Cassio Carvalheiro

quarta-feira, 3 de julho de 2013

B&F - 005.2013 – “CRICA” E A DIALÉTICA DA ALTERIDADE (HEGEL)-4

B&F - 005.2013 – “CRICA” E A DIALÉTICA DA ALTERIDADE (HEGEL)-4   

Vejamos algumas situações onde a lógica e familiaridade (senso comum) são substituídas pela hipostasia e exaltação, elementos inerentes à relação entre o Crica e a Dialética da Alteridade.
O Crica em grande escala. (de “Crica”)
A vítima do Crica é alguém especialmente escolhida por ele, mas pode também atuar com grande eficiência  sobre pequenos grupos   ainda desprevenidos contra sua ação. O Crica que se manifesta para um grande público, ou como denominamos, o Crica em grande escala, existe e tem suas peculiaridades, de acordo com a área em que atuam. Vamos citar o caso de um craque do futebol,  um verdadeiro craque Crica, que passou a Craca do Futebol, para dar um exemplo de atuação do Crica em grande escala.
Os que apreciam o futebol conhecem diversos casos de jogadores de futebol que se intitularam “atletas de Cristo” até serem desmascarados, apanhados no campo ou fora dele, cometendo atos pouco condizentes com aquilo que pregavam.
Um deles, de tanto se dizer  “Atleta de Cristo”, criou na sua própria torcida e nas torcidas adversárias, a imagem do super crica (diferente de super craque). A comemoração de cada gol seu, era uma maneira de chamar a atenção das câmaras da TV para a sua pessoa, com seus gestos exagerados de devoção e agradecimentos a Deus. Era tudo pura hipocrisia, que deixava raivosa a torcida adversária e a própria torcida, desconfiada. Todos sabiam que a qualquer hora ele cairia em desgraça. Era só esperar. E isso aconteceu num jogo do campeonato brasileiro, quando errou um pênalti decisivo.
Outro Crica em grande escala se encontra na política, onde  os sentimentos de indignação são provocados por homens  que ocupam cargos políticos e demonstram total desprezo em relação à opinião pública e à inteligência do povo. Como se explica isso?
Uma dessas explicações foi dada por Machiaveli, Niccolo (1467 – 1527), cuja  doutrina se baseava na independência da política em relação à moral e segundo o princípio de que “os fins justificam os meios”. O Crica Maquiavélico, em sua individualidade final, apresenta uma das matizes psicológicas, que corresponde ao domínio do próximo pelo poder, intimidação ou astúcia.
O livro “O Poder de Mau humor”, de Ruy Castro é rico em frases ditas por homens públicos que atestam essas palavras. Veja alguns exemplos:
Pg. 31 – “É dando que se recebe”. (Roberto Cardoso Alves)
Pg. 142 - “Todo povo é uma besta que se deixa levar pelo cabresto”.
(João Batista Figueiredo)
O Crica do gênero político que mesmo após ter sido desmascarado (filmado botando o dinheiro da corrupção nas meias, ou com as cuecas cheias de dólares)  consegue mostrar uma notável  “cara de pau”, exibindo a face ignominiosa do poder. Acostumado à  impunidade e livre para mascarar a verdade,   vem a público sugerir que são probos e outros é que fazem o trabalho sujo.  Normalmente esse tipo de Crica exagera em suas virtudes, tentando esconder maracutaias tanto na sua vida particular como na vida pública. Um deles justificava o dinheiro sujo  que recebia (escondia) alegando que era “para comprar  panetones para os pobres”, ou que “eram pagamento da venda de produtos agrícolas de sua fazenda”, etc. Estes são Cricas que fazem o povo ficar indignado e alguns até a ferver de raiva. (Já vimos esse filme várias vezes)
Ainda do Livro do Ruy Castro, na página 89, encontra-se esta pérola que justifica o fato de os Cricas políticos não serem condenados.
“Cada um de nós ferve a uma diferente temperatura”. (Ralph Waldo Emerson -1803-1882, poeta e ensaista americano”).
Protestos nas ruas – junho 2013
O brasileiro  percebeu a incongruência entre os  despautérios do Governo e as reais demandas do povo.   Se estamos protestando agora, o mundo inteligente lá no exterior já vem dando gargalhadas  faz bastante tempo, frente à situação vergonhosa a que  Lula, Dilma e PT  vem submetendo quase 200 milhões de brasileiros. 

Para encerrar, com relação aos recentes protestos contra o Governo  nas ruas, o leitor Rubens Stamato  (rubensstamatojr@terra.com.br)  teceu o seguinte comentário na seção FÓRUM OESP de 24.06.2013,: “Devemos é agradecer a Lula, Dilma e ao PT por terem despertado o povo de seu longo estado de sonolência.” (Rubens, obrigado!) 


(José Nagado – 01.07.2013)

B&F - 005.2013 – “CRICA” E A DIALÉTICA DA ALTERIDADE(HEGEL) - 3

B&F - 005.2013 – “CRICA” E A DIALÉTICA DA ALTERIDADE(HEGEL) - 3  
8.  Hipostasia – (v. Burlesco  – modelo Estrutural)
“Crica” é o estilo mais complexo dentro da galeria de estilos prospectada, pela dificuldade que encontramos de perceber, apreciar ou expressar o sentido burlesco   neste estilo. E também, que é necessário ter muita disposição de espírito para considerar benevolamente  o Crica apenas  como um gozador, conforme  exposição a seguir.

Integração (extrato de “Crica”)
A integração do estilo do  indivíduo Crica, merece algumas observações considerando-se a estrutura do Burlesco baseada  nos Fundamentos (princípios) que determinam  seu controle de relacionamentos e situações:
A primeira observação, e que reafirma o caráter secretivo do psiquismo do Crica, é a sua propensão natural de usar a hipóstase, que em Filosofia significa ficção ou abstração falsamente considerada como real e que em Medicina, refere-se a depósito ou sedimento de matéria orgânica, popularmente chamado de sarro, que no brasileiro chulo, significa bolinagem. (“tirar um sarro”) e também, escarnecer, debochar, fazer zombaria (“tirar sarro com a cara de alguém”).
A segunda observação deve-se ao fato de que o Crica em nenhum momento irá procurar “Posicionar favoravelmente o julgamento crítico do interlocutor”, seja por arrogância, estupidez ou qualquer outro elemento mórbido (e / ou macabro) de seu psiquismo.
A terceira observação a ser feita, decorrente da segunda observação, é que o   estilo Crica prescinde naturalmente de  protocolos lógicos (princípios de Identidade, Contradição, etc). Na falta desse protocolo lógico, substituído pela hipostasia, ocorre aqui uma condensação do seu quadro de integração, sinalizado por síndromes (estado mórbido caracterizado por um conjunto de sinais e sintomas) e não por tendências. e muito menos pela ética. 



9.Relação crucial entre o “Crica” e a  Teoria da Incongruência

As considerações  (2 a 8)  servem de cunha para introduzir a teoria da Incongruência (v.no blog: Epistemologia - teorias do humor).

(2) O Crica e a alteridade
(3) Dialética da alteridade – versão burlesca
(4) Ética - (v. “Crica” – Considerações finais)
(5) Individuação – (v. Burlesco – Tipos Psicológicos)
(6) “Tudo Flui”
(7) O Estilo Crica e a versão burlesca da dialética da alteridade
(8) Hipostasia – (v. BURLESCO – modelo Estrutural)

Teoria da Incongruência  

A teoria da incongruência define que o riso é a expressão de uma incongruência percebida   por aquele que ri. É o humor percebido quando a lógica e familiaridade são substituídas por elementos que normalmente não andam juntos.
Existem objeções a esta teoria sendo a principal   é que há incongruências que não são percebidas  como humorísticas e assim, a incongruência por si só não explica a razão porquê certas histórias ou situações são humorísticas.
Esta teoria, aliada às  considerações anteriores (2 a 8), permite o entendimento da relação entre o estilo Crica e a “dialética da alteridade”, como uma forma de humor criativa, diferente daquela que define os demais estilos do Burlesco.

Protestos nas ruas – junho 2013
O brasileiro  percebeu a incongruência entre os  despautérios do Governo e as reais demandas do povo.   Se estamos protestando agora, o mundo inteligente lá no exterior já vem dando gargalhadas  faz bastante tempo, pela nossa sonolência frente à situação vergonhosa a que  Lula, Dilma e PT  vem submetendo quase 200 milhões de brasileiros.


(continua)

B&F - 005.2013 – “CRICA” E A DIALÉTICA DA ALTERIDADE (HEGEL) - 2

   B&F - 005.2013 – “CRICA” E A DIALÉTICA DA ALTERIDADE (HEGEL) - 2     

   5. Individuação – (Extrato do Burlesco – Tipos Psicológicos)

Jung atribui a origem (cultural) da subjetividade ocidental moderna ao pensamento prevalente em nossa cultura, marcada pelo narcisismo, mania da razão, recusa da alteridade e incapacidade de simbolização, centradas no Ego,  onde a consciência acredita-se autônoma, livre de constrangimentos, não dependente de uma base inconsciente, e Jung propõe uma nova subjetividade (a individuação)  como um processo de simbolização, subjetivo, resistente ao predomínio da razão, rico de ilimitadas possibilidades culturais”. 
6.    “Tudo Flui”

Em seus escritos Hegel faz um convite permanente ao leitor no sentido da construção do conceito heraclitiano de movimento  (“tudo flui”) através da análise da realidade da coisa em processo, neste caso, uma crise ou situação de desconforto criada para alguém ou para uma sociedade como um todo, pela atuação do Crica.   
O blog Confrarias do Riso (Post 007-2013 – Os Pré-Socráticos)  apresenta o pensamento de Heráclito  (“Tudo flui”) sob   a perspectiva da idéia de “movimento do pensamento”  (Shakespeare) e do uso de figuras de linguagem a serviço da construção de idéias contraditórias.
A antítese, em oposição a uma tese , subsidia significados pertinentes ao contexto ou domínio analisado, seja na poética, música, filosofia política, etc. A síntese, nesse contexto, se coaduna com o sentido de unidade (ideologia), harmonia (música) e outros significados próprios de cada contexto”).
A atuação do Crica solidifica a tese do indivíduo odiosamente gozador, conceitualmente a negação da alteridade pela anulação do “outro”, diferentemente vivenciada pelo Crica e sua vítima (o outro) , no fluir dos sentimentos egoistas gerados no ambiente.
(Uma análise sociólogica da cultura do narcisismo trata a subjetividade como a impossibilidade de poder admirar o outro em sua diferença radical, já que não consegue se descentrar de si mesmo, tendo sempre  seu próprio umbigo como referência e sem poder enxergar um palmo além do próprio nariz. Encara o outro apenas como um objeto para seu usufruto).  

7.    O Estilo Crica e a  dialética da alteridade (versão burlesca)
Em (3) admitimos um  movimento de crescimento (evolução)  como resultado do uso da “dialética da alteridade”, atrelada a uma  necessária  força contrária  (negativa), produzida à semelhança  das atitudes e comportamentos do Crica”, de per si, ética, subjetiva e culturalmente negativos, que em certo momento provocaria a reação da vítima ou vítimas do Crica.
O discurso filosófico pretende ser especulativo do conceito de alteridade,  fugindo da realidade da concepção do CRICA,  seja pela definição mesma de alteridade seja pelos fundamentos burlescos (lógico, ideológico, comportamental), que não traduzem sua efetividade real, e sim, uma aparência  abrangendo a ética (v. 4) ou a individuação (v.5),

(continua)

B&F - 005.2013 – “CRICA” E A DIALÉTICA DA ALTERIDADE (HEGEL) - 1

    B&F - 005.2013 – “CRICA” E A DIALÉTICA DA ALTERIDADE (HEGEL) - 1   

1.    Introdução
Repercutindo ainda o pensamento de Heráclito (v. Pré-Socráticos) iremos fazer uma análise da conexão entre a (ver 3) “Dialética da Alteridade” de  Hegel (Hegel, Wilhelm Friedrich, (1770-1831) e  o “Crica”, um dos Estilos de comportamento definidos no “Burlesco”.   (nota: “Burlesco” e “Crica”, livros citados em postagens no Blog Confrarias do Riso).
Dialética e Alteridade, considerados isoladamente :
Dialética
Heráclito cria uma modalidade de raciocinar, de conhecer o mundo, a  dialética, através da qual  vislumbra a unidade (o uno) pelo viés da contradição: polos opostos (tese e antítese)   constituintes de uma proposição mutuamente relacionada, alcançando-se, ao final, uma visão sintética (síntese) da realidade. (Post 007.2013 – Os Pré-Socráticos -  (Parte  5.2) – O ambiente filosófico dos Pré-Socráticos). (J.N - 28.05.2013)
Alteridade
Alteridade – filos. Qualidade do que é outro. Outro – filos. Atributo de cada ente determinado relativo a todos e a cada um dos entes que não são ele próprio. (“Aurélio”)
Dois significados encontrados no Google :
É ser capaz de apreender o outro na plenitude da sua dignidade, dos seus direitos e, sobretudo, da sua diferença. Quanto menos alteridade existe nas relações pessoais e sociais, mais conflitos ocorrem.
A palavra alteridade possui o sentido de colocar-se no lugar do outro numa relação interpessoal junto com a consideração, valorização, e dialogando com o outro. Isso ocorre com relações étnicas, religiosas, etc. Não há a preocupação de destruição da outra cultura. Quando a prática da alteridade acontece, no modo de agir, de pensar ou falar, o etnocentrismo não vai ser um problema.
2.    O Crica e a alteridade
O estilo Crica, inscrito no Burlesco na categoria de Gozador, revela uma disposição contrária ao que seria a   alteridade nas atitudes e comportamentos nas relações pessoais.
Portanto, poder-se-ia argumentar o desenvolvimento do “Crica” em torno da idéia de (recusa de ) alteridade, mencionada  no  (Post 2.6 – Arquétipos, instintos e Individuação – cont. 2), de 19.04.2012, em Tipos Psicológicos . Ver (5)
3.    Dialética da alteridade – versão burlesca
Essa relação (alteridade) autêntica e substantiva, estancaria a dinâmica positiva do movimento de crescimento das relações, base do pensamento heraclitiano que justifica o (“tudo flui”). Portanto, para que este movimento de crescimento positivo possa acontecer, seria necessária uma força  contrária (negativa), produzida à semelhança  das atitudes e comportamentos do Crica. Esta é a versão burlesca da dialética da alteridade, que iremos considerar nesta análise.   
4.    Ética - (Extrato de “Crica” – Considerações finais) 
O  leitor de “Crica”  poderá estimular conversas em sua roda de amigos, ao discutir como identificar o Crica e reconhecer seu tipo de ação, evitando tornar-se uma de suas vítimas, e sim seu implacável carrasco.
A divulgação de ato danoso do Crica, embora  seja uma ação desejada  por qualquer de suas vítimas, qualquer que seja o autor e a obra, merece uma consideração ética, como aquela apresentada no Prefácio (“as três peneiras”), sobre se  convém contar, se resolve alguma coisa, se ajuda a comunidade e além disso, se pode melhorar o planeta,. 
Um olhar crítico do leitor poderá levá-lo a uma avaliação mais branda   do Crica dentro da  sociedade, pois a reflexão baseada nos resultados do  seu comportamento no contato  com o “outro”,  levará o leitor a perceber novas potencialidades de crescimento do ser humano. Isto cria um dilema  em relação á versão burlesca da  dialética da alteridade: o Crica e a vítima irão perceber esse crescimento, como algo que  só se torna consciente  com a inferência do contato externo?

(continua)

terça-feira, 2 de julho de 2013

POST 009.2013 - CRICA E O BURLESCO – (5)

POST 009.2013 - CRICA E O BURLESCO – (5)

Apresentação preliminar do ìndice de “Crica”


INDICE

0.  CAPA, INDICE E PREFÁCIO

1.      INTRODUÇÃO

2.      IDENTIFICAÇÃO

2.1  O CRICA E O FOLGADO

2.2 O CRICA – UM GOZADOR

3.      O ESPAÇO CRICAL

4.      OCUPAÇÃO DO ESPAÇO CRICAL

5.      O RADAR – uma analogia

5.1  NATUREZA

5.2  DISTÂNCIA INICIAL

5.3  VELOCIDADE

5.4  DIREÇÃO

6.      UMA VÍTIMA

7.      CRICA  - Um estilo Burlesco

8.      PERSONALIZAÇÃO

9.      MANUAL DO RADAR ANTI CRICA

10.  COMO TRATAR UM CRICA

11.  O CRICA EM GRANDE ESCALA

12.  CONSIDERAÇÕES FINAIS

AUTOR: JOSÉ NAGADO – 02.07.2013

POST 009.2013 - CRICA E O BURLESCO – (4)

POST 009.2013 - CRICA E O BURLESCO – (4)

A historinha a seguir – As Três Peneiras – reflete cuidados que devemos ter com a questão ética, quando algo precisa ser contado a outras pessoas.

As Três Peneiras
Um rapaz procurou Sócrates e lhe disse que precisava contar algo sobre alguém.
Sócrates ergueu os olhos do livro que lia e perguntou:
.O que você vai me contar já passou pelas três peneiras?
.O que são as três peneiras, Mestre?
A primeira peneira é a VERDADE. O que você quer contar dos outros é um fato? Caso tenha ouvido falar, a coisa deve morrer por ai mesmo. Suponhamos então que seja verdade. Deve então passar pela segunda peneira: a BONDADE. O que você vai contar é uma coisa boa? Ajuda a construir ou destruir o caminho, a fama do próximo? Se o que você contar é verdade, é coisa boa, deverá passar ainda pela terceira peneira: a NECESSIDADE. Convém contar? Resolve alguma coisa? Ajuda a comunidade? Pode melhorar o planeta?
E arremata Sócrates:
- Se passar pelas três peneiras, conte! Tanto eu, você e seu irmão iremos nos beneficiar. Caso contrário, esqueça e enterre tudo. Será uma fofoca a menos para envenenar o ambiente e fomentar a discórdia entre irmãos, colegas do planeta. Devemos ser sempre a estação terminal de qualquer comentário infeliz!

Alguns poderão não concordar em jogar o Crica aos leões, mas a maioria concordará que o Crica terá uma oportunidade de se redimir, ao se ver identificado neste livreto como um Crica. 

Revisão:  09/08/2010

(José Nagado – 02.07.2013)




(continua em 5)

POST 009.2013 - CRICA E O BURLESCO – (3)

POST 009.2013 - CRICA E O BURLESCO – (3)
......
Integração
A integração do estilo do  indivíduo Crica, merece algumas observações considerando-se a estrutura do Burlesco baseada  nos Fundamentos (princípios) que determinam  seu controle de relacionamentos e situações.
A primeira observação, e que reafirma o caráter secretivo do psiquismo do Crica, é a sua propensão natural de usar a hipóstase, que em Filosofia significa ficção ou abstração falsamente considerada como real e que em Medicina, refere-se a depósito ou sedimento de matéria orgânica, popularmente chamado de sarro, que no brasileiro chulo, significa bolinagem. (“tirar um sarro”) e também, escarnecer, debochar, fazer zombaria (“tirar sarro com a cara de alguém”).
A segunda observação deve-se ao fato de que o Crica em nenhum momento irá procurar “Posicionar favoravelmente o julgamento crítico do interlocutor”, seja por arrogância, estupidez ou qualquer outro elemento mórbido (e / ou macabro) de seu psiquismo.
A terceira observação a ser feita, decorrente da segunda observação, é que o   estilo Crica prescinde naturalmente de protocolos lógicos (princípios de Identidade, Contrariedade, etc). Na falta desse protocolo lógico, substituído pela hipostasia, ocorre aqui uma condensação do seu quadro de integração, aparecendo um comportamento caracterizado por síndromes (estado mórbido caracterizado por um conjunto de sinais e sintomas) e não por tendências. e muito menos pela ética. 
....
Competências
Chamamos a atenção para o blog,  onde foram explicados os termos integração e competências,  associados a fundamentos, tendências  e  posturas do indivíduo. ........acima indica um “fundamento” e uma “tendência”, como  expressões habituais tributadas pelo caráter do  indivíduo (v. no blog: Post  03.2013 – Estilo(b) , de 25.01.2013), atrelado a posturas  identificadas com protocolos lógicos, ideológicos e comportamentais. Veremos que o protocolo lógico não se coaduna com o perfil  do Crica.

....(continua em 4)

POST 009.2013 - CRICA E O BURLESCO – (2)

POST 009.2013 - CRICA E O BURLESCO – (2)

Crica

O “estilo Crica”, derivado da categoria GOZADOR, não adere a todas as regras estruturantes previamente definidas para a composição dos estilos Burlescos, o quê lhe confere uma característica exótica. (v. postagem de 09.05.2012 - 3.BURLESCO – modelo Estrutural )

A seguir, alguns trechos do “Crica”
Segundo a opinião de uma de suas vítimas, a origem da palavra Crica é a simplificação da expressão “Criador de Casos”, que designa sua forma mais desenvolvida, a criatividade e a arte do Crica no seu grau mais elevado.
Essa vítima acrescentou ainda, que o Crica não demonstra qualquer emoção ou agitação especial, seja na criação de casos mais simples, que provocam apenas uma leve agitação na vítima, passando pelos casos um pouco mais complicados em que a vítima se torna ameaçadora e nos casos mais complexos, em que a vítima quer esfolar o Crica vivo.
...
Um aviso importante: Não se deve confundir Crica com Chato, embora um futuro estudo do DNA  com certeza ira comprovar muitos pontos em comum desses tipos humanos  Para quem quiser entender de Chato, o livro “Tratado Geral dos Chatos”, de Guilherme Figueiredo trata com muito humor esse assunto. Aqui, vamos tratar do Crica, também com humor, se possível.
...
É o estilo mais complexo dentro da galeria de estilos prospectada, principalmente pela dificuldade que encontramos de perceber, apreciar ou expressar o burlesco   neste estilo (convém lembrar sempre, que estamos falando de estilos do burlesco). E também, que é necessário ter muita disposição de espírito para considerar benevolamente  o Crica apenas  como um gozador. 
...
Uma explicação científica
No início do século XX, a Escola alemã de psicologia (v.Burlesco), colaboradora de um sistema que evoluía para  apoiar as façanhas do maior psicopata da história – Hitler, concluiu que a secreção (humor) das glândulas endócrinas e os fenômenos químicos internos influem sobre a nossa constituição somática e sobre o nosso psiquismo.
Era a primeira vez que se atribuía nossa constituição somática e nosso psiquismo aos humores, e estabelecia uma tipologia da personalidade, baseada  nas reações psíquicas, através do estudo das psicoses.  
Hitler foi um caso patológico de esquizofrenia,  muito analisado sob a luz dessa teoria e também tema  para os historiadores que o consideram um intuitivo que foi capaz de sintonizar o espírito dos alemães do seu tempo e manipulá-los em direção à catástrofe e aos horrores da Guerra.

A humanidade vacilou enquanto Hitler estava no estágio esquizotímico e acabou dando no que deu.  Felizmente não existem muitos “Hitler”, embora existam muitos  (cricas) esquizotímicos por aí.

Isto justifica (um pouco) as características do estilo Crica e nos livra de qualquer julgamento politicamente incorreto que venhamos a fazer, jogando a culpa nas glândulas endócrinas do homem.
(continua em 3)


POST 009.2013 - CRICA E O BURLESCO – (1)


POST 009.2013 - CRICA E O BURLESCO – (1)

Introdução
A palavra “Crica”  indica um estilo de comportamento pouco nobre, do indivíduo  que mobiliza suas energias para infernizar a vida de outra(s). Embora seja abordado dentro da estrutura criada no “BURLESCO”, o “Crica” terá edição em livro à parte onde os leitores (ou vítimas de praticantes desse estilo)  poderão aferir o motivo da celeuma que o Crica provoca e também receber sugestivas idéias para se proteger contra a ação desse  indivíduo.  
(obs.:  (postagem prevista para final de junho.2013, cf.  POST 08.2013 – Próximos Passos , 7 de junho de 2013).
Gozador
O Blog Confrarias do Riso apresentou um breve resumo das quatro Categorias do Burlesco e de seus (17) estilos de comportamento derivados, a serem publicados  em “BURLESCO”, “um livro à procura de leitores e de editor”.
A postagem no blog de 09/05/2012 - Categorias e Estilos do Burlesco – Gozador, refere-se aos estilos burlescos desta categoria:

1.SATÍRICO - (sarcasmo; uso da catarse)
2.INTELECTUAL DE BOTEQUIM – (uso da filosofia popular)
3.Emergente Ativista - (“para que fazemos isso”) – (*)
4.BIZARRO – (“por que chegamos a isso”) – (**)
5.TERGIVERSADOR – (esperteza deslocada)
6.CRICA  - (maldade)
(*) V. postagem de 06.02.2013:  B&F – 002.2013 – Slavo Zizek
(**) V. postagem de 24.05.2013: Categorias e Estilos do Burlesco – Gozador Bizarro.

As primeiras páginas do “Crica” foram escritas em (2001) quando fiz um haicai para homenagear quem se utiliza desse estilo burlesco:

     “O CRICA CHEGOU !
     FOLGADO E DESPREZÍVEL,
     SÓ CHATO FICOU “                                                            (continua)