nas relações que interligam o conteúdo psicológico do “Nexo Berg-Nagado” ao  conceito fisiológico de homeóstase, reportado na Teoria de Sistemas.(ref.3), na qual o texto do Burlesco  se aprofunda para justificar a homologia entre este Sistema (homeostase) e o sistema constituído pela Estrutura do burlesco.
Neste contexto do burlesco, a condição de equilíbrio é obtida intrinsecamente pela propriedade auto-reguladora da homeóstase, quando o agente do estilo gerado por esse sistema estruturado realiza algum tipo de humor, ao liberar o potencial entre (Caráter x Tendências) e (Caráter x Fundamentos),  definido na Função Estilo (b).
Esta afirmação define, genericamente, as soluções pontuais para a função Estilo (b), isto é,  a solução relativamente a uma base integrada  de Fundamentos (Lógico, ideológico ou comportamental) e traços de caráter correspondentes (v.  Tendências) do estilo observado. Um espectro mais amplo desse estilo poderá ser explorado sob uma nova base de fundamentos. 

Na postagem POST 02.2013 iremos ver o Gozador de estilo Satírico e o seu desempenho com o Princípio lógico do Terceiro Excluído.

(josé nagado - 24.01.2013)



Extrato do post (3. BURLESCO - modelo Estrutural)  
http://licburlesco.blogspot.com/2012/06/3-burlesco-modelo-estrutural.html (28/06/12)
Confirmando o insight de Bérgson, diga-se a bem da verdade, que nossas pesquisas foram obtidas em conversas em bar, no estádio de futebol, no salão de barbeiro, roda de amigos na calçada, na pescaria, e outros lugares nem sempre tão prosaicos, onde as pessoas fazem graça (ou são engraçadas) utilizando-se de jargões próprios ao ambiente, em geral expondo de forma tendenciosa ou    atentatória (e especialmente atentatória), fatos e vícios penosos à vida social.
O fato mais curioso constatado foi que as pessoas são levadas a agir por semelhança ao estilo de um ícone apropriado a determinado ambiente.
Conexões, sugeridas pelo Nexo Berg-Nagado, abrem caminhos para novas proposições e predicados (atributos) do agente, a cada novo estado de coisas (nova realidade). Esta nova realidade fatalmente pode conduzir ao falseamento de predicados reconhecidos anteriormente no dedicado agente. Fato que nos provoca gostosas gargalhadas. Risos)

POST 03.2013 

MODELO ESTRUTURAL - final (3)
http://licburlesco.blogspot.com/2013/01/post-032013.html

A função Estilo (b) cuja solução teria agitado pesquisadores(?) matemáticos, com certeza irá estimular autores que se mostrarem dispostos a enfrentar o uso de conceitos matemáticos, como por exemplo, para prospectar evidências de identidades intrinsecamente histriônicas existentes em "campos burlescos" ainda não explorados. 

Solução matemática da função Estilo (b)  

O comportamento a ser observado, relativamente a uma causa, tem origem na análise conjunta de duas séries derivadas da função Estilo(b), que compõe um sistema gerador de estilos.
A função Estilo(b) = Caráter(k) [D.Fundamentos + D.Tendências] é constituída de duas séries que podem ser analisadas por suas derivadas (d) cujos limites são determinados quando Fundamentos tendem a Zero e quando Tendências tendem a zero.
Assim, podemos dizer intuitivamente que:
- Quando Fundamentos tendem a Zero, as Tendências designam o significado do Estilo. Temos aí o Tendencioso, dominado pelas necessidades, apetites, inclinações, instintos e desejos. (O Psiquiatra de plantão diria: “Eis o psicótico”, e tentaria identificar a psicopatia apropriada ao caso.)
- Quando Tendências tendem a Zero, os Fundamentos caracterizam o nome (significante) do Estilo. Temos aí o Filósofo, pleno de Razão. (O Psicólogo de RH diria:” É um Neurótico, faz tudo como manda o figurino”

DELEUZE, GILLES, em Lógica do Sentido – Editora Perspectiva S.A – S.Paulo (2007) define as condições mínimas de uma estrutura geral.

"1º. São necessárias, pelo menos, duas séries heterogêneas, das quais uma será determinada como “significante” e a outra como “significada” (nunca uma única série basta para formar uma estrutura)".
2º. "Cada uma destas séries é constituída por termos que não existem a não ser pelas relações que mantém uns com os outros. Uma estrutura comporta em todo caso duas distribuições de pontos singulares correspondendo a séries de base".
3º."As duas séries heterogêneas convergem para um elemento paradoxal, que é como o seu “diferenciante”. Ele é o princípio de emissão das singularidades. Este elemento não pertence a nenhuma série, ou antes, pertence a ambas ao mesmo tempo e não pára de circular através dela".


Comentários

Os comentários a seguir auxiliarão o leitor quanto à aplicação da solução matemática da função Estilo (b) apresentada no texto do Burlesco. 
A Lei da Banalização dos Princípios é fundamental para tornar o leitor apto a entender os critérios para caracterizar o estilo burlesco em relação a caráter, fundamentos e tendências (apetites, disposições e inclinações).

A solução dessa função nos permite considerar que:

- Estilo(b) define o estilo burlesco mais eficaz de um indivíduo, a quem se pode chamar de “estiloso”.

- Podemos associar a função Estilo (b) a um “produto” de 3 dimensões (Caráter, Fundamentos e Tendências)  que matematicamente, resultaria  em um “volume” ou “espaço”.

- Então, Estilo (b) pode ser considerado o espaço psicológico ocupado pelo indivíduo.

- Uma vez ocupado esse espaço, não se pode mais  abstrair desse espaço e nem do próprio indivíduo.

- “Espaçoso” é o sujeito que, para desgraça de nós outros,  não se pode abstrair do espaço ocupado por ele. É o próprio. Ele é onipresente, ubíquo, está presente ao mesmo tempo em vários lugares.

- “Substancioso” é o indivíduo  engraçado  cujo conceito permanece real no tempo, como o falecido animador de programas de calouros da TV, Abelardo Barbosa  “Chacrinha” que buzinava nos ouvidos dos calouros reprovados e dizia com propriedade: “Quem não se comunica se estrumbica”.

- Considerando-se suas três dimensões (Caráter, Fundamentos e Tendências), a resolução da função Estilo(b) resulta em um complexo de ações que integram modos de geração do burlesco, respectivamente, intelectivo, afetivo e volitivo.

- Observar também que associamos a geração dos estilos burlescos a             determinadas disposições de ordem psicológica do agente, a saber:
. Posicionar favoravelmente o julgamento crítico do interlocutor.
. Ficar desobrigado da necessidade de experimentar sentimentos penosos.
. Ficar desembaraçado do julgamento crítico do interlocutor.

Processos de raciocínio 
Formalizando o pensamento objetivo e para caracterizar processos de raciocínio,  temos como ferramentas de trabalho a intuição, dedução, abdução, análise e síntese, reflexão e verificação, teoria aliada à prática, ciência aliada à técnica, que  podem ser considerados como estágios discriminatórios para avaliação dos critérios de Fundamentos e Tendências.

- Fundamentos têm relação direta com o pensamento lógico ou racional, seguindo, portanto, os princípios de identidade, contradição, terceiro excluído, razão suficiente e causalidade; “discriminando as verdades de fato e verdades de razão”, pelo menos enquanto formuladas sob o aspecto filosófico.
- Lembramos que o princípio da indução é o princípio de causalidade, identificado igualmente como Princípio do determinismo ou da Constância das leis da natureza. 

Os estilos que serão apresentados mostrarão ao leitor a importância do princípio da homeóstase e da associação (v. 3.2.1)  entre este e os princípios da Realidade (psicologia)  e do Prazer (psicanálise), que tornamos a repetir:
Princípio da Realidade. – Substituição ou controle das exigências do “princípio do prazer” com o objetivo de adaptar o organismo às exigências da realidade, assegurando, conseqüentemente, a satisfação de suas necessidades.
Princípio do prazer. – Tendência da atividade psíquica a buscar a satisfação e evitar o pesar, sem levar em conta a realidade.



Resumindo, temos:
FUNDAMENTOS
LOGICOS
IDEOLÓGICOS
COMPORTAM.
P.PRAZER
Orient. para o prazer
predominante
P. REALIDADE
Orient. para a realid. .
predominante

Utilizando a estrutura apresentada o leitor poderá definir estilos diferentes daqueles prospectados no Burlesco.

j.nagado – revisões: (02/02/2007) – (27/08/2008) - (25.01.2013)

Estilos e Esquetes dos Estilos Burlescos
Os estilos burlescos foram apresentados suscintamente no blog, com base nesta estrutura de geração de estilos do Burlesco.
Esquetes já postados no blog
POST 11.2013 – ESQUETES: CRICA – Fair Play no Tênis   - (http://licburlesco.blogspot.com/2013/09/post-112013-esquetes-crica-fair-play-no.html)
(Categoria Espirituoso )
 POST 12.2013–ESQUETES: ESPECIALISTA–Piada de Advogado. (http://licburlesco.blogspot.com/2013/09/post-122013-esquetes-especialista-piada.html) 

(Categoria Pobre de Espírito) 

POST 13.2013 – ESQUETES : CÂNDIDO – Afilhado de Político
http://licburlesco.blogspot.com/2013/11/post-132013-esquetes-candido-afilhado.html

POST 14.2013 – ESQUETES : SIMPLÓRIO – do Grotesco ao Lúdico
http://licburlesco.blogspot.com/2013/12/post-142013-esquetes-simplorio-do.html

POST 15.2013 – ESQUETES – INOCENTE ÚTIL : compassivo
http://licburlesco.blogspot.com/2014/02/post-152013-esquetes-inocente-util.html

POST 16 .2013 – ESQUETES: IGNORANTÃO – produto de Individuação
http://licburlesco.blogspot.com/2014/03/post-16-13-esquetes-ignorantao-produto.html


A série de esquetes referentes à Categoria Pobre de Espírito já foi concluída. Os esquetes referentes às Categorias (Gozador, Espirituoso e Genial) serão apresentados em suas respectivas séries.  
(josé Nagado – 15.07.2014)




sexta-feira, 11 de julho de 2014

POST 003.2014 - Lúcia Guimarães – “O FIM DA INOCÊNCIA” (O ESTADO DE SÃO PAULO - ALIÁS, 06.07.2014)



POST 003.2014 -
Lúcia Guimarães – “O FIM DA INOCÊNCIA” (O ESTADO DE SÃO PAULO - ALIÁS, 06.07.2014)

Introdução

Matéria da jornalista Lúcia Guimarães – “O Fim da Inocência”, publicada em 06.07.2014 (Aliás), no Jornal O Estado de São Paulo, menospreza o já ultrapassado futuro Orwelliano de “1984” e lembra do presente e do passado recente, chamando a atenção para a perigosa quantidade de informações pessoais à disposição das redes sociais (Google, Facebook, Orkut, etc.) e também para uma experiência behaviorista feita pelo Facebook, sem notificar seus usuários.

Vejam a reprodução de um trecho da matéria citada:
“Agora, a má notícia: a tecnologia nas mãos privadas continua à frente da Justiça, como mostra o escândalo causado pela revelação de uma experiência behaviorista (1) feita pelo Facebook sem notificar seus usuários. Durante uma semana, em 2012, o algoritmo do site de Mark Zuckerber foi alterado para manipular o conteúdo dos feeds de notícias de 689.003 membros. Uns recebiam notícias positivas, outros recebia notícias ruins. A experiência resultou num estudo na prestigiada publicação acadêmica “Proceedings of the National Academy of Sciences”, assinado por cientistas do Facebook, da Universidade de Cornell e da Universidade da Califórnia. O título do estudo é Evidência Experimental de Contágio Emocional em Massa Através de Redes Sociais. Os cientistas do Facebook queriam saber se a exposição a notícias negativas influenciava as postagens dos internautas. O resultado já foi espinafrado por outros cientistas por técnicas de amostragem Mas esse não é o centro da controvérsia.”  (veja o link)
http://alias.estadao.com.br/noticias/geral,o-fim-da-inocencia,1523822

Esta matéria expõe a “experiência behaviorista” praticada pelo Facebook  e discute a ética do uso do website nesse caso. 
Este blog Confrarias do Riso, atento para as artimanhas Webianas, aproveita o “gancho” para apresentar um resumo da teoria do Behaviorismo junto com um experimento Behaviorista do qual muitos dos leitores se sentem envergonhados só de lembrar que participaram do mesmo.

O Behaviorismo  

No desenvolvimento do Burlesco (e no blog Confrarias do Riso) adentramos em teorias formuladas nos séculos anteriores por cientistas do comportamento, cujo conhecimento ainda hoje é utilizado para lastrear a análise de conduta de pessoas visando eventual controle, seja no plano individual como no grupal.
A seguir, referências, títulos e links relativos ao behaviorismo, que servirão para consultas a serem feitas no blog.

(2.4.1) REVENDO COMPORTAMENTOS – continuação
http://licburlesco.blogspot.com/2012/01/burlesco-continuacao_7472.html

c) Behaviorismo -  John Broadus Watson (1878–1958)

É considerado o fundador do comportamentalismo (ou simplesmente behaviorismo), para quem a chave para compreensão do comportamento deveria ser apenas e simplesmente os comportamentos concretos e observáveis.
Estudioso de Pavlov e seguidor das idéias realistas de Auguste Compte (1798 – 1857), Watson com seu behaviorismo metodológico estuda   o comportamento como função de certas variáveis do meio, sob o argumento de que determinados estímulos levam o organismo a dar determinadas respostas. O interesse de Watson concentra-se na busca de uma psicologia livre de conceitos mentalistas e de métodos subjetivos da psicologia, que pudesse reunir condições de prever e de controlar o comportamento.

d) Behaviorismo radical - Burrhus Frederic Skinner (1904-1990)

Behaviorismo Radical é uma corrente anti mentalista proposta por B. F. Skinner defensor da idéia de que o nosso comportamento pode ser condicionado (tese do Condicionamento Operante) em função das consequências (reforçadores). Assim, um estímulo (uma ação) tem como conseqüência uma resposta (um efeito) que pode ser reforçadora (agradável) ou não. A resposta pode não ser reforçadora quando houver Punição (castigo) ou Extinção (o estímulo não produzir resposta). Pode parecer surpreendente, mas, para eliminar um comportamento, a Extinção é mais eficaz do que a Punição. Isto lembra os métodos (de extinção) de Hitler com seus campos de concentração.

Vejamos o relato de um experimento dessa época   para comprovar o conceito de Reforço.
O sádico espírito científico dessa época tinha seus métodos, como por exemplo, observar o comportamento da cobaia (podia ser você) com muita sede, colocada em frente a uma torneira:

>Você abre a torneira e bebe água (Reforço Positivo);

>Você abre a torneira e leva um choque (Punição)

>Você abre a torneira e não sai nada (Extinção). Isto é sadismo!
Um pouco de sadismo para eliminar um comportamento, pode ser uma das abordagens possíveis do Behaviorismo Radical do americano Skinner (1904-1990).  

Skinner buscava compreender questões humanas, como "comportamento", "liberdade" e "cultura", dentro do modelo de seleção por consequências  rejeitando o uso de variáveis não-físicas e atribuindo um caráter mecânico aos eventos comportamentais, quase fisiológico, uma vez que as razões que estariam subjacentes ao levar o homem a desempenhar um  comportamento deveriam ser tratadas isoladamente, da forma como trataremos  os  comportamentos burlescos  onde abordamos  os motivos que nos fazem rir quando descobrimos “por que fazemos o que fazemos e o que devemos fazer e não devemos”. (j.nagado 28.01.2012)

(2.4.1) Behaviorismo radical – Um experimento
http://licburlesco.blogspot.com/2012/01/burlesco-continuacao_3703.html

Um experimento (na verdade, uma “pegadinha”) divulgado recentemente na Internet, submete a um vexame deplorável, todo internauta que se diverte vendo belas garotas inicialmente vestidas, ficarem nuas quando é solicitado um “clique” do mouse sobre uma “máscara mágica”, a cada garota apresentada. Essa é a fase do reforço positivo.
Garota após garota, desnudada com um simples “clique” do mouse sobre a máscara mágica, entusiasma o internauta até que aparece uma figura barbuda (parece o Lula, o atual presidente da República!), que em nada lembra as lindas e deliciosas garotas até então mostradas. Claro! Condicionado, o internauta só quer ver mulher pelada, e tenta clicar o mouse sobre a máscara mágica, que sai do lugar.
Afoito, o internauta tenta clicar a máscara na sua nova posição. Novamente, a máscara muda de posição. E assim, o nosso internauta vai para sua terceira tentativa para conseguir, novamente, ver, mas ver o que? O Lula pelado? Aqui o internauta cai em si, olha para os lados para verificar se alguém viu o vexame que passou.
Como se viu, o internauta não foi castigado com o aparecimento do Lula pelado e, por outro lado, seu ato foi simplesmente extinto, isto é, não produziu resposta.

Esta é uma aplicação da teoria do Behaviorismo Radical.
Pode parecer surpreendente, mas, para eliminar um comportamento, a Extinção é mais eficaz do que a Punição.
Resumindo, o experimento eliminou um comportamento indecoroso do internauta, que nunca mais vai querer ver qualquer coisa (boa) no Lula.!!! (j.nagado  28.01.2012)

Discussão

As redes sociais (Facebook, Google, Orkut, etc), objeto da matéria escrita pela jornalista Lúcia Guimarães estão sob o foco intenso da justiça americana, por acusação de abuso do poder de controle da (nossa) “informação”.  
Até que ponto as mídias sociais como sites, blogs e e-mails estariam livres do controle das redes sociais?

Acho que você já deve ter se esquecido de sua expressão quando enfrentou o experimento behaviorista. Ou talvez o Lula lhe apareça nos pesadelos.

Você consegue imaginar a quantidade de informações que seu filho de 2 anos recebe pela internet? Veja a piada abaixo e esqueça o resto.

Uma piada – (C.R - Besteirol do Júlio)
Aos dois anos o menino já sabe navegar na Internet mas ninguém ainda o ensinou como nasceu.


 Retratos da vida moderna
“Não meu filho. Você não foi baixado da Internet. Você nasceu!”.

Comentário

A dúvida do garoto, um webpata potencial tem razão de ser. A Cúpula Mundial da Sociedade de Informação (atenção, cândidos frequentadores de sites tecnológicos) prevê para dentro de 10 anos, uma sociedade “chipada” onde seus elementos poderão ser virtualmente baixados em qualquer domínio de interesse.

Atenção: Estamos próximos dessa situação!

José Nagado (10.07.2014)



B&F 006.2013.02 – ESTEREÓTIPOS - Mitos e Ideologias (cont.)


B&F 006.2013.02   

Estereótipos – Mitos e Ideologias (cont.)

O modelo

O Burlesco não adere a nenhuma particular concepção filosófica ou psicológica. O conceito fisiológico de homeóstase, reportado na Teoria de Sistemas (ref.3 do Burlesco), associado com a função Estilo (b), resultou no   modelo gerativo de estilos de comportamento Burlesco.

Este modelo do Burlesco estabelece duas séries de relações (caráter x fundamentos) e (caráter x tendências), determinantes do Estilo de comportamento Burlesco, identificados, portanto, com o caráter do agente do estilo, observável para um determinado estado de coisas.
A partir destas relações do estilo (para um estado de coisas de uma realidade), decodificamos (identificamos) seus estereótipos (com auxílio de figuras de expressão), cujos predicados (falsos ou verdadeiros) definem os atributos do estilo e confirmam a categoria usual do burlesco.
A homologia  

O “Nexo Berg-Nagado”, pela originalidade de conteúdo (e porque não, pelo brilhantismo), certamente demanda teoria que possa dar credibilidade   a tudo que lhe diz respeito, artefato pouco comum no âmbito vulgar do burlesco. Parafraseando o nosso Guru “Existem pessoas que acreditam que tudo o que se diz com ar sério é razoável”.
Encontramos a resposta, não menos brilhante para essa questão, nas relações entre o conteúdo psicológico do “Nexo Berg-Nagado” e o conceito fisiológico de homeostase, reportado na Teoria de Sistemas. (v.ref.3), na qual o texto do Burlesco se aprofunda para justificar a homologia entre este Sistema (homeostase) e o sistema constituído pela Estrutura do burlesco.
Neste contexto, a condição de equilíbrio é obtida intrinsecamente pela propriedade auto-reguladora da homeóstase, quando o agente do estilo gerado por esse sistema estruturado libera o potencial entre (Caráter x Tendências) e (Caráter x Fundamentos), definido na Função Estilo (b), realizando o burlesco.

Esta afirmação define, genericamente, as soluções pontuais para a função Estilo (b), isto é, a solução integrada relativamente a uma base de Fundamentos (Lógico, ideológico e comportamental) e traços de caráter correspondentes (v.  Tendências) do estilo observado. Um espectro mais amplo desse estilo poderá ser explorado sob uma nova base de fundamentos. [ref. POST 01.2013 - MODELO ESTRUTURAL - final (1)]


Grupo social
Neste contexto, uma fronteira conhecida é constituída pelas suposições sobre a homogeneidade grupal e padrões comuns de comportamento dos indivíduos de um mesmo grupo social. Estes padrões geram crenças socialmente compartilhadas dentro de uma categoria social. Estas crenças designam os Estereótipos, enfatizados em traços psicológicos compartilhados entre os indivíduos de uma mesma categoria social. 
Categoria do Gozador – um exemplo do estilo Satírico

O Burlesco decodificou estereótipos do Estilo satírico, com base nas relações fundamentos/tendências mencionadas em B&F 006.2013.01, para um estado de coisas de uma realidade.   
– estereótipo: (lógico) [vacina (1) (simbólico / absurdo)]
– estereótipo: (ideológico) [constatação (7) (temerário / libertador)]
-  estereótipo: (comportamental) [(identificação (3) (recalque /exibicionista)]
Comportamentos desta categoria ocorrem de forma bastante corriqueira, e o burlesco procura apresentar uma pequena mostra da sua diversidade através de esquetes de seus estilos.

O exemplo mostrado na postagem POST 02.2013 poderia servir como esquete do Gozador de estilo Satírico (desempenho com o Princípio lógico do Terceiro Excluído), mas iremos apresentar um esquete diferente para este estilo satírico


(José Nagado – 11.07.2014)