Cassio Carvalheiro

sábado, 28 de abril de 2012

CATEGORIAS DO BURLESCO - ESPIRITUOSO (1)




CATEGORIAS DO BURLESCO - ESPIRITUOSO (1) - 

( TEXTO INICIAL POSTADO EM 12.03.2012)

apresentamos  exemplos de DOIS ESTILOS DO ESPIRITUOSO GARIMPADOS NO FÓRUM DOS LEITORES DO ESTADÃO – 30.03.2010) 

Esses estilos:foram considerados no Burlesco: 

O Evoluído (3.1), caracteriza o indivíduo culto que degusta esses códigos e padrões culturais e faz da capacidade de usar a razão e entendimento para estabelecer suas próprias leis e princípios, através dos quais procura conquistar psicologicamente o beneplácito do outro.

O Especialista (3.2) se justifica usando os códigos e padrões culturais que identificam os juízos de valor que lhe são favoráveis.     

1. LEI SECA - PRESUNÇÃO

Pela decisão do STJ, só é possível processar criminalmente o motorista se houver comprovação de que ele dirige
alcoolizado. Se, no caso do DNA, a lei determina que a recusa a fazer o exame gera presunção de paternidade, por quê no caso da Lei Seca a recusa do motorista a passar pelo teste de bafômetro não gera a presunção de embriaguez?.
(Comentário de Edgard  Gobbi  -  Campinas - S.P)

Em 27 de abril de 2012 20:20, José Nagado <j_nagado@hotmail.com> escreveu:
Apreciei seu comentário: Lei seca - presunção  
O comentário é espirituoso e caracteriza o Especialista, que associa de forma inteligente, a presunção de paternidade e de embriaguez, à recusa do teste de DNA e do teste do bafômetro. (v. Especialista, em Burlesco) 
    2. LEI SECA – PROVA OBJETIVA  

Tem razão o Superior Tribunal de Justiça (STJ) ao exigir prova objetiva de alcoolização. Mas como fica o dolo de um
Motorista que exala álcool e se nega ao bafômetro após um acidente? Ao secar a Lei Seca, o STJ deveria dar uma
saída ao agente policial, como autorização para colher sangue do infrator. Isso não fere o artigo 5º. Da Constituição,
já que não será o “preso” (sic) que produzirá a prova, mas seu sangue...
(Comentário de Gilberto Dib – São Paulo)  


 From: j_nagado@hotmail.com
 Date: Fri, 27 Apr 2012 19:58:39 -0300
O comentário é espirituoso e caracteriza o indivíduo culto que degusta códigos e padrões culturais e faz da capacidade de usar a razão e entendimento para estabelecer suas próprias leis e princípios. (v. Evoluido, em Burlesco).
(j_nagado - 28.04.2012)  

quinta-feira, 19 de abril de 2012

2.6 Arquétipos, instintos e Individuação - (cont.2)


2.6 Arquétipos, instintos e Individuação -  (cont.2)

Universalidade
A relação pessoal, por exemplo, com o Arquétipo ou simbolismo do "Pai", do "Poder", é chamada de Complexo (originado no inconsciente pessoal), tal como o Complexo de Édipo, que a Psicologia  define como a “inclinação erótica  recalcada de uma criança pelo progenitor do sexo oposto, em virtude do conflito ambivalente com o progenitor do mesmo sexo, ao mesmo tempo amado, odiado e temido”. (“Aurélio”)
Assim, “Pai” tem função simbólica relacionada a algum poder, tal como o respeito imposto pelas regras, o receio de um DNA perversamente danificado, a (expectativa da) paternidade, o culto do macho (falo masculino), e outros simbolismos. Já o GRANDE PAI é um exemplo  de arquétipo junguiano, o “pai” coletivo comum na religião ocidental,  na figura de um grande Deus masculino que tudo vê.
 Igualmente, o inconsciente coletivo da humanidade, tem instalado, acima da função simbólica de Maria (ou da Deusa, ou da Imperatriz do tarô), o Arquétipo UNIVERSAL da Grande Mãe, uma instância psíquica que será representada por alguma deusa ou figura similar por um povo de qualquer lugar, mesmo se isolado.  
 “Essa parte do inconsciente não é individual, mas universal; em contraste com a psique pessoal, ela possui conteúdos e modelos de comportamento que são mais ou menos iguais em todos os lugares e em todos os indivíduos... O arquétipo é essencialmente um conteúdo inconsciente que é alterado ao
tornar-se consciente e ao ser percebido, e assume sua cor a partir da consciência individual na qual por acaso aparece”. (C.G.Jung - The Archetypes)

Tipos Psicológicos
Jung atribui a origem (cultural) da subjetividade ocidental moderna ao pensamento prevalente em nossa cultura, marcada pelo narcisismo, mania da razão, recusa da alteridade e incapacidade de simbolização, centradas no Ego,  onde a consciência acredita-se autônoma, livre de constrangimentos, não dependente de uma base inconsciente, e Jung propõe uma nova subjetividade (a individuação) com um processo de simbolização, subjetivo, resistente ao predomínio da razão, rico de ilimitadas possibilidades culturais. 
O inconsciente coletivo, base da individuação, é composto  fundamentalmente de uma tendência do indivíduo para sensibilizar-se com certas imagens ou símbolos que identificam sentimentos profundos de apelo universal, os arquétipos, pré - disposições que nascem com o indivíduo para executar e simbolizar situações humanas universais de diferentes maneiras.
Entretanto, para Jung o Ego (a consciência) é submetido a focos de subjetivação (funções) – a sensação, o sentimento, a intuição e o pensamento, como disposição inata e também por influência da cultura, caracterizando tipos psicológicos, supostamente (aparentemente) livres daquela  base do inconsciente coletivo, e adquirem uma função de adaptação maior do indivíduo, quando o foco de subjetivação coincide com aquele da cultura (a moda, por exemplo)  para o indivíduo dominado pelo pensamento, no caso da cultura ocidental. Em geral o indivíduo identifica-se com um tipo psicológico conscientemente, deixando o outro na sombra, no inconsciente.

Comportamento burlesco  e individuação

arquétipos

Tendo em vista a individuação vamos propor uma explicação plausível sobre o comportamento burlesco nesse processo e para tanto voltemos aos termos que definem o processo: arquétipo, imagem, imaginação ativa, intuição, etc.
O arquétipo corresponde à apreensão intuitiva, à imagem do instinto, o que permite a ação e possibilita a vivência de novas situações.
Imagem é a forma da atividade associada a  situação típica em que é desenvolvida.
Intuição é a pragmática (voltada para a ação)  apreensão (idéia súbita ou premonição) inconsciente   de uma situação altamente complicada, análogo ao instinto que é o  impulso pragmático para levar a cabo alguma ação altamente complicada.

aparência das coisas
Consideramos, anteriormente, que comportamentos burlescos (explicados de forma abrangente pela psico – fisiologia, filosofia e  bio – genética) ocorrem na fronteira entre tudo aquilo que constitui um estado de coisas de uma realidade,  e de outro lado, tudo que designa ou exprime o estado de coisas dessa realidade, constituindo fenômenos, constituído e designado.

Por analogia, consideramos que no inconsciente, o arquétipo corresponde à apreensão intuitiva, à imagem do instinto, o que permite a ação e possibilita a vivência de novas situações, aquilo que “constitui um estado de coisas de uma realidade”. E por outro lado, a  imaginação ativa, acaba por personificar a tendência de “tudo que designa ou exprime esse estado de coisas”. Na fronteira da imagem do instinto com a personificação das tendências está o significado burlesco, a aparência das coisas, que o indivíduo internaliza (e transforma) como essência própria das coisas e que termina por aflorar em atos burlescos ou catalisadores de  alguma forma de reação destinados a resolver estados (mormente psicóticos ou neuróticos)  deduzidos dessa aparência.

Uma vez  integrado ao ambiente psico - social o ser indivíduado adquire personalidade, direcionando suas atitudes e comportamentos aos propósitos construídos especialmente para esse ambiente, nessa batalha pessoal em que tentará validar  sua individuação.
Contribuições
A individuação como fonte de humor, agrega contribuições seja pelas considerações sobre “focos de subjetivação”, “traços de subjetividade”, “tipos psicológicos”, “simbolizações” ou  pelos temas que explora (como  “Sacrifício”,  “criação de valores”, seu aspecto lúdico, etc),    que Jung, Freud e outros pesquisadores da psicologia e da psiquiatria acrescentam como valor propedêutico  ao Burlesco.

O burlesco procura explorar cada situação em todas as suas dimensões, procurando devassar o  pensamento ou ato mais escatológico dos seus personagens, expor-lhes vontades, frustrações e irritações,  ou o fatalismo ou o determinismo de reações criadas pela imaginação ativa perante situações onde a insensatez ou a morbidez típica do gênero humano, originada no inconsciente,  acaba predominando.
Personagens criados pela “imaginação ativa” exteriorizam arquétipos diversos junto das fronteiras onde colam suas imagens em situações como:

- Na intimidade de um quarto de hotel a noiva impaciente guarda seu “Herói” que vem resgatar o mito da  virgindade desfeita no ato sexual (pela enésima vez),  ou talvez o “guerreiro sagrado”, seu Don Quixote que vem perpetrar o seu cavalheiresco ataque.
-Na sala de reunião, corruptos políticos e assessores, com os bolsos, cuecas e meias, repletos de dinheiro da corrupção,  oram em agradecimento a seu benfeitor. Esta cena, com fotos registradas em jornais lembra o arquétipo de origem árabe: Ali Baba (e os quarenta ladrões)

Comentário final
Encerramos este capítulo – Elementos do Burlesco – uma introdução de conceitos básicos seja para dar suporte à estrutura que iremos utilizar seja como referências para comportamentos que serão explorados nos estilos burlescos
j_nagado – 19.02.2012 

2.6 Arquétipos, instintos e Individuação - (cont.1)


2.6 Arquétipos, instintos e Individuação -  (cont.1)
                                                                                                                                                                                  
Instinto
A exigência que Jung fazia junto  a seus opositores significava dar conta de quem (instinto / arquétipo) constrói determinadas configurações filosóficas ou psicológicas, referindo-se ao valor atribuído ao inconsciente através de  diferentes (e subjetivos) instintos revelados (como confissão pessoal)  nas teorias psicológicas de sua época, citando o instinto sexual, com Sigmundo Freud (1856 – 1939), o instinto de poder, com Adler, Alfred (1873 – 1937) e dele próprio, Jung, uma “multiplicidade relativamente autônoma de complexos psíquicos”, declarados como instintos / arquétipos em sua obra.
Nesse clima de debates, Jung (1875 - 1961), médico-psiquiatra torna pública sua discordância com Sigmundo Freud (1856 – 1939), o qual, afirmou Jung,  dificilmente teria formulado muitos de seus conceitos,  se tivesse qualquer experiência psiquiátrica específica como ele, Jung, que observou muitos pacientes (ainda) esquizofrênicos (perda da realidade) e (finalmente) psicóticos, com suas fantasias bizarras (incompreensíveis para médico e paciente), no Hospital Psiquiátrico da Universidade de Zurique.
Nestes estados (neuróticos e psicóticos) recaem as bases das considerações de Jung sobre a bizarrice das fantasias recolhidas entre seus pacientes (finalmente) psicóticos, postulando, inicialmente, que o estado neurótico, no qual predomina o aspecto psicológico pessoal, é humanamente compreensível, ao contrário do estado psicótico.
Explica-se que pacientes (ainda) esquizofrênicos são afetados por grande quantidade de símbolos (originários no inconsciente) coletivos que caracterizam material psicótico bizarro por excelência, destituído da razão, e  que ajudam a explicar a estranheza das fantasias do indivíduo (finalmente) psicótico. 
Jung, a partir da análise de seus pacientes e de experiências a ele relatadas, onde representações (imagens e fantasias) da superstição popular adquiriam certa expressão  de verdade para um número  cada vez maior de homens. Ainda que essas imagens e fantasias apareçam disfarçadas por acréscimos fornecidos pela imaginação humana, elas validam tais representações   como criações subjetivas e salvadoras perante situações aflitivas.    

O Instinto e a Filosofia
Nas pegadas de Friedrich Wilhelm Nietzche (1844 -1900), Jung afirmava que pensamento, compreensão, argumentação não podiam ser vistos como processos independentes, sujeitos apenas às eternas leis da lógica, mas que são funções psíquicas coordenadas com a personalidade e a ela subordinadas...
Jung afirmava, em relação a Immanuel Kant (1724 – 1804), que sua própria personalidade condicionou de forma decisiva a “Crítica da razão pura”, obra onde o “universalismo da razão” revela, particularmente,  a personalidade de Kant guiada por um instinto.
O problema (o instinto) em relação ao qual Jung se debate é o mesmo que anteriormente perturbara Nietzsche,  um certo “quê” tirânico do instinto que almeja apresentar-se como finalidade última  da existência e legítimo senhor dos demais – nas palavras do próprio Nietzsche.
Deixando de lado o caráter instintivo da própria filosofia, desde que o filósofo em sua obra valoriza exigências fisiológicas impostas pela necessidade de manter determinado gênero de vida, vamos ver Nietzsche, procurando  “o fragmento de personalidade”,  isto sim, uma realidade instintiva presente em cada sistema filosófico,

Individuação
Quando Jung menciona genericamente instintos ou arquétipos (a “forma especificamente humana que suas atividades possuem”), em geral está se referindo ao instinto modificado (psiquisado), definido como a estrutura resultante da interação do instinto e a situação psíquica do momento. Para ele,  este instinto modificado  chega a perder sua característica mais essencial, a compulsoriedade. O que é compulsório se torna um fenômeno psíquico  e a psique emerge por meio dele como portadora de uma extraordinária capacidade de variação e transformação.
Dessa forma, no lugar de um ato compulsivo aparece um certo grau de liberdade e no lugar do previsível emerge uma relativa imprevisibilidade. A noção de psiquisação é, em outras palavras, a chave para compreendermos o processo de individuação.
Na psicologia junguiana é importante a noção de variação e transformação (plasticidade e versatilidade) da psique, requisito para essa concepção psicológica que envolve as noções de arquétipo, de instinto criativo e de psiquisação, expressa em variedade de formas - imagens, símbolos, pano de fundo para a noção de morte e renascimento como metáfora da criatividade.
Imaginação ativa
O arquétipo corresponde à apreensão intuitiva, à imagem do instinto, o que permite a ação e possibilita a vivência de novas situações, utilizado no método psicoterapêutico desenvolvido por Jung, a “imaginação ativa”. Esta conceituação junguiana de arquétipo constitui   uma forma de interação com o inconsciente, onde este realiza   espontaneamente várias personificações (pessoas conhecidas e desconhecidas, animais, plantas, lugares, acontecimentos, etc.), com as quais nossa imaginação pode  discordar, quando for o caso, opinar, questionar e até adotar comportamentos subjetivos, e com resultados muitas vezes bizarros ou histriônicos. (este final fica por conta do Burlesco).
Para Jung os arquétipos estão relacionados ao “processo de formação e particularização do indivíduo e, em especial, ao desenvolvimento do indivíduo psicológico como ser distinto do conjunto, da psicologia coletiva”. Para Jung: “Tal processo envolve ir a um além das máscaras sociais e da integração da “sombra”- os aspectos da nossa personalidade considerados moralmente reprováveis. Símbolos oníricos, mitos, contos de fadas e a alquimia são representações típicas dessa luta por tornar-se o que se é (individuação)”, diferenciado do homem-massa que Jung caracteriza por tipos psicológicos.


2.6 ARQUÉTIPOS, Instintos e Individuação


POSTAGEM DE .09.04.2012 - ARQUÉTIPOS

2.6 Arquétipos, instintos e Individuação - Comentário do autor  

O texto (2.6 Arquétipos, instintos e Individuação) original  do Burlesco possui 28 páginas. Este resumo mantém referências e termos utilizados como pontos de contatos entre o comportamento Burlesco e os Arquétipos, abrigados no processo psicológico chamado Individuação.
A bem de uma “dialética” burlesca saudável, acreditamos que sendo  passível de crivo pelos especialistas de plantão e procurando evitar suas eventuais objeções ao texto, enquanto epistemológico, achamos oportuno lembrar ao leitor que atribuímos a certa linguagem hermética do  “psicologismo”, qualquer tendência de explicar pontos de vista de domínio comum ou popular.
Filósofos e psicólogos debateram a forma de atuação do nosso inconsciente sobre a subjetividade do  comportamento humano, procurando identificar elementos que o caracterizassem. Amnéris Maroni – “Jung – O Poeta da Alma” (ref. 7) referindo-se à obra de C.G. Jung (1875 -1961), postula histórica e culturalmente  essa relação na definição do homem  que se diferencia da cultura (ocidental) em que está inserido, caracterizada pelo narcisismo, mania de razão, recusa de alteridade e incapacidade de simbolização, traços discretos da sua  subjetiva personalidade.
                                  
2.6 Arquétipos - instinto e individuação

Arquétipo
Este termo, na psicologia analítica, se refere a estruturas inatas, matrizes universais inscritas no consciente coletivo,  formadas por imagens psíquicas  do inconsciente coletivo comum a toda a humanidade que servem de matriz para  desenvolvimento da psique e que acabam por se instalar no indivíduo junto com o inconsciente pessoal.

Inconsciente
O  “Aurélio” define que o inconsciente tem a ver (Psic.) com o conjunto dos processos e fatos psíquicos que atuam sobre a conduta do indivíduo, mas escapam ao âmbito da consciência e não podem ser trazidos a esta por nenhum esforço da vontade ou da memória, aflorando, entretanto, nos sonhos, nos atos falhos, nos estados neuróticos e psicóticos.

Jung divergia de Freud, para quem a noção de inconsciente (“formada de conteúdos desagradáveis à consciência, bem como de impressões esquecidas”) é formação  secundária derivada da consciência, enquanto que para Jung o inconsciente coletivo, seria a  matriz de todas as produções culturais. (E porque não incluir  também boa parte da  produção cultural burlesca?)

Para Jung, o inconsciente  pessoal conteria “todas as aquisições da existência pessoal tais como o esquecido, o reprimido, o subliminarmente percebido, pensado e sentido,  somado ao inconsciente coletivo”, no extrato da camada mais profunda da psique, e seria associado a motivos e imagens mitológicas herdadas do funcionamento psíquico em geral, ou seja, da estrutura cerebral herdada.
O Paraíso, crença existente nos mais distintos povos, constitui uma “situação em que não há carências e as satisfações são imediatas e ilimitadas”, é um exemplo de arquétipo.
Esta primeira relação entre o arquétipo e o inconsciente pessoal denota ainda a falta de muitos conceitos para o entendimento do que venha a ser arquétipos e sua ligação com o comportamento Burlesco.

Arquétipos - Intuição e Imagem
Procurando explicar a noção de arquétipos, Jung distingue primeiramente o conceito de intuição do conceito de imagem, destacando que a intuição, na filosofia de Henry Bérgson (1859-1941),  é uma forma de abordagem e apreensão do real:
 “Intuição é um processo inconsciente do qual resulta o surgimento, na consciência, de um conteúdo consciente de uma idéia súbita, ou premonição”, um processo análogo ao instinto - “impulso pragmático para levar a cabo alguma ação altamente complicada, a intuição é a pragmática apreensão inconsciente de uma situação altamente complicada”.
O termo imagem pretende exprimir não apenas a forma da atividade que ocorre, mas a situação típica na qual a atividade é desenvolvida. Tais imagens são consideradas primordiais, na medida em que são peculiares a toda uma espécie, e,  sua origem coincide, no mínimo, com o início de tal espécie. As imagens possuem, a “qualidade humana” do ser humano.
Assim, por analogia, sua análise de representações mitológicas dos pacientes o levou às imagens de base arquetípica, valorizadas como “fantasias ativas”, produtos de uma “realidade  psíquica” e uma “realidade consciente”, vias essas da comunicação dos pacientes com a cultura.












segunda-feira, 9 de abril de 2012

CONFRARIAS DO RISO – Raquetadas - 002.2012



CONFRARIAS  DO RISO
Sob este título, são  comentadas no blog algumas contribuições das Confrarias, observando-se o uso de termos e conceitos do Burlesco. 


CONFRARIAS DO RISO  – RAQUETADAS, via e-mail:
 “FRASES LÓGICAS E INTERESSANTES”

* Liquidação de Muletas - Venha correndo! ...**

* A febre tifóide é aquela febre que, ou você cura ou ela ti fóide!

* O amor é como a gasolina da vida. Custa caro, acaba rápido e pode ser
substituída pelo álcool.


* Ex-namorado é que nem vestido: você vê em foto antiga e não acredita
que teve coragem de um dia sair com aquilo!

* Eu sempre quis ter o corpo de um atleta. Graças ao Ronaldo isso já é possível.

* Espermatozóides se cumprimentando: E aí, seu porra?!

*Troque seu coração por um fígado, assim você se apaixona menos e bebe mais.


*O amor não faz brotar uma nova pessoa dentro de você. O nome disso é gravidez.

*O amor não torna as pessoas mais bonitas. O nome disso é maquiagem.

*Se você não quer ouvir reclamações, trabalhe no SAC da empresa que fabrica * paraquedas.

*Leio a Playboy pela mesma razão que leio a National Geographic: Gosto de
ver fotografias de lugares que sei que nunca irei visitar.

*As melhores crianças do mundo são as japonesas. Estão a 20 mil quilômetros
de distância e quando estão acordadas eu estou dormindo

*Se você se lembra de quantas bebeu ontem, então você não bebeu o bastante.

*Quando sua mulher fica grávida, todos alisam a barriga dela e
dizem "Parabéns". Mas ninguém apalpa seu saco e diz "Bom trabalho"!


*Cerveja sem álcool é igual travesti: A aparência é igual, mas o conteúdo é bem diferente!
    
        FRASES LÓGICAS E INTERESSANTES‏
       Bonadia, bom dia!

Caro Bonadia,
gostei das frases e pretendo postá-las como colaboração no Blog Confrarias do Riso.
Favor comunicar-me os autores das frases, para os devidos créditos..
P.S Gostaria de ver os amigos do "Raquetadas" postando comentários no blog. 


Quando vejo frases lógicas, saco da minha razão,  e  saco da minha imaginação quando dizem que além de lógicas, são interessantes, (j_nagado. 09.04.2012, agora!).

Vamos escolher as melhores frases (lógicas e interessantes) explorando critérios da teoria da confirmação do Positivismo Lógico Burlesco, através da qual, dos três critérios (1. confirma; 2. deduz; 3. satiriza), o terceiro (satiriza), lidera uma perspectiva mais burlesca para a proposição.

Portanto, sob o ponto de vista do BURLESCO, as duas melhores frases são:

O amor é como a gasolina da vida. Custa caro, acaba rápido e pode ser
substituída pelo álcool.
 

Quando sua mulher fica grávida, todos alisam a barriga dela e
dizem "Parabéns". Mas ninguém apalpa seu saco e diz "Bom trabalho"!
 



abraço.
Nagado.

quarta-feira, 4 de abril de 2012

2.5 ESTEREÓTIPOS - cont. de Elementos do Burlesco



2.5    Estereótipos 

O Capítulo 2 – Elementos do Burlesco – prossegue com o conceito de  Estereótipo (2.5), elemento que subvenciona uma das necessidades estruturais do Burlesco, a ideologia.

Em Lastro Conceitual (2.4.3), concluímos que comportamentos burlescos ocorrem na fronteira entre tudo aquilo que constitui um estado de coisas de uma realidade,  e de outro lado, tudo que designa ou exprime o estado de coisas dessa realidade, constituindo fenômenos, constituído e designado, explicados de forma abrangente pela psico – fisiologia, filosofia e  bio – genética.
Neste contexto, uma fronteira conhecida é constituída pelas suposições sobre a homogeneidade grupal e padrões comuns de comportamento dos indivíduos de um mesmo grupo social que geram crenças socialmente compartilhadas dentro de  uma categoria social. Estas crenças designam os Estereótipos, enfaticamente  mostrados  em traços psicológicos compartilhados entre os indivíduos de uma mesma categoria social. 
O protagonista burlesco que observamos nessa “fronteira” é calcado e orientado pelo espírito de uma realidade cultural e social específica,  que tende a reproduzir indefinidamente os mesmos totens lógicos com suas múltiplas máscaras ideológicas e  comportamentos controlados por fios como em um teatro de marionetes, embora pareçam atores experientes, que seguem com eficiência e arte, roteiros peculiares estruturados para dominar um espaço psicológico de confrontações de valores, de diferenças psico - sociais, de crenças políticas e de comportamentos.
Para tanto, utiliza-se de paródias e paradoxos, caricaturas e   farsas, realismo e imaginação. Atua como se fosse especialmente  predestinado a reproduzir finas e humorísticas caracterizações arraigadas dos comportamentos humanos, ideologicamente submissos à ordem  natural dos estereótipos, combatida por  Roland Barthes (1915-1980) como ”uma tarefa essencial, porque neles, sob o manto da naturalidade, a ideologia é veiculada, a inconsciência dos seres  falantes com relação a suas verdadeiras condições de fala (de vida) é perpetuada”. (ref.12) - Mitologias. Rio de Janeiro. Difel - (2006). A este autor atribuímos importância relevante no entendimento das Ideologias, considerado mais adiante neste texto.
Ilustrando o que foi dito, citamos abaixo alguns exemplos conhecidos de estereótipos, trazidos até nós através do marketing, da literatura, filmes, etc, certamente movidos por interesses  ideológicos dos países  citados ou em alguns casos, até por seus inimigos.
- os alemães, associados às guerras dos séculos 19 e 20 , adquiriram a fama de Militaristas;
- os ingleses ou bretões, vitorianos e  pretensiosamente, pasmem senhores, os “súditos” da Commonwealth  são considerados fleumáticos e educados,
- os espanhóis são um povo de sangue quente;  
Caricaturas, paródias, alusões,  farsas, metáforas, etc.,  fazem parte do acervo público para reforçar os estereótipos de um “estado de coisas” que  faz um povo rir e assimilar, para o bem ou para o mal.  
(Observação: neste ponto excluimos uma consideração heurística atribuida ao burlesco, sem prejuizo do objetivo deste blog)
O texto a seguir mostra a relação entre o  conceito de estereótipo e ideologias para os menos acostumados com a crítica literária e de costumes, e deixa boquiaberto principalmente o populacho tupiniquim,  acostumado a imitar tudo que vem de fora, sem entender-lhe propósitos e significados.
Kadota, Neiva Pitta (ref. 22) em “A Escritura Inquieta – Linguagem, Criação, Intertextualidade” - Estação Liberdade, 1999, reflete sobre os conceitos de Roland Barthes.(1915-1980), em “Elementos de Semiologia”, onde ele acentua a questão ideológica da língua, que  “nada tem de ingênuo em sua formulação... o que lhe permitiu estabelecer, e quase sempre manter, as diferenças entre classes sociais e os povos ditos superiores e inferiores...”, associada ao combate aos  estereótipos.
Kadota revela também o caráter contestador de Barthes em relação ã ideologia contida nos textos:  “É preciso, para fugir à ideologia que cerceia todo signo, trabalhar numa linha deformatória do texto anterior, praticar a anamorfose escritural. A anamorfose que se imprime à obra é, segundo Barthes, guiada  pelos constrangimentos formais dos sentidos”, ou seja, pelas alterações nela introduzidas e que poderão ser múltiplas (....), resultarão em uma outra fala, que tem algo mais ou algo novo a dizer, nunca, porém, o mesmo”.
Barthes trata os Mitos como forma de ideologia,  ferramenta de dominação burguesa, como veremos adiante, em Fundamentos Mitológicos (05.02).Sem esta pretensão, muitos usam e abusam  da ideologia para conseguir seus intentos. (j_nagado-04.04.2012)

rev. Parcial 07/072007
rev. Geral (nov/2009)